1ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 4/2/2025

Palavras do deputado Caporezzo

O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas deputados estaduais. Eu tenho uma notícia extremamente grave. É lamentável o que a Canção Nova, uma organização que dispensa apresentações, que tem um trabalho de evangelização incrível pelo Brasil, e a Fundação João Paulo II estão enfrentando por parte do Ministério Público do Estado de São Paulo. Vejam só: o monsenhor Jonas Abib criou essas duas instituições e esteve na condição de presidente durante 40 anos. Há 40 anos que a Canção Nova é referência de excelência na prestação dos seus serviços, e não apenas em São Paulo, mas para todo o Brasil, inclusive para o nosso povo de Minas Gerais. É por isso que eu falo isto aqui.

Então o monsenhor Jonas faleceu, e quem assumiu o seu lugar foi o Pe. Wagner Ferreira, que assumiu tanto a Canção Nova quanto a Fundação João Paulo II, porque as duas foram criadas de maneira vinculada uma com a outra. E agora, do nada, por um passe de mágica, foi só o monsenhor Jonas falecer, e o Ministério Público do Estado de São Paulo voltou seus olhos para essas instituições. E o que eles querem? Promover o que eu chamo de verdadeira ingerência. É engraçado porque é o mesmo termo utilizado pelo Ministério Público. Eles querem que ao invés dos membros da Canção Nova e da Fundação João Paulo II decidirem os seus líderes, seja decidido pela Justiça, alguém de fora. Uma conduta baixa, vergonhosa, com uma carinha, aquela clara lembrança de perseguição religiosa. Isso tem cara de perseguição religiosa. Eu vejo sérios indícios. E me pergunto: o que faz o Ministério Público olhar para a organização civil, essas instituições que funcionam tão bem, como excelência, e, do nada, começar a fiscalizar e se preocupar? Eu tenho que fazer uma pergunta aqui: MPSP, está faltando fundação corrupta, que desvia dinheiro, para ser fiscalizada?

Está faltando, por acaso, ONG de esquerdista ladrão para vocês fiscalizarem? Eu acredito que não haja mais sindicato em São Paulo que diz representar os trabalhadores na mesma hora em que os rouba e que apenas abusa deles. Deve estar faltando isso em São Paulo para vocês estarem preocupados com a Canção Nova. Isso é uma vergonha. É uma conduta repulsiva e vexaminosa por parte do Ministério Público de São Paulo. E é exatamente isso que está acontecendo. São 43 anos de história, 40 anos de exemplo na prestação de serviço público, e, de repente, o Ministério Público, como num passe de mágica, decide perseguir a Canção Nova. Repito: isso, para mim, tem cara, tem cara de perseguição religiosa. Há sérios indícios porque não há nada que justifique o início dessa ação. Uma vergonha praticada pelo Ministério Público, que agora eu trago a esta tribuna e tenho certeza de que será reverberada no Brasil. O Brasil vai saber a perseguição que os religiosos da Canção Nova estão sofrendo.

Também quero lembrar o caso Cláudia Raia. Todo o mundo sabe que eu apresentei uma queixa-crime contra Cláudia Raia pela seguinte frase que falou na TV de Portugal, para quem abro aspas: “Tenho 17 vibradores em casa. E, quando a Sofia fez 12 anos, eu dei um vibrador para ela e disse: vá se investigar, vá saber do que você gosta. Hoje é prescrição médica”. Esperem um pouco: Com 12 anos de idade, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente – espero que ainda exista lei neste país – é criança. Você não entrega um vibrador a uma criança e fala que está cuidando dela. Isso, para mim, é pedofilia. Existem decisões do STJ que falam que pratica pedofilia alguém que entrega um brinquedo sexual a uma criança. Ainda que a Justiça diga o contrário ou reconsidere por se tratar de uma atriz global, amiga do Lula Lá – talvez reconsidere porque seja amiga do rei –, como vai justificar a questão da corrupção de menores? Isso é corrupção de menores. Como vai justificar a questão do constrangimento contra um menor? Vejam a resposta de Cláudia Raia diante disso: “Minha fala foi tirada de contexto. Sempre incentivei o diálogo aberto com meus filhos sobre todos os assuntos, incluindo educação sexual de forma respeitosa e apropriada para com a idade”.

Cláudia Raia, além de não ter vergonha na cara para falar o absurdo que a senhora falou, falta-lhe também muita humildade para assumir o erro que cometeu. É lógico que não há como você chamar um ato desse de educação sexual. Vocês entenderam, pessoal? Para Cláudia Raia, entregar um maranhão de borracha a uma menina de 12 anos é educação sexual apropriada à idade. Eu vou incluir também essa sua justificativa pífia e patética no Ministério Público, porque a senhora está reforçando o seu comportamento.

“Caporezzo, por que você se preocupa tanto com isso”? Porque eu sou polícia; eu sou policial. Eu me cansei de atender casos de pedofilia, um dos crimes mais bárbaros que existe. E é lógico que grande parte desses crimes são cometidos dentro de casa por pessoas que deveriam proteger a criança. E é um trauma que reverbera por toda a vida. A infância é o terreno onde se pisa para o futuro.

