Pronunciamentos

DEPUTADO CAPOREZZO (PL)

Discurso

Informa sobre o Projeto de Lei nº 249/2023, de sua autoria, que proíbe o policiamento ostensivo unitário.
Reunião 2ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/03/2025
Página 40, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 249 de 2023

2ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/3/2025

Palavras do deputado Caporezzo

O deputado Caporezzo – Bom dia, presidente; bom dia, colegas deputados estaduais. Este projeto é de extrema relevância. Na condição de policial militar, eu tenho total competência para falar que ninguém é capaz de proteger a sociedade se primeiro não tiver condições de proteger a si próprio. Como é possível colocar um policial sozinho para patrulhar as ruas? E se ele se deparar com uma ocorrência que tenha, por exemplo, dois criminosos, e precisar abordá-los, precisar, naquele momento, entrar em luta corporal com um criminoso e tentar fazer uma imobilização para prendê-lo? Ele vai ter que usar as duas mãos. A arma dele está na cintura. O que os senhores e as senhoras acham que o outro criminoso vai fazer? Vai pular na arma dele. Isso é um grande risco para a vida. Vai morrer policial por causa dessa irresponsabilidade chamada policiamento unitário. E digo mais: também pode aumentar a letalidade policial. Eu sei que essa pauta de letalidade policial é uma pauta com que a esquerda se preocupa. Pois bem, a chance de um policial sozinho, contra três criminosos, dois criminosos, utilizar arma de fogo para eliminar o problema é maior ou menor? Então essa é uma pauta supraideológica. Não interessa se você é de direita, se você é de centro ou se você é de esquerda, nós precisamos manter a lei e a ordem. Ninguém pode prestar um serviço de segurança pública a contento sem conseguir proteger a si mesmo.

Pela vida dos policiais e para evitar que desgraças aconteçam em decorrência dessa modalidade de policiamento, que não deveria existir... O coronel comandante que, estando à frente da tropa, coloca o seu subordinado, coloca o seu comandado para policiar sozinho, dentro de um país tão violento como o Brasil, é um irresponsável, é um burocrata que deveria ser cuspido da farda, porque é indigno de comandar a polícia. Por isso, eu peço o apoio dos senhores deputados e das senhoras deputadas para a aprovação desse projeto, que é de suma importância para a segurança pública do povo mineiro.

Lembro que, infelizmente, o crime em Minas Gerais tem aumentado de maneira significativa; nós temos vivenciado o crescimento do crime organizado em Minas Gerais de uma maneira nunca antes vista, em especial do Comando Vermelho, aqui na região metropolitana, e do PCC, no Sul de Minas e no Triângulo Mineiro. E isso é fruto do quê? De um governo que tem sido irresponsável no trato da segurança do povo mineiro. Não é possível fazer segurança pública sem policial na rua. Como, infelizmente, a segurança pública está jogada às traças, não existe mais policial suficiente para fazer um patrulhamento mais abrangente. Para resolver o problema, o que o comando faz? Pressiona o governo para contratar mais policiais e proteger a população? Não. Coloca o cara sozinho para arriscar a vida em uma situação onde ele não consegue proteger a si próprio e, por isso, não consegue proteger a sociedade. Vamos salvar a vida do povo mineiro proibindo o policiamento unitário. Obrigado, presidente. Força e honra!

O presidente – Obrigado, deputado Caporezzo. Com a palavra, para discutir o projeto, o deputado Sargento Rodrigues.