DEPUTADO CAPOREZZO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 26/03/2025
Página 63, Coluna 1
Aparteante BRUNO ENGLER, AMANDA TEIXEIRA DIAS
Indexação
15ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 25/3/2025
Palavras do deputado Caporezzo
O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas deputados estaduais. Começou o julgamento do presidente Bolsonaro. Eu proponho aqui uma reflexão. Imagine você, que está assistindo a esse discurso, acelerá-lo 14 vezes. Será que é possível entender alguma coisa nessa velocidade? Pois bem! Essa é a velocidade de julgamento do caso do Bolsonaro em relação ao mensalão: 14 vezes mais rápido do que o mensalão. Mensalão esse – vale a pena lembrar – em que Joaquim Barbosa, quando era ministro do STF, citou Jair Bolsonaro, então, deputado federal, como o único de seu partido a não receber propina. Um homem que é referência de honestidade! Que pena! Que pena que, para investigar corruptos, para julgar corruptos do mensalão, o STF foi 14 vezes mais lento do que está sendo agora com essa patifaria dessa delação premiada falsa feita sob tortura do Cel. Mauro Cid. Vale a pena lembrar também que esse já é o terceiro julgamento mais rápido da história da humanidade, o terceiro julgamento mais rápido da história da humanidade para um chefe de Estado e o julgamento mais rápido para um chefe de Estado de todo o hemisfério sul.
Qual é o problema? Qual é o problema do STF? E aí eu acho interessante, porque os ministros do STF falam tanto que nós devemos respeitar as instituições republicanas. Eu sempre lembro que democracia não é apenas o bom funcionamento das instituições republicanas, mas também a supremacia da vontade popular. Isso é democracia. Porém, quem mais trabalha pelo descrédito das instituições republicanas hoje no Brasil? É o próprio STF. Basta ver o que dizem os institutos de pesquisa, como o PoderData. Ele falou que a credibilidade que a população deposita no STF hoje é de apenas 12%, 12%. Os senhores ministros do STF são quem mais colabora com o desprestígio dessa instituição através desse circo de horrores que é esse pseudojulgamento hoje do presidente Jair Bolsonaro. Eu peço licença ao Dr. Matheus Mayer Milanez, advogado do honrado Gen. Augusto Heleno, que parafraseou São Tomás de Aquino ao falar que a esperança tem duas lindas filhas: a indignação e a coragem. A nós, nada disso faltará jamais. E é por isso que não iremos calar a nossa voz e seguiremos ao lado do maior líder popular e melhor presidente da história do Brasil: Jair Messias Bolsonaro. Presidente, sigo com o senhor; sigo em oração e já estou em campanha para Bolsonaro 2026.
O deputado Bruno Engler (em aparte) – Obrigado, deputado Caporezzo. Corroboro o discurso de V. Exa., que vai exatamente no ponto. Na verdade, pedi esse aparte para V. Exa. para fazer uma pergunta: onde está a OAB? Onde está a Ordem dos Advogados do Brasil? Sr. Beto Simonetti, o senhor não vai se manifestar? Hoje a gente viu mais um dos absurdos desse processo sem pé nem cabeça. Nesse processo, já foi denunciado que advogados não tiveram acesso aos autos; nesse processo que está sendo julgado pela 1ª Turma, que é composta por cinco, onde, no mínimo três deveriam se declarar suspeitos, o ministro Flávio Dino já disse que Bolsonaro é o demônio. Ora, se ele considera o Bolsonaro um demônio, como tem isenção para julgá-lo? O ministro Zanin já foi advogado do Lula em ação penal contra o presidente Bolsonaro, e o ministro Alexandre de Moraes, nesse processo, é ao mesmo tempo vítima, promotor e juiz. Ele não estaria apto para julgar ninguém nesse processo. Se ele consta como vítima, o mínimo que deveria fazer, se o julgamento fosse sério, seria se declarar suspeito e deixar que seus pares fizessem o julgamento, uma vez que ele é parte. Mas, para além disso, tivemos um novo capítulo do absurdo. O Sebastião Coelho, advogado de Filipe Martins, denunciado nesse processo, teve o seu acesso negado ao Plenário. Não basta impedir os advogados de terem acesso aos autos, agora impedem até os advogados das partes de irem ao plenário acompanhar o processo. É uma situação absurda, mas a gente continua fingindo normalidade nesse jogo de cartas marcadas. Tanto é um jogo de cartas marcadas que o Zanin, presidente da 1ª Turma, em ato falho, já chamou os denunciados de réus, adiantando o resultado que todos nós já sabemos. Lamentavelmente, em mais um dia, vão fingir normalidade nessa falsa democracia que impera no nosso país. Muito obrigado, deputado Caporezzo.
