Contra o racismo, Julho das Pretas será debatido nesta quinta (11)
Comissão das Mulheres faz audiência pública às 14 horas, para dar visibilidade a movimento de luta contra a opressão por raça e gênero.
10/07/2024 - 16:28Dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo é o objetivo de audiência pública sobre o Julho das Pretas, que será realizada nesta quinta-feira (11/7/24), às 14 horas, no Auditório do andar SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A reunião será na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e foi pedida pelas deputadas do PT Macaé Evaristo, Andréia de Jesus e Leninha; e Ana Paula Siqueira (Rede). Elas ressaltam que a origem do Julho das Pretas no Brasil está relacionada ao dia 25 de julho, instituído como Dia da Mulher Afrolatino-Americana, Afrocaribenha e da Diáspora.
A data marcou a realização do histórico 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, realizado em 1992. As deputadas ressaltam no requerimento que, no Brasil, a data homenageia a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro.
Tereza de Benguela foi reconhecida como rainha ao liderar o Quilombo de Quariterê, no Mato Grosso, por mais de duas décadas durante o século 18. A data nacional que celebra a vida e reconhece a luta da líder quilombola foi instituída por lei federal em 2014.
"Nós entendemos que a Assembleia de Minas precisa pontuar a importância do feminismo negro, pois mulheres negras sofrem com a exclusão racial e também com a exclusão machista", justificam as deputadas sobre um cenário que ainda persiste e demanda luta permanente.
Agenda de celebração e de luta
A ONU Mulheres no Brasil, que integra a Organização das Nações Unidas, aponta o Julho das Pretas como sendo a maior agenda conjunta e propositiva, de incidência política, movida por organizações e movimento de mulheres negras do Brasil.
No Brasil, o Julho das Pretas nasceu na Bahia, em 2013, inicialmente tendo à frente o Instituto Odara, em Salvador. Hoje, o movimento é celebrado em todo o Brasil para marcar a luta e as conquistas das mulheres negras, além de conscientizar a sociedade sobre a importância do combate ao racismo e sexismo.
A audiência desta quinta tem entre convidadas a assistente da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Lindacy Silva Assis; a médica coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Joice Aragão de Jesus; e a presidenta da Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia de Belo Horizonte e Região Metropolitana, Maria Zenó Soares da Silva.
Esta última é também coordenadora da Federação Nacional de Associações de Pessoas com Doença Falciforme do Brasi (Fenafal), condição que tem prevalência na população negra.