Uma audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta terça-feira (26/3/24), marcou o encerramento do Seminário Internacional de Pesquisa em Educação. O evento, promovido pela ALMG, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), reuniu educadores e pesquisadores para discutir as condições de trabalho dos professores da rede estadual de educação.

A realidade desses profissionais foi analisada pelo Grupo de Pesquisas sobre Profissão Docente (Prodoc). A principal conclusão desse trabalho, segundo o professor Júlio Emílio Diniz Pereira, da Faculdade de Educação da UFMG, é que as condições salariais, de trabalho e de carreira dos trabalhadores da educação deixam muito a desejar.

Apesar da precarização das condições de trabalho, ainda há lampejos de esperança para melhorar a qualidade da escola pública, na avaliação de Júlio Emílio Pereira. Isso porque, de acordo com o pesquisador, há brechas nas determinações curriculares que permitem a atuação dos bons profissionais. “Se ainda apresentamos algum resultado positivo, é graças aos bravos e guerreiros professores que permanecem nessa rede pública de educação”, concluiu.

A vice-coordenadora do Prodoc, Simone Grace de Paula, concordou que, apesar de todas as adversidades constatadas pela pesquisa, são os professores os responsáveis pelas boas iniciativas em sala de aula. Ela defendeu a necessidade de uma escola pública que reduza as desigualdades e promova inclusão social.

O professor Emílio Tenti Fanfani, da Universidade de Buenos Aires, autor do conceito de condição docente como “um estado do processo de construção social do ofício”, lembrou que o trabalho do Prodoc abriu novos objetos de investigação e disse que seria interessante pesquisar também a autonomia de trabalho desses profissionais.

As deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Macaé Evaristo (PT) destacaram a importância da parceria com a UFMG na realização do Seminário Internacional de Pesquisa em Educação. Elas apresentaram um requerimento de providências à UFMG para a concessão de titulação póstuma a quatro estudantes da universidade que foram torturados e mortos durante a ditadura militar. Esse requerimento deve ser aprovado na próxima reunião da comissão.