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Centro Odontológico do Ipsemg opera com metade da capacidade de pessoal

Falta de profissionais compromete atendimento a conveniados, que chegam a esperar três meses por uma consulta de retorno.

26/02/2024 - 15:05 - Atualizado em 27/02/2024 - 17:58
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A falta de insumos e a crescente fila de espera por uma consulta estão diretamente ligadas ao défict de pessoal do Centro Odontológico do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg). Em visita à unidade na manhã desta segunda-feira (26/2/24), em Belo Horizonte, a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) constatou esta realidade: apesar da capacidade de trabalho instalada para 140 dentistas, o centro conta hoje com 70 profissionais.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que solicitou a atividade, representou a comissão. Ela conduz uma série de visitas a unidades do Ipsemg para traçar um diagnóstico do atendimento prestado pela autarquia.

Funcionária do Ipsemg há mais de 40 anos, a auxiliar de saúde bucal Jeancely Martins lamentou a situação atual do Centro Odontológico, que já contou com quase 300 dentistas. “Dá vontade de chorar”, comentou.

Como a maioria de seus colegas presentes, ela cobrou a nomeação de candidatos aprovados no concurso que teve resultado final recentemente homologado.

Jeancely ainda se queixou dos salários pagos pelo Ipsemg e das baixas gratificações para atividades de gestão, que resultam em alta rotatividade de profissionais e em dificuldades operacionais para compra de materiais. O setor responsável por esse serviço, com dois pregoeiros, não supre as demandas, segundo ela.

Técnica de saúde bucal, Cibele Silva entregou à deputada Beatriz Cerqueira relatório técnico que reforça o déficit de profissionais e a falta de medicamentos. Ela salientou que a demanda não é apenas por dentistas, mas também por técnicos e auxiliares, cuja defasagem é ainda maior.

Todo esse cenário se reflete na dificuldade para conseguir atendimento na unidade, seja primeira consulta ou retorno, cuja marcação chega a demorar três meses. “Está muito difícil marcar consultas, o serviço está muito sucateado. Às vezes conseguimos atendimento mais rápido no Sistema Único de Saúde (SUS)”, reclamou Eunice Sousa, usuária do Ipsemg.

Ala desativada tem 21 consultórios

Responsável interina pela Gerência Odontológica, Rosaline Leitão confirmou a insuficiência do quadro atual para atender à demanda, apesar da qualidade reconhecida pelos conveniados.

Uma ala inteira do Centro Odontológico, com 21 consultórios, está fechada pela falta de dentistas. Como cada consultório pode receber dois profissionais (um em cada turno), só aí há uma defasagem de 42 dentistas, que poderiam atender, em média, 210 pacientes por dia.

Ela informou que o Ipsemg pleiteia à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) mais do que as 280 vagas disponibilizadas no último concurso, para cobrir a vacância de cargos. Para o Centro Odontológico, estão previstos 16 cargos para dentistas (12 já tomaram posse).

Para a presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg (Sisipsemg), Antonieta de Faria, falta boa vontade e respeito a servidores por parte da Seplag, que se utilizaria da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para frear as reivindicações dos trabalhadores.

Na mesma linha, a deputada Beatriz Cerqueira criticou a falta de investimentos do governo do Estado no Ipsemg e de concursos para recomposição do quadro de pessoal, o que ela entende ser uma política deliberada da gestão de Romeu Zema.

A deputada ainda anunciou visitas da comissão às unidades credenciadas à autarquia e à própria Seplag, para discutir demandas de servidores.

Comissão de Administração Pública - visita ao Centro Odontológico do Ipsemg

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