Recentemente, eu acompanhei a prisão, em Juatuba, de um falso padre pedófilo dos infernos que estuprou 60 mulheres, das quais 5 foram estupradas quando tinham cerca de 10 anos. As vítimas, agora com 40 ou 45 anos, chegaram a cometer suicídio. Uma delas ateou fogo no próprio corpo; jogou gasolina e ateou fogo no próprio corpo porque não soube lidar com o trauma sofrido na infância. Quem de vocês aí em casa não conhece alguém que sofreu abuso na infância e ainda sofre com isso até hoje? É esse tipo de crime, pedofilia, que essa fala irresponsável de Cláudia Raia favorece diretamente. E ela precisa ser responsabilizada com todo o rigor da lei para não abrir precedentes para casos semelhantes no Brasil. E sei que ela falou o que falou no seguinte espírito: “Vejam como sou uma pessoa muito atualizada. Façam o mesmo com as famílias do Brasil. Façam o mesmo em casa”. Ela acredita ser um exemplo, pois é uma atriz com milhões de seguidores que acham que a conduta dela deve ser copiada. Uma grande vergonha.

Por fim, tenho recebido muitas mensagens de pessoas falando: “Caporezzo, não estou entendendo o Bolsonaro. O Bolsonaro apoiou o Davi Alcolumbre e o Hugo Motta para a presidência. Ele está traindo a direita. O que está acontecendo com o Bolsonaro?”. Gente, é brincadeira um negócio desse. Vocês querem que a política seja feita como? O presidente Jair Bolsonaro tem mais de 30 anos de vida pública, sem jamais se corromper. Confiem um pouco mais na pessoa que vocês escolhem.

Vou explicar-lhes como se dá a eleição de um presidente. Quando um candidato tem a maioria dos votos, ele tenta viabilizar o seu nome. E foi isso o que aconteceu tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. Os candidatos tinham a maioria dos votos. Então o que fica? Direita e esquerda. Se a direita não os apoia, a esquerda os apoia. Eles são eleitos, e a direita é varrida para o lado, deixada de lado nas grandes deliberações políticas. Se a direita os apoia e a esquerda não, a esquerda abandona, e então a direita e a esquerda vão apoiá-los. Por qual motivo? Porque eles precisam de comissões. Eles precisam de espaço. Amadureçam politicamente. A política é feita com ocupação de espaços. Tenho certeza de que todo o mundo de direita gostou de ver o Nikolas Ferreira na Comissão de Educação. Como isso foi feito? Por um acordo desse tipo. Tenho certeza de que todo o mundo gostou de ver a Carol De Toni na presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a comissão mais importante da Câmara dos Deputados. Como isso foi feito? Com o apoio à presidência. Então falar para os deputados de direita não apoiarem um candidato que já ganhou é pedir que se afunde a direita e que não se deixe espaço para trabalhar dentro da via pública.

E há as pessoas, os intergalácticos e os políticos intergalácticos, que falam que apoiam o Bolsonaro, mas só o apoiam na hora da eleição. Depois se posicionam contra ele. O que esses caras querem? Promover a verdade, falando essa história, que, às vezes, é um pouco difícil, mas que é a verdadeira, esclarecendo o povo, dizendo-lhe que eleição dentro de casas legislativas não é como eleição da rua, em que você escolhe o melhor e vota nele, mas que você tem realmente que escolher a pessoa que tem chance de vencer para ter espaço de trabalho. Eles fazem esse trabalho difícil de explicação ou escolhem o caminho confortável de falar “não, sou a direita limpinha e não me misturo?” É lógico que nenhum de nós quer se misturar. Mas, ao fazerem isso, o que eles querem é viabilizar 2026, é pegar a massa de pessoas insatisfeitas com suas próprias mentiras. Eles falam: “Ah, não há como apoiar esse cara, pois esse cara não vai promover o impeachment de Alexandre de Moraes”. Sou o primeiro que sonha com esse impeachment, mas qual candidato faria isso ou teria a chance de vitória para fazê-lo? Nenhum! Nenhum! O que eles querem é desgastar a imagem do Bolsonaro e se viabilizarem em 2026 por terem projeto pessoal. Vocês têm projeto pessoal, e não têm vergonha na cara! Vocês não estão preocupados com o Brasil. Quem está preocupado com o Brasil é quem já sangrou por ele, como o presidente Jair Bolsonaro.

Quero parabenizar o deputado federal Mário Frias, que adotou uma postura de coragem e enfrentou esses canalhas, essa falsa direita, que, em vez de explicar para a população como se faz política, com ocupação de espaços, prefere autopromoção na base da mentira. E aí eu falo: qual é a alternativa para quem deseja resolver as coisas do dia para a noite? Vocês querem pegar em armas e tentar resolver a coisa? Com o apoio de quem? Qual é o Exército que vai apoiar algo assim, já que um plano desses nunca existiu? E não existiu porque isso não tem viabilidade. A direita é democrática e vai utilizar os meios legais. Ela vai utilizar a democracia para vencer, porque a maior parte da população brasileira é conservadora, e nós vamos ter o nosso país de volta. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais.

O presidente (deputado Mauro Tramonte) – Obrigado, deputado Caporezzo. Com a palavra, para seu pronunciamento, a deputada Leninha.