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Acionamento de sirenes da mineração motiva visita

Distrito de Santa Bárbara se queixa dos danos psicológicos e físicos causados por erros recorrentes no sistema de emergência da barragem.

21/11/2024 - 15:42
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A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai visitar, nesta sexta-feira (22/11/24), às 10 horas, a Escola Estadual Professora Nhanita, em Santa Bárbara (Central). A presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), foi quem solicitou a visita ao local, que fica na Praça Santo Amaro, 1.322, no distrito de Brumal.

O objetivo do encontro é ouvir a comunidade escolar sobre danos causados pelos recorrentes acionamentos indevidos de sirenes de emergência da barragem de rejeitos da mineradora AngloGold Ashanti.

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No dia 29 de outubro deste ano, moradores da cidade e da vizinha Barão de Cocais (Central) foram surpreendidos novamente pelo acionamento incorreto de sirenes. De acordo com representantes locais, o sinal sonoro alertou falsamente para uma situação real de emergência de rompimento de barragem. Foi o sexto episódio desde 2019.

Nota da empresa

No mesmo dia do último acionamento de sirenes, em 29 de outubro, a AngloGold Ashanti divulgou nota assumindo o erro, lamentando o equívoco de ligar o sistema de emergência indevidamente e pedindo desculpas aos moradores da região.

O comunicado afirmou ainda que a mineradora estava entrando em contato com as lideranças comunitárias e os órgãos públicos competentes e avaliando os motivos do acionamento indevido. Também reforçou que as barragens estavam seguras e estáveis.

No dia 30 de outubro, a Anglo Gold recebeu visita de representantes da Agência Nacional de Mineração (ANM), da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), das defesas civis estadual e dos dois municípios, além da guarda municipal.

No mesmo dia, segundo a empresa, foi iniciada a entrega de comunicado porta a porta aos moradores da comunidade. Por último, a empresa deixou o número de seu canal de relacionamento (0800-7271500), em caso de dúvidas.

Danos à saúde

Segundo o gabinete de Beatriz Cerqueira, as consequências da repetição de falsos alarmes estão sendo documentadas. Além do pânico e do desespero provocados no momento desses incidentes, “há o relato de idosos, crianças e pessoas com condições de saúde agravadas por essa exposição constante ao terror de um possível rompimento”.

Acrescenta o requerimento que a situação das comunidades do entorno, já fortemente atingidas pelos impactos da mineração, só se agrava com o acionamento das sirenes. De acordo com a deputada, “esse quadro aponta para o crescimento da violação dos direitos das pessoas atingidas”. Ela completa que os direitos desse público são garantidos pelas legislações estadual e federal de proteção aos atingidos por barragens.

Na avaliação da parlamentar, “a AngloGold não parece se preocupar em evitar o acionamento incorreto dos dispositivos, demonstrando um descaso com as necessidades de segurança e respeito aos direitos da população local”.

Piora no aprendizado

A situação dos municípios atingidos pelo rompimento das barragens em Mariana (Central), em 2015, e em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), em 2019, é tema recorrente em reuniões da Comissão de Educação.

Em audiência em outubro de 2022, professoras relataram o drama vivido por alunos de escolas nesses dois municípios e ainda em Barra Longa, Ouro Preto, Piedade do Paraopeba, as três na Região Central, além de Nova Lima e Rio Acima, na RMBH.

Entre os problemas, foram relatados: contaminação da água das escolas com metais pesados; distúrbios psicológicos nos alunos devido à proximidade de barragens (com casos de automutilação; dificuldades na alfabetização de alunos e piora do rendimento escolar.

Nessa audiência, a deputada Beatriz Cerqueira ratificou que estudantes sofrem continuamente com os impactos da mineração e do rompimento de barragens. "É no ambiente escolar que esses impactos são sentidos”, afirmou ela à época, anunciando que faria visitas a várias unidades, buscando o enfrentamento das violações de direitos humanos.

Para a visita da Comissão de Educação nesta sexta (22), foram convidadas três autoridades locais: o prefeito Alcemir José Moreira, o vereador Rafael Augusto Gomes e a promotora de justiça do Ministério Público da Comarca de Santa Bárbara, Ana Carla Corrêia de Oliveira.

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