Com o objetivo de debater a convocação e a consequente nomeação de candidatos aprovados no último concurso para analista da Polícia Civil de Minas Gerais, na especialidade Psicologia, a Comissão de Administração Pública realiza reunião. Solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), a audiência pública acontece nesta terça-feira (10/10/23), às 14h30, no Plenarinho IV da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Segundo informações do gabinete da parlamentar, por um lado, os servidores dessa área encontram-se sobrecarregados devido à insuficiência de efetivo; por outro, o Governo de Minas realizou concurso, ainda vigente, e muitos candidatos aprovados não foram convocados.

Falta de pessoal

No aspecto da carência de pessoal, atualmente, o Hospital da Polícia Civil conta apenas com 10 psicólogos para atender todos os servidores da ativa, aposentados e dependentes. Também há falta desses profissionais nas delegacias, principalmente as especializadas no atendimento às mulheres. Ainda de acordo com o gabinete, muitas dessas delegacias no interior estão funcionando com psicólogos cedidos por prefeituras, os quais não receberam curso e treinamento da Academia de Polícia Civil (Acadepol).

A situação do Instituto Médico Legal (IML) também causa preocupação. Foi denunciado que só três psicólogos atuam na unidade, para atender toda a demanda de familiares e vítimas de abuso sexual de crianças e adolescentes.

Falta de transparência

Ainda conforme o gabinete, falta transparência no Portal da PCMG, o qual não permite que se identifique com precisão quantos psicólogos atuam hoje na corporação e onde estão lotados. A Polícia Civil também não libera dados claros sobre a vacância de analistas por área, uma vez que o cargo contempla várias profissões.

Ainda na reunião, será apreciado o plano de trabalho do "Tema em Foco", Edição 2023/2024, no Âmbito do Assembleia Fiscaliza: Gestão de recursos humanos no setor público e realização de concursos públicos.

A ALMG já discutiu as dificuldades enfrentadas pelos servidores da Polícia Civil, em julho deste ano. Na ocasião, foram trazidas denúncias de assédio moral e sobrecarga de trabalho e, por consequência, muito adoecimento, o que é agravado pelo número reduzido de psicólogos.

Para a audiência desta terça (10), foram convidados, entre outros: a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto; a chefe da polícia, Letícia Reis; além de representantes da Acadepol, do IML, do Hospital da PCMG, dos sindicatos dos servidores e do Conselho Regional de Psicologia.