PL PROJETO DE LEI 2592/2024
Projeto de Lei nº 2.592/2024
Dá denominação a escola estadual de ensino fundamental e médio localizada no Distrito de Giru, no Município de Joaíma.
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:
Art. 1º – Fica denominada Escola Estadual Professora Tertulina Chaves Ferreira a escola estadual de ensino fundamental e médio localizada no Distrito de Giru, no Município de Joaíma.
Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Reuniões, 2 de julho de 2024.
Betinho Pinto Coelho (PV), 3º-vice-presidente.
Justificação: O presente projeto tem por objetivo dar o nome de Escola Estadual Professora Tertulina Chaves Ferreira à escola estadual de ensino fundamental e médio localizada na zona urbana da sede do Distrito de Giru, no Município de Joaíma, na Praça Manoel Ferreira, nº 91, Centro.
Ao prestar uma justa homenagem à memória da professora Tertulina Chaves Ferreira, reconhecemos e eternizamos uma história de uma cidadã exemplar, sempre empenhada na melhoria da qualidade de vida e da educação dos moradores de Joaíma, especialmente do Distrito de Giru.
Aproximadamente no ano de 1946, Tertulina chegou ao Giru, na companhia de seu irmão José Alves Chaves, onde conheceu Teodolino de Sousa Ferreira, com quem se casou, em 13 de março de 1949, e teve oito filhos.
Em 1947, como não tinha professor no distrito para dar aula, foi sugerido que Tertulina assumisse a escola, já que ela tinha o quarto ano primário e estava apta a assumir o cargo. Tornou-se, assim, a primeira professora da escola de Giru.
Ela se desdobrava para dar aula para o primeiro, o segundo e o terceiro ano primário, todos na mesma sala, em torno de 50 a 60 crianças. Começou a lecionar num imóvel cedido pelo Sr. Manoel Ferreira, fazendeiro influente na região, depois passaram para um outro espaço físico, onde permanece até hoje.
Na época não tinha merenda escolar, então as crianças estudavam à tarde porque já vinham “almoçadas”. Segundo relato, em 1º de fevereiro de 1959 foi contratada uma serviçal como merendeira. Como não tinham recursos financeiros nem materiais, Tertulina teve uma ideia: falou com a merendeira para pedirem verduras e legumes das crianças que tinham hortas em suas casas. Assim foi feito, e começaram a fazer sopa, em fogão a lenha, o que foi um sucesso.
As dificuldades eram muitas. Como não tinham água, conseguiram uma caixa d´água, que era enchida por um serviçal contratado, que carregava água na cabeça, usando uma lata, e assim iam se virando como podiam.
Com o passar dos anos, Tertulina ficou sobrecarregada, pois a cada ano aumentava o número de crianças. Ela já recebia ajuda do seu esposo Teodolino, mas mesmo assim pediu ajuda de uma sobrinha, que passou a dar assistência na escola, o que foi uma extraordinária contribuição. Na sequência, devido à grande quantidade de crianças, houve necessidade de capacitar novas pessoas para dar aulas na escola, as quais foram encaminhadas para fazer treinamento numa instituição chamada "Colônia", próxima a Teófilo Otoni, para adquirir experiências, buscar mais recursos e mais práticas, para serem aplicadas na Escola.
Tertulina, por seus méritos próprios, conseguiu ser nomeada diretora da escola, cargo ocupado até o ano de 1976, quando se aposentou. Por essa trajetória de luta, amor, muito trabalho e dedicação em prol da comunidade, nada mais justo que prestar-lhe esta homenagem.
Diante do exposto, conto com o apoio dos pares para a aprovação deste projeto.
– Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça, para exame preliminar, e de Educação, para deliberação, nos termos do art. 188, c/c o art. 103, inciso I, do Regimento Interno.