Consumo de drogas nas escolas preocupa evangélicos
Relação entre uso de entorpecentes e violência nas instituições de ensino foi discutida pela Comissão de Combate ao Uso de Crack.
06/07/2023 - 18:02 - Atualizado em 07/07/2023 - 16:27O consumo de drogas nas escolas preocupa lideranças evangélicas. O assunto foi discutido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira (6/7/23), em audiência pública da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e outras Drogas.
O deputado Leandro Genaro (PSD) citou dados estatísticos segundo os quais 30% dos estudantes de escolas particulares já consumiram drogas. Entre os alunos da rede pública, esse percentual é de 24%, segundo o parlamentar.
Ainda conforme Leandro Genaro, a maioria dos estudantes que já consumiram drogas o fizeram perto de casa ou da escola, com pessoas conhecidas, em ambiente de confiança dos pais. O uso de entorpecentes também teria reflexos na violência. De acordo com o parlamentar, 3% das ocorrências policiais nas escolas de Belo Horizonte têm relação com o tráfico de drogas.
Essa realidade é motivo de preocupação para os pastores da Igreja do Evangelho Quadrangular. “O mundo se uniu para vencer a pandemia de Covid-19. Também deveria se unir para vencer a epidemia das drogas, que tem atingido todas as famílias”, afirmou o pastor Clayton Martins Miranda.
O líder de jovens Thiago Leandro Soares da Cruz denunciou a realização de um baile funk na Escola Estadual Guimarães Rosa, no bairro Pindorama, durante o Dia D, iniciativa que neste ano promoveu a cultura de paz nas escolas. Segundo o pastor, as músicas tocadas no evento faziam apologia às drogas, ao crime e ao sexo livre, e o evento teria sido realizado sem consulta aos pais dos estudantes.
O deputado Leandro Genaro repudiou o evento e apresentou um requerimento para cobrar informações da Secretaria de Estado de Educação. Esse requerimento deve ser votado na próxima reunião da comissão.
Problema exige envolvimento de famílias, escolas e polícia
O consumo de drogas é um problema que precisa ser enfrentado por vários atores, como famílias, escolas e polícia. A conclusão é das autoridades que participaram da audiência pública da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e outras Drogas nesta quinta-feira (6).
A conselheira tutelar Danielle Lúcia lembrou que a responsabilidade maior pela segurança dos alunos é das famílias, mas frisou que as instituições de ensino também precisam ser responsabilizadas. “A escola é um lugar de proteção efetivamente?”, questionou.
O diretor de operações da Polícia Militar, coronel Flávio Godinho Pereira, concordou que o problema é multidimensional. Ele explicou as iniciativas desenvolvidas pela corporação: a Patrulha Escolar e o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), que faz palestras educativas para conscientizar os estudantes sobre os riscos do consumo de substâncias ilícitas.
No âmbito da Secretaria de Estado de Educação, o programa Saúde na Escola distribui materiais informativos para a abordagem da prevenção às drogas em sala de aula pelos professores. A informação é da analista de temáticas especiais Rosália Aparecida Martins Diniz.
A analista acrescentou que, de forma indireta, outras duas iniciativas também contribuem para o enfrentamento desse problema. O Programa de Convivência Democrática tem um sistema de notificação de casos de violência nas escolas, para identificar as unidades da rede estadual de ensino mais expostas à criminalidade.
Já os núcleos de acolhimento educacional, que contam com psicólogos e assistentes sociais, auxiliam as escolas no encaminhamento de alunos com problemas com drogas à rede assistencial, que integra unidades de saúde e conselhos tutelares.
