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Crise climática

Concluídas visitas às soluções vencedoras do Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação

As duas últimas iniciativas foram testadas: cacauicultura no Norte de Minas e bioinseticida microbiológico para controle de pragas no Triângulo.

15/04/2025 - 11:58
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O Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) concluiu na semana passada as visitas para verificar o desenvolvimento das iniciativas vencedoras do Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação - Crise Climática.

A premiação, idealizada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), tem o BH-TEC como parceiro e selecionou propostas com potencial para contribuir efetivamente para a convivência com eventos climáticos extremos no Estado.

Dez propostas de soluções ganharam o prêmio de R$ 60 mil e a participação em Programa de Aceleração do parque tecnológico. As dez visitas para testar as iniciativas premiadas integram esse programa.

Na fase atual, chamada Prova de Conceito (ou PoC, do inglês Proof of Concept), um teste da viabilidade prática das soluções é realizado, apontando eventuais suscetibilidades e necessidades de melhorias.

A dinâmica das PoCs está prevista para terminar em junho, quando os responsáveis pelas iniciativas vencedoras apresentam os resultados obtidos.

O especialista em Sustentabilidade do BH-TEC, Gleidson Oliveira, tem acompanhado diversas visitas.

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Para verificar o andamento dos trabalhos, o teste da solução proposta pelo Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), de Belo Horizonte, foi realizado em Jaíba (Norte de Minas) na última terça-feira (8/4/25). O Inaes é o braço de inovação e pesquisa do Sistema Faemg Senar.

A partir do projeto Agro+Verde, em parceria com a empresa Cargill, a iniciativa estimula a cacauicultura no Norte de Minas por meio de sistemas agroflorestais com assistência técnica continuada.

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Na última sexta-feira (11), o teste da solução da Aiper Pesquisa e Desenvolvimento de Bioprodutos Sustentáveis, de São Paulo, ocorreu em plantações de café em Araguari (Triângulo mineiro). 

A startup desenvolveu um bioinseticida microbiológico para controlar pragas em plantações de maneira sustentável.

Cacauicultura no Norte de Minas

A cultura do cacau está sendo implementada em cidades do Norte e Minas, como Jaíba, em propriedades que tradicionalmente tinham plantações de bananeiras.

O programa Agro+Verde vem incentivando a cacauicultura na região como forma de diversificar a produção e possibilitar mais renda para produtores locais. Ele subsidia a compra de mudas de cacau e fornece assistência técnica para o produtor.

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A expectativa é que mais de 3 milhões de mudas sejam plantadas em cerca de 3 mil hectares na região. Trinta fruticultores aderiram à iniciativa.

Marielle Antunes, uma das produtoras rurais assistidas pelo projeto, tinha plantação de bananas em sua fazenda, em Jaíba, mas aderiu também à de cacau. Com a parceria, vai expandir a cultura com 14 mil mudas.

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O produtor Huarrisson Cangussu lembrou que o cacau tem preço mais alto e não é uma fruta perecível como a banana. “Enxergamos o consórcio do cacau com a banana como provisório. A nossa intenção é ficar só com o cacau depois”, contou.

“A gente beneficia o cacau aqui na fazenda e tem mais tranquilidade na comercialização. Podemos armazenar e aguardar o momento certo de comercializar”, ponderou.

Segundo o gerente regional do Sistema Faemg em Montes Claros, Dirceu Martins, o prêmio da ALMG tem sido importante para o desenvolvimento do projeto no Norte de Minas. 

“A premiação da ALMG fomentou não só o desenvolvimento do cacau nessa área sem tradição dessa cultura, mas também mostrou para os produtores daqui que já têm uma expertise com fruticultura o quanto é importante diversificar a atividade, ainda mais nesse momento no qual o cacau está com preço excelente perante o mercado nacional e internacional”, disse.

Bioinseticida produzido a partir de resíduos da agroindústria

O bioinseticida microbiológico, desenvolvido pela Aiper, possibilita o controle de pragas de diferentes lavouras de modo mais sustentável. Na Fazenda Paraíso, em Araguari, Ozival Bonfim aplicou o produto em uma parte da sua plantação de café, que ocupa área de 100 hectares.

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Com mais de 50 anos de experiência com essa cultura, ele conhece os desafios da atividade que precisa lidar com pragas como a broca.

Produzido a partir de resíduos da agroindústria como a cevada e de processo de fermentação em um bioreator, o bioinseticida foi pulverizado por um trator, depois de ser diluído em água.

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De acordo com o diretor-executivo da Aiper, Ailton Pereira, o bioinseticida desenvolvido traz vantagens sociais, econômicas e ambientais. Ele aumenta a produtividade e, assim, a renda. Também contribui, porque os trabalhadores ficam menos expostos a produtos químicos, além de não contaminar a água e o solo.

“Comparando com dois concorrentes, há o químico que é tóxico e há o bioinseticida feito a partir dos fungos, mas que também apresenta efeitos colaterais, pois vai atingir diretamente o inseto e afetar a biodiversidade local”, explicou.

Lista
Matéria especial - Visita aos vencedores do Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação - Crise Climática - Instituto Antônio Ernesto - Projeto Agro + Verde
Matéria especial - Visita aos vencedores do Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação - Crise Climática - Empresa Aiper - Fazenda Paraíso
“A gente tem trabalhado na perspectiva de ajudá-los a escalonar e desenvolver o negócio deles e atuar também em algumas questões identificadas como mais deficitárias na empresa, no negócio ou que eles achem importante.”
Gleidson Oliveira
Especialista em Sustentabilidade do BH-TEC
“Plantamos a área de cacau aqui, consociado com a banana, pra banana poder sombrear essas mudas de cacau, enquanto ela está em desenvolvimento. E enquanto a muda vai desenvolvendo, a banana vai sendo reduzida, até chegar ao ponto de ficarem só as plantas de cacau.”
Marielle Antunes
Produtora rural
“Vai ser uma benção para o produtor se esse bioinseticida der certo, porque o produtor procura um custo baixo, né? Se esse produto tiver uma boa eficiência, vai ser muito bom.”
Ozival Bonfim
Cafeicultor

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Técnica de agrofloresta visa criar polo de cacau no Norte de Minas TV Assembleia

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Lavoura de café testa bioinseticida, que já é aplicado em plantações de soja e milho TV Assembleia

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