Descumprimento de condicionantes para funcionamento da Regap motiva audiência
Comissão de Meio Ambiente vai tratar, nesta quinta (21), da Lagoa de Ibirité, que estaria poluída por receber esgoto industrial da refinaria.
19/11/2024 - 10:18A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza, nesta quinta-feira (21/11/24), uma audiência pública para debater com a Petrobras o cumprimento de condicionantes para a revalidação da licença de operação da Refinaria Gabriel Passos, localizada entre os Municípios de Betim, Ibirité e Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
A reunião, solicitada pelos deputados Tito Torres (PSD) e Ione Pinheiro (União), presidente e vice da comissão, respectivamente, ocorre às 10 horas, no auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência.
De acordo com a deputada Ione Pinheiro, com a renovação da licença de operação da Regap, em 2023, foram aprovadas 65 condicionantes para mitigar os impactos negativos do empreendimento.
Algumas delas se referem à Lagoa de Ibirité, também conhecida como Lagoa da Petrobras, formada em 1968 para garantir o abastecimento de água para a Regap.
Conforme salientou a parlamentar, a lagoa ainda não tem licenciamento ambiental, e o processo está em análise desde 2013.
Para a audiência desta quinta (21), foram convidados representantes das Secretarias de Estado de Governo e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e do Ministério Público, além de integrantes da Petrobras.
Parlamentar tem acompanhado questão
Desde 2022, a parlamentar tem se dedicado a acompanhar a questão por meio de audiências e visitas ao local. Em uma das atividades neste ano, foi constatado que efluentes industriais estavam sendo lançados no Córrego Pintado, o qual deságua na Lagoa da Petrobras, in natura ou sem os parâmetros mínimos de tratamento.
Dessa forma, o tratamento dos efluentes industriais da Petrobrás não garantiria a despoluição das águas do Córrego Pintado, tornando a lagoa, que já foi um cartão postal da região, assoreada e poluída.
Em atividade posterior, a comissão teve acesso a indicadores de 2024 que demonstraram melhoria nos níveis de contaminação do esgoto industrial na lagoa.
Mas os parlamentares passaram a se preocupar com iniciativa da estatal de usar esgoto tratado proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Ibirité sem autorização da Copasa e sem contrato assinado.
Para tratar desse aspecto, a Comissão de Meio Ambiente fez uma visita à ETE em questão nesta segunda (18). Na atividade, participantes destacaram que, depois da utilização desse esgoto tratado, o efluente passaria pela Estação de Tratamento de Despejos Industriais (ETDI) da Regap e seria então despejado no Córrego Pintado, podendo gerar ainda mais poluição.