Debater as condições de trabalho dos funcionários da Cemig, uma vez que acidentes estariam aumentando na empresa, e o pagamento que seria devido aos trabalhadores por participação nos lucros é o objetivo de audiência pública que a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social realiza nesta quinta-feira (13/7/23), às 16 horas.

A data é também de paralisação dos trabalhadores da companhia, segundo anunciado pelo sindicato da categoria. A audiência será no Auditório José Alencar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e foi pedida pelo presidente da comissão, deputado Betão (PT), em atendimento a uma solicitação do Sindieletro/MG, o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais.

Segundo informações da entidade fornecidas ao gabinete parlamentar, além de acidentes de trabalho estarem crescendo e de possíveis subnotificações dos casos, a empresa estaria se negando a prosseguir com o pagamento acordado na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Acidentes fatais

Conforme o gabinete parlamentar, relatos do Sindieletro informam sobre acidentes de carro e ocorrências fatais com trabalhadores que atuam na rede elétrica, sem que a empresa tenha atendido a solicitação da entidade para apresentar dados sobre a situação.

Desde o ano passado, a categoria tem intensificado denúncias envolvendo esses acidentes de trabalho, como o ocorrido em outubro com Carlos Alberto Ribeiro (o Carlão), que estava há mais de 20 anos na empresa e foi vítima de choque elétrico quando realizava manutenção nas redes. 

No último dia 4 de julho, o trabalhador Gabriel Luciano também veio a óbito após um acidente na rede elétrica na Usina de Pai Joaquim, no Triângulo Mineiro.

Acordo

Sobre a PLR, a informação é de que o acordo coletivo de trabalho de 2023 determinava o valor a ser pago pela participação dos lucros referente à 2022.

Contudo, a atual direção da Cemig teria negociado um valor que não contemplava os trabalhadores e, após o prazo máximo, decidiu que não daria continuidade à discussão. Hoje, a alegação seria a de que a empresa não tem mais recursos para esse pagamento. 

A retirada de benefício aos aposentados na área de saúde também deve ser abordada na audiência, que tem como convidados representantes da empresa, do sindicato, do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público.