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Assembleia homenageia Pastoral da Juventude

Na comemoração dos 50 anos da entidade, comissão convida lideranças que falaram da contribuição da PJ para garantir direitos dos jovens.

16/11/2023 - 20:05
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Ver, julgar, agir; rever, celebrar. Esses princípios norteadores da Pastoral da Juventude (PJ) marcaram as falas dos diversos integrantes dessa entidade, que foi homenageada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (16/11/23). 

Para lembrar os 50 anos da PJ, a Comissão de Direitos Humanos, a requerimento de sua presidenta, deputada Andréia de Jesus (PT) prestou a homenagem. Na audiência pública, foi destacada a importância do trabalho dessa pastoral na promoção e na garantia dos direitos individuais e coletivos das juventudes em Minas Gerais.

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Padre Henrique de Moura, assessor nacional do Setor Juventude no Ano de Fundação da Pastoral da Juventude, destacou que a entidade nasceu em 1973, em pleno regime ditatorial no País. “Influenciados pelo Concílio Vaticano II, a Igreja Católica deu início a esse processo de evangelizar os jovens. Eles se aprofundaram na realidade brasileira, para entendê-la e depois agir”, afirmou. 

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O próximo passo, afirmou o religioso, foi avaliar o trabalho realizado até então e, finalmente, celebrar, valorizando também a espiritualidade. “Foram muitas dificuldades que atrapalharam o caminho da Pastoral da Juventude, mas não a inviabilizaram”, registrou. Ele completou que a PJ trouxe aos participantes uma visão integral do ser humano, em todas as suas dimensões, na perspectiva de uma igreja presente no mundo, buscando torná-lo mais justo e fraterno.

Já Susana Maia, ex-secretária nacional da PJ, afirmou que a atuação na entidade lembra uma simbiose: “Não conseguimos falar de nós mesmos sem falar da Pastoral da Juventude”. Ela identificou como um aspecto marcante na atuação da entidade a transformação da vida dos jovens, pelo impacto que representa a perspectiva de sua formação integral na fé. Além da dimensão religiosa, Susana destacou que a Pastoral orienta o caminho dos jovens rumo à militância social.

Dia Nacional da Juventude

Prova disso foi a participação efetiva da PJ em várias fases da política nacional. Em 1985, a entidade foi essencial para a criação do Dia Nacional da Juventude (DNJ). Após seis anos de DNJ, de 2001 a 2006, a PJ teve papel central na definição de políticas para a juventude, o que se tornou o embrião para a primeira Conferência Nacional da Juventude, em 2008. E por último, em 2013, foi sancionado o Estatuto da Juventude.

Já Joilson Toledo, da Congregação dos Irmãos Maristas, frisou que a PJ é introduzida na vida da juventude por meio dos grupos de jovens na Igreja Católica. “Lá se aprende a valorizar a vida, respeitar as pessoas e que a mudança é possível”, disse. 

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Fé e política misturadas

A deputada Andréia de Jesus valorizou a contribuição da Pastoral da Juventude na formação dos jovens brasileiros. “Há intervenções religiosas na política que são nocivas, mas há intervenções positivas, como a da PJ, em que fé e política caminham juntos”, comemorou. Ela lembrou ainda que boa parte da política de assistência social é realizada pela PJ. “Vocês são referências de política, cuidado, formação. Vida longa à Pastoral da Juventude”, ressaltou.

Também a deputada Bella Gonçalves (Psol) elogiou o trabalho de muitas mãos realizado pela Pastoral. “O movimento Fé e Política redime muitos erros da Igreja Católica, colocando na centralidade das discussões a busca de um mundo melhor para que haja mais igualdade”, concluiu.

Campanhas recentes da PJ ajudam na conscientização

Laísa Campos, articuladora da PJBH, parafraseou Paulo Freire, em sua frase “a educação muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo”. Na avaliação dela, o mesmo acontece com a Pastoral. Ela valorizou duas campanhas levadas a cabo pela entidade: Contra a violência e extermínio de jovens e outra de enfrentamentos aos ciclos de violência contra a mulher.

Tratando desta última campanha, a gestora se solidarizou com a deputada Andréia de Jesus, e outras parlamentares que vêm sofrendo violência política por ocuparem espaços de poder. A parlamentar agradeceu a solidariedade.

Instituto 

Giovanna Costa, do Instituto de Pastoral da Juventude Leste 2, registrou que essa entidade nasceu na década de 80, com o objetivo de oferecer formação aos jovens. “Em 1987, congregações religiosas se reúnem e começam a sonhar com um espaço para acolher jovens”, disse. E completou que o IPJ, por passar nos últimos anos por dificuldades, vem sendo repensado, mas sempre renovando o sonho coletivo. E lembrou de um provérbio africano: “Muita gente pequena, fazendo coisas pequenas em lugares pequenos, mudarão a face da terra”. 

Edgar Mansur, assessor da Cáritas Regional Minas Gerais, centrou sua fala nos jovens que morreram em Brumadinho e em Mariana, vítimas da mineração selvagem. “Nossa atuação na Pastora da Juventude é para lutar contra isso”, concluiu. Ele lembrou também da militância na PJ, dele e de outros jovens, o que permitiu que a juventude de hoje pudesse sonhar. Por outro lado, avaliou que o cenário atual é desafiador, pois os jovens se interessem mais pelo whatsapp do que por um grupo de jovens. Mas disse que é fundamental a persistência. 

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