DEPUTADA LOHANNA (PV)
Questão de Ordem
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/02/2025
Página 22, Coluna 1
Indexação
2ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 5/2/2025
Palavras da deputada Lohanna
A deputada Lohanna – Boa tarde, presidente; boa tarde, servidores da Casa. Presidente, como o senhor acabou de ler, eu tive a honra e a alegria de ter sido indicada pela maior bancada feminina da história da Assembleia Legislativa de Minas Gerais como líder. E aí eu quero citar o nome de todas as deputadas, grandes deputadas. Não tive a alegria, por questão de tempo, de ter o nome de todas, mas as conversas mostraram que essa era uma construção ampla e que a gente tinha esse respaldo. Então eu quero agradecer à deputada Amanda Teixeira, do PL; à deputada Ana Paula Siqueira, da Rede; à deputada Andréia de Jesus, do PT; assim como à deputada Beatriz Cerqueira; à deputada Bella Gonçalves, do Psol; à Chiara Biondini, do PP; à Delegada Sheila, do PL; à Ione Pinheiro, do União Brasil; à Leninha, do PT; à Lud Falcão, do Podemos; à Maria Clara Marra, do PSDB; à Marli Ribeiro, do PL; à Nayara Rocha, do PP. Nós recebemos agora também uma grande deputada que, com certeza, chega aqui, na Casa, para fazer a diferença: a Carol Caram, do Avante. Essa é a maior bancada feminina da história da Assembleia. Boa parte dela me deu a alegria de assinar essa indicação. E aí, nessa bancada, a gente tem mulheres de todo tipo, Elismar. A gente tem mulheres progressistas, mulheres conservadoras, mulheres do interior, mulheres da capital, mulheres mais jovens e mulheres mais maduras, mulheres com pautas extremamente diferentes entre si. Mas nós todas representamos a força das mulheres de Minas Gerais no Parlamento, com as suas diferenças obviamente. Não dá para achar que, num estado desse tamanho, cercado de todos os lados por estados diferentes, com características diferentes, a gente teria representações iguais. Eu tenho certeza, Betinho, de que a gente perderia em riqueza se as 15 deputadas da bancada feminina fossem exatamente iguais ou pensassem exatamente igual. Há muita gente me perguntando como eu pretendo conduzir o processo dessa próxima liderança. Eu tenho a certeza de que a gente vai conseguir fazer isso juntas. Temos direito a três vice-lideranças que estão sendo construídas internamente entre cada uma de nós. Mas, antes disso, eu tenho a certeza também de que a gente vai aprender muito, aprender com as mulheres que vieram antes de nós aqui, na Casa, e que já ocupam espaços de destaque e nos representam muito. Quero citar, por exemplo, a nossa procuradora-geral da Mulher na Casa, a deputada Ione; a presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a deputada Ana Paula Siqueira; a procuradora adjunta, a deputada Delegada Sheila; e a nossa 1ª-vice-presidenta, a deputada Leninha. Cito apenas quatro mulheres, mas com certeza eu não vou hesitar em procurar e caminhar de mãos dadas em todo momento de dificuldade e de dúvida ou em todo momento em que a gente tiver opiniões diferentes que estão conflitando e que a gente precise decidir para que lado ir. E mais que isso, Betinho, presidente, eu entendo que é importante a gente pensar também na nossa história, pensar no que nos trouxe até aqui, pensar no que as mulheres conquistaram quando se uniram de forma suprapartidária. Todo mundo sabe quem eu sou. Eu sou uma mulher de centro-esquerda, eu tenho posições claras e não deixei de ser tudo isso para pedir voto para a liderança da bancada feminina. Mas a liderança da bancada feminina exige uma capacidade de agir de forma suprapartidária, exige uma capacidade de agir pensando na pauta muito mais do que pensando naquilo que eu considero que seja o mais adequado do ponto de vista ideológico aqui ou acolá. E aí eu tenho dois exemplos históricos em que pretendo me inspirar ao longo dessa liderança. Um deles é o momento da “bancada do batom”, Bruno Engler. A “bancada do batom” foi composta pelas primeiras deputadas e senadoras da Constituinte que se uniram. Havia ali deputada e senadora da esquerda, deputada e senadora de direita, deputada e senadora municipalista, de pauta regional. E elas se uniram para garantir que, na nossa Constituição, a gente tivesse alguns direitos para os quais hoje a gente olha, Ricardo, e fala assim: são muito básicos. Peço só mais 1 minutinho, presidente, por favor. São direitos muito básicos, como o direito dos homens de serem iguais perante a lei, como está no art. 5º da Constituição e nunca esteve em nenhuma Constituição. Se é tão simples, por que nunca esteve? Elas conseguiram. Além disso, elas conseguiram o direito à licença maternidade de 120 dias e tantas outras pautas. Mais recentemente, a bancada feminina do Congresso, com mulheres de direita e de esquerda – e neste momento mais polarizadas, como a gente tem visto nos últimos anos –, se uniu, Betinho, para garantir o auxílio emergencial em dobro para as mulheres que são também mães solo. Foi um projeto de uma deputada do Psol – como a Bella Gonçalves aqui, na Casa –, relatado por uma deputada do Podemos – como a Lud Falcão aqui, na Casa. Elas se reuniram, elas lutaram, elas se impuseram ao governo; elas se impuseram, inclusive, para os outros colegas parlamentares. Elas discutiram e mostraram que isso era fundamental. E são mulheres de cores ideológicas muito diferentes. Então é por aí que a gente vai. Eu estou muito feliz, muito orgulhosa, muito grata por nossa bancada feminina, muito grata por estar à frente dessa liderança e com a certeza de que, com a ajuda das mulheres que vieram antes de mim, a gente conseguirá chegar muito longe. Obrigada, presidente.
O presidente – Obrigado, deputada Lohanna. Não tenho dúvidas da sua competência à frente dessa liderança. Com a palavra, pela ordem, o deputado Ricardo Campos.