PL PROJETO DE LEI 3713/2022
Projeto de Lei nº 3.713/2022
Dá denominação ao Trevo do Morro do Engenho, localizado na altura do Km 50,3, da Rodovia 431, no Município de Itaúna/MG.
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:
Art. 1º – Fica denominado Trevo Dilson Fonseca da Silva o Trevo do Morro do Engenho, localizado na altura do Km 50,3, da Rodovia 431, no Município de Itaúna/MG.
Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Reuniões, 11 de maio de 2022.
Gustavo Mitre (PSB)
Justificação: Dilson Fonseca da Silva nasceu em 22 de abril de 1945, na comunidade dos Arrudas, no Município de Itaúna-MG. Filho de Cordovil Fonseca Ferreira e Dulce Fonseca da Silva, se casou no ano de 1973 com Janete Ferreira Alves da Silva e, juntos, tiveram 2 (dois) filhos: Kássio Fonseca Ferreira e Kelly Fonseca Ferreira. Do casamento de seus filhos, nasceram 5 (cinco) netos: Bruna, Júlia, Maria Clara, João Lucas e Henrique.
Dilson Fonseca teve seu primeiro emprego com “carteira assinada” na loja do Sr. Ivan Parreiras. Antes disso, foi engraxate e ajudou seu pai a vender hortaliças. Também foi caminhoneiro, transportando minério de ferro no Tejuco, em Brumadinho. No início da década de 60, Cordovil Fonseca adquiriu uma área de mineração de 5 (cinco) hectares e deu início a atividade minerária na família: um legado cuidado na família, geração por geração. Além da Minerita, fundaram também a Simol, que atua no ramo imobiliário e responsável por vários loteamentos no município de Itaúna. Dilson e Édson administraram juntos a Minerita até 1992, quando decidiram dividir as empresas, já pensando na sucessão familiar nos negócios. Dilson dedicou sua vida à Minerita, tornando-a uma empresa reconhecida internacionalmente como um importante player no mercado de minério de ferro. Sob a sua coordenação pessoal, foram construídas as plantas de britagem, peneiramento e concentração de minério, diques de contenção de finos, pilhas e barragens de rejeito, oficinas e pátios de caminhões e máquinas, refeitório, rede de transmissão e subestação de energia elétrica, laboratório, caixas separadoras de óleo e graxa, balanças rodoviárias e prédio da expedição, estações de bombeamento de água, planta de sinterização, além de outras estruturas. Também coordenou as aquisições e manutenções de equipamentos como pá carregadeiras, escavadeiras, motoniveladoras, perfuratrizes, tratores e caminhões.
Sempre atento à importância da responsabilidade ambiental, no ano de 2011, começou a estudar maneiras para diminuir o volume de rejeitos depositados nas barragens. Começou implementando equipamentos para extrair o máximo de ferro dos rejeitos e, no ano de 2013, implementou a fábrica de blocos pré-moldados de concreto, que utilizava como insumos areia e pedriscos retirados dos rejeitos, que seriam lançados nas barragens.
Pelo projeto de utilização de rejeito de mineração na fábrica de pré-moldados de concreto, ganhou dois prêmios de grande relevância. O primeiro foi o "Prêmio de Boas Práticas Ambientais", que em sua primeira edição, foi entregue pelo Governo de Estado de Minas Gerais, por meio da SEMAD - Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais. Este prêmio foi concedido pelo pioneirismo e sucesso no aproveitamento de resíduos de mineração para a fabricação de blocos pré-moldados. O segundo, no ano de 2014, foi o "Prêmio Bom Exemplo", na categoria Meio Ambiente, promovido pela rede Globo Minas, Fundação Dom Cabral, Fiemg, Jornal O Tempo e a Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais – Ocemg. Este prêmio reconhece iniciativas e pessoas que, direta ou indiretamente, contribuem para a construção de uma sociedade mais solidária e cidadã, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no Estado de Minas Gerais.
Após adquirir o Terminal Rodoviário – TSA –, no Município de Brumadinho, em Minas Gerais, utilizou recursos próprios para alargar e pavimentar a estrada através de um convênio com o Município de São Joaquim de Bicas, ligando a Rodovia BR 381 até o Terminal, diminuindo o impacto social pelo uso da estrada para transporte de minério de ferro. Também construiu, em parceria com a MRS, um viaduto sobre a linha férrea dentro do Terminal para que a estrada municipal não fosse interrompida por obras pelas manobras do trem de ferro. Ainda ajudou, com doação de recursos próprios, ao município de Brumadinho, a construir uma ponte sobre o Rio Paraopeba para eliminar o trânsito de caminhões de minério em ruas do Município.
Mais recentemente, seu último projeto, ainda em fase de aprovação por órgãos governamentais, consiste na construção de complexo logístico que preparará a região para o futuro fim do ciclo de mineração, com uma solução que tornará a região competitiva, sustentável e atrativa pelas soluções de carga geral e carga a granel, contribuindo para a atração de novas indústrias e serviços, além do crescimento das já instaladas. O complexo logístico constará de um ramal ferroviária de 13 (treze) quilômetros, um terminal de carga geral (contêineres), um terminal de minério de ferro e uma estrada dedicada para o transporte de minério. Este projeto foi desenvolvido com o seu envolvimento e aporte financeiro pessoal desde 2008. Após concluído, será um dos mais modernos do país e poderá ser considerado o “Porto de Minas”.
Dilson, com toda sua simplicidade, foi um empreendedor visionário, inovador e perseverante. Dilson foi excelente filho, irmão, marido, pai, tio e, especialmente, avô. Foi também um patrão humano e atencioso. Compartilhava sua experiência de vida com todos que o cercavam. Dava conselhos e mostrava o caminho certo a seguir. Sua esposa, filhos e netos têm muito orgulho do marido, pai e avô superespecial que tiveram. Bem sucedido, tinha hábitos e costumes simples. Caridoso, ajudou centenas de pessoas e famílias, além de institutos, escolas, projetos sociais, igrejas e hospitais. Sempre de forma mineira - quieta e silenciosamente. Fazia com alegria e dizia que só queria orações. Durante os três últimos anos da sua vida, em batalha contra uma doença, ficou evidente o quanto era querido. Recebeu muitas orações e mensagens de carinho, motivação, fé e esperança de pessoas de todas as classes sociais, mas, principalmente, das pessoas mais humildes, aos quais eram tratados por ele sempre com igualdade e respeito.
Um filho de Itaúna que se dedicou a empreender, superar desafios, a crescer, a desenvolver, a inovar, a respeitar e ser respeitado. Sempre focado em fazer o bem, um homem digno de ser homenageado.
– Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça, para exame preliminar, e de Transporte, para deliberação, nos termos do art. 188, c/c o art. 103, inciso I, do Regimento Interno.