Debater a história de luta do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte/Contagem e Região (Sindimetal), por ocasião da comemoração dos 90 anos de sua fundação. É o objetivo da audiência pública que a Comissão de Participação Popular realiza nesta quinta-feira (16/5/24), a partir das 16 horas, no Auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência, sede da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A realização da reunião foi requerida pelo deputado Ricardo Campos (PT), vice-presidente da comissão.

A entidade, com sede no Bairro Jardim Industrial, em Contagem, e uma subsede no Centro de BH, tem em sua área de abrangência outros seis municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH): Ibirité, Sarzedo, Ribeirão das Neves, Nova Lima, Raposos e Rio Acima.

Para a homenagem ao Sindimetal foram convidados todos os membros atuais da sua diretoria, além de personagens históricos, como Ênio Seabra, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, cassado em 1978, Paulo Cesar Funghi Alberto, outro ex-presidente; Ignácio Agero Hernandes, integrante da Oposição Metalúrgica no mesmo ano, em plena ditadura; e a metalúrgica aposentada Adélia Batista Hernandes.

Ênio Seabra já foi homenageado em outra audiência da mesma comissão na ALMG, em junho do ano passado, com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Foram chamados ainda para a audiência desta quinta (16) representantes de outras entidades sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais (Femcut-MG), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Belo Horizonte, Contagem e Região.

Também foram convidados deputados federais e representantes da Prefeitura e da Câmara Municipal de Contagem e da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais.

Greve de 1968

A presença de antigos sindicalistas ligados à entidade se deve ao fato de que também serão lembrados na audiência os 56 anos da histórica greve de 1968, iniciada dia 16 de abril daquele ano, a primeira grande greve no auge da repressão. Segundo informações da direção do Sindimetal, a homenagem na ALMG integra o calendário de atividades em comemoração aos 90 anos do Sindimetal, a serem completados no próximo dia 11 de agosto.

O movimento foi a primeira grande greve de trabalhadores após o golpe militar e o início de uma política de arrocho dos salários. Iniciada com a adesão de cerca de 20 mil operários da Belgo-Mineira, a paralisação foi logo seguida por outros milhares de trabalhadores em dezenas de empresas da região e por outra grande greve em Osasco (SP).

Foi um momento bastante tenso da história do Brasil, já que foi mobilizado um grande aparato de repressão da ditadura que, por fim, recuou e cedeu um abono de 10%.