Pronunciamentos

DEPUTADO JOÃO VÍTOR XAVIER (CIDADANIA)

Questão de Ordem

Critica pronunciamento do deputado Leleco Pimentel relativo à questão tributária e ao empresariado.
Reunião 33ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/07/2024
Página 114, Coluna 1
Indexação

33ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 10/7/2024

Palavras do deputado João Vítor Xavier

O deputado João Vítor Xavier – Presidente, muito brevemente, de maneira muito respeitosa – e o deputado Leleco sabe que tenho por ele apreço pessoal, respeito, amizade –, quero manifestar uma divergência ideológica. Eu não conheço o Salim Mattar, nunca estive com ele pessoalmente, nunca estive com o Salim Mattar, mas acho que é muito injusto quando a gente pessoaliza uma questão tributária numa pessoa. Eu entendo que o estímulo é importante para essa área da locação no Estado. É um setor que arrecada quase R$2.000.000.000,00 de tributos para o Estado de Minas Gerais, é um setor que emprega milhares e milhares de pessoas em Minas Gerais. Só aqui, em Minas Gerais, são mais de 300 mil empregos gerados. E, se o Estado de Minas Gerais não conceder esse tipo de incentivo para competir e enfrentar a guerra fiscal e a guerra tributária com outros estados, o que vai acontecer é uma transferência direta dos carros daqui para outros estados. Você vai para a praia, por exemplo, para a Bahia. Quando você chega lá e aluga um carro, a placa é de Belo Horizonte. Por que a placa de um carro que está na Bahia é de Belo Horizonte? Porque a sede da Localiza é aqui, como a sede de outras empresas dessa área. O que acontecerá se o Estado não lutar nas guerras fiscal e tributária? Até hoje não tivemos uma reforma tributária no Estado. Eu até torço para que ela seja aprovada brevemente, porque será uma grande vitória dos brasileiros. O seu colega de partido, o deputado Reginaldo Lopes, tem feito um grande trabalho e hoje inclusive tenta colocar essa matéria em pauta e pode dar essa grande contribuição para Minas Gerais e para todos os estados da Federação. Então aqui não faço uma defesa pessoal, até porque não conheço a pessoa do Salim Mattar, mas é um desagravo a um empresário, a um empreendedor, a alguém que é mineiro, que investiu em Minas, que criou empregos, que gera empregos aqui no Estado de Minas Gerais. Considero que acaba sendo injusto pessoalizar ou demonizar tanto a figura de um empresário quanto de uma pessoa por uma disputa político-ideológica. Eu entendo que ele, depois da sua vida privada, foi para a vida pública, o que é direito de todo o mundo. Todo o mundo tem o direito, e eu acho que até o dever de colaborar. Eu gostaria que mais pessoas tivessem essa decisão de colaborar na vida pública, como nós colaboramos, e como num determinado momento, o Salim Mattar também buscou colaborar. Repito aqui: eu não o conheço pessoalmente, mas já li em alguns lugares sobre a sua trajetória empresarial. Acho que um problema grave no nosso país é a demonização do empresário. Quando você assiste a uma novela das 8 horas na televisão, vê que o vilão é sempre o empresário, é aquele mal. A gente não vai formar uma nação desenvolvida assim. É o empresário quem gera emprego, quem gera renda, quem gera tributo. Temos maus empresários também, como nós temos maus advogados, maus professores, maus jornalistas, que é o meu ofício, a minha profissão. Temos boas e más pessoas em todas as áreas. Ponto um: não podemos demonizar a figura do empresário. O empresário não pode ser a pessoa má no nosso país. O empresário é importante para o nosso país, como o servidor público é importante, como qualquer outra atividade profissional é importante. Ponto dois: é injusto a gente jogar sobre o setor da locação de imóveis a pecha de um setor que está sendo danoso ou ruim para o Estado. Se não houver incentivo, mudam daqui, como o setor calçadista muda daqui, como vários outros setores mudam do Estado. É um problema de regulamentação tributária que é danosa para Minas Gerais e para qualquer canto do Brasil. Eu sou completamente a favor desse tipo de incentivo para que Minas Gerais não perca mais empregos, que são milhares, e não perca o que já é gerado de tributo, que já são mais de R$2.000.000.000,00. Ponto três: nós precisamos nos unir para que cada vez mais tenhamos no Estado de Minas Gerais grandes empresas, mineiros que vençam, que geram emprego, que geram renda, empresas mineiras que possam ser referência para o Brasil. Com todo o respeito – o senhor sabe do carinho enorme que tenho pelo senhor –, eu queria deixar esse registro aqui a essa fala de V. Exa., de maneira muito respeitosa.