O deputado Caporezzo – Parabéns, deputado Bruno Engler! O que muito me alegra é saber que invariavelmente a história da humanidade prova que todas as ditaduras caíram. E essa ditadura maldita do Judiciário que impera hoje no Brasil vai cair também. Podem ter a certeza de que, no que depender do meu esforço pessoal, vai cair o quanto antes.
A deputada Amanda Teixeira Dias (em aparte) – Obrigada, deputado Caporezzo e os demais presentes. É com muita indignação que venho aqui, hoje, falar da questão de a Débora ser condenada a 14 anos por escrever “Perdeu, mané!” em uma estátua, com batom, gente. Com isto aqui. (– Mostra batom.) Um batom virou motivo de uma condenação tão absurda. Hoje, vejo que vários estudantes, vários vândalos em universidades federais vêm pichando o patrimônio público, e nada acontece. A gente vê “Fora, Bozo!”, vê várias pichações. Usando dinheiro público, a Ubes, na época da campanha, falava: “Tirei o título para tirar o Bolsonaro. Se liga, hein?”. Vemos várias pichações, e nada acontece. Agora, um batom, que dá para ser lavado com água e sabão, em uma estátua… “Perdeu, mané!”. Perdeu o quê? Perdeu a noção? O STF perdeu o juízo hoje?
É muito triste o que está acontecendo no Brasil. Envio minha solidariedade a essa mãe. Nós queremos uma Justiça justa aqui, no nosso país, não um ativismo judicial. Chega de ativismo judicial! Que a Débora possa realmente sair dessa situação tão deprimente e dessa covardia que estão fazendo com ela. E que os filhos dela possam ter a mãe em casa, porque o Sérgio Cabral, colecionador de Rolex, está aí, solto, para contar história. Muito obrigada.
O deputado Caporezzo – Parabéns, deputada. É realmente lamentável o que aconteceu com a Débora, uma mãe de duas crianças pequenas. Essas, sim, são as maiores condenadas, porque estão perdendo o convívio com a mãe em um momento simplesmente fundamental para a formação do seu caráter. Uma criança de 6 anos, uma criança de 9 anos! Famílias estão sendo destruídas, há órfãos de pais vivos. Que Justiça é essa, que condena a Débora a 14 anos? Estou cansado de prender vagabundo na rua. Foram mais de dez anos como policial militar, combatendo o crime na linha de frente. Um vagabundo do PCC, lá em Munhoz, foi morto pela polícia recentemente. Graças a Deus, bandido bom é bandido morto mesmo, porque ele foi preso 70 vezes. Só eu o prendi mais de trinta vezes. Era um cara “faccionado” do PCC, que tinha passagem por tráfico de drogas, tentativa de homicídio, latrocínio, roubo. Era um pária da pior espécie. Foi preso 70 vezes, e, nas 70 vezes, a Justiça soltou esse vagabundo. Ele só parou de cometer crimes agora porque tombou, foi morto. Mas a Débora, que tinha um batom? Ela é condenada a 14 anos?
O STF é a esculhambação da Justiça no Brasil. Os senhores envergonham o nosso país. Já que vocês estão agindo dentro da normalidade democrática… Oh, Alexandre de Moraes, V.Exa. recebeu um convite para uma palestra lá em Nova York. O senhor vai, não vai? Ou não pode ir à maior democracia do mundo? Ou o seu visto foi suspenso, e agora o senhor é persona non grata, não é bem-vindo lá nos Estados Unidos? O senhor não é um democrata? Não é quem defende o direito? Vá lá, só para a gente ver um negócio. Estou lhe pedindo: vá lá! Vá fazer palestra em Nova York. Tenho certeza de que será lindo e será notícia no mundo todo a sua chegada lá. Estou esperando. Se o senhor é um defensor da democracia, vá aos Estados Unidos, que é a maior democracia do mundo, para passar vergonha. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais!