Pronunciamentos

DEPUTADO CAPOREZZO (PL)

Discurso

Elogia motorista que atropelou ladrão para livrar mulher de assalto no Município de Uberlândia. Critica o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, por declaração de que a retomada do comércio gaúcho ficaria prejudicada devido ao grande volume de doações físicas que chegam de todo o País, após as enchentes que atingiram o estado. Alerta para possíveis consequências do projeto de lei que altera a lei que estabelece diretrizes para o atendimento prestado pelas comunidades terapêuticas no Estado. Deseja total recuperação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, internado por problemas de saúde.
Reunião 20ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/05/2024
Página 63, Coluna 1
Aparteante BRUNO ENGLER
Indexação
Normas citadas LEI nº 22460, de 2016

20ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 15/5/2024

Palavras do deputado Caporezzo

O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente. Boa tarde, colegas deputados estaduais. De fato, nem todo herói usa capa, e hoje eu comprovei isso lá em Uberlândia, cidade onde vivo, no Bairro Umuarama. Dessa vez um herói utilizou uma caminhonete branca. Ao perceber que uma mulher estava sendo assaltada na rua, ele deu uma ré e atropelou o vagabundo. Que conduta linda! E antes que alguém reclame por eu estar comemorando o atropelamento desse bandido, porque para mim bandido tem mais é que se dar mal mesmo, vamos ler o que fala o art. 301 do Código Penal Brasileiro: “Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito”. Uma vez que o marginal estava em flagrante delito, assaltando uma cidadã, esse herói de caminhonete branca fez muito bem em dar uma ré e passar por cima desse vagabundo. É isso que eu desejo para Uberlândia e é isso que eu desejo para o Estado de Minas: vagabundo, bandido sendo atropelado pela população de bem, sendo preso pela população de bem, ajudando a polícia. Eu não apenas vou comemorar, como também mandarei agora uma mensagem para você, que foi responsável por essa prisão. Pode me procurar que eu vou pagar para você um churrasco lá na Churrascaria Chimarrão, está bem? Procure-me, ligue no meu gabinete.

Mais uma coisa aqui: o Brasil inteiro ficou chocado hoje com a fala do governador Eduardo Leite. O que ele teve a cara de pau de falar? Quando você tem um volume tão grande de doações físicas chegando ao estado, há um receio sobre o impacto que isso trará ao comércio local. Então, ele está sendo ingrato com as diversas doações que o povo brasileiro, em todo o País, está enviando para o Rio Grande do Sul? Não, gente, não é só a ingratidão, não, é a ganância que cega os olhos. Eu vou ler de novo o que o governador disse: “Volume tão grande de doações físicas”. Doações físicas! O governador está querendo o quê? Doação em espécie. É para a gente mandar dinheiro para o estado dele, porque agora ele está preocupadinho com o comércio. Eduardo Leite, onde estava a sua preocupação na época do covid-19, quando você, de maneira draconiana, fechou todo o comércio e impediu as pessoas de trabalhar? Crie vergonha na sua cara! Que papelão você fez! Envergonha o Estado do Rio Grande do Sul e desmerece essas pessoas que perderam tudo, que perderam suas casas, que perderam tudo que tinham.

E agora? A pessoa tem de pegar o dinheiro e ir ao comércio comprar? Estamos, claro, sim, preocupados com o todo, com o povo gaúcho, com os comerciantes também. Agora, essa sua falsa preocupação, travestida aí com “ah, vamos tomar conta aqui dos comerciantes”, sendo que o que você quer é doação em espécie! Já que você está preocupado… Recebemos a notícia de, que no dia 13 – não coincidentemente 13 – deste mês, você falou que o Município de Farroupilha não está mais em estado de emergência. Por quê? Porque o prefeito de Farroupilha enquadrou Paulo Pimenta, o ministro da Secom? Então, agora eles não precisam mais de ajuda? Cara, o que você está fazendo é uma patifaria, é uma covardia tremenda contra o seu próprio povo! Mas pode ficar tranquilo que a solidariedade do povo brasileiro com a situação dos nossos irmãos gaúchos não vai mudar, e continuaremos ajudando. Se for para mandar dinheiro em espécie, certamente não vai ser para a sua gestão.

Mais uma coisa. Hoje quase foi votado nesta Casa o Projeto de Lei nº 172, que parece ser um projeto que traz uma preocupação com os dependentes químicos, mas há alguns “jabutis” dentro dele. Faço questão de avisar a todos os deputados agora para que eles tenham ideia, quando forem votar esse projeto, das consequências que ele pode trazer para toda a população de Minas Gerais. Está bem?

Está aqui: “Altera a Lei nº 22.460, de 23/12/2016, que estabelece diretrizes para o atendimento prestado pelas comunidades terapêuticas no Estado”. Ou seja, para dependentes químicos. E fala o seguinte: “Acrescenta o inciso VI ao art. 2º determinando que a rede de atenção básica do território de referência do usuário do serviço de saúde ou o centro de atenção psicossocial desse território deverão atuar de forma articulada e integrada com os pontos de atenção psicossocial dos territórios de saúde”. O que é isso? Eles estão preocupados com as unidades básicas, com os postinhos de saúde. Olhem a quantidade de doenças e de pessoas com problemas de emergência que vão para os postos de saúde hoje em diversas cidades de Minas! Já não temos estrutura para suportar o tamanho da demanda. Agora, imaginem uma pessoa que chega ali, passando mal, às vezes tendo um problema cardíaco, tendo uma crise de diabetes, tendo um problema sério, que requer atendimento urgente, e aí uma das macas vai estar ocupada para colocar sorinho no braço do noiado, do cracudo, não é? Falo isso com todo o respeito às pessoas que têm dependência química. A gente quer, sim, que essas pessoas sejam tratadas, mas não é sobrecarregando os postos de saúde que a gente vai fazer isso. Dessa maneira só criaremos um problema ainda mais grave e colocaremos pessoas que não têm problemas de dependência química para morrerem nas filas dos postos de saúde. Não é assim que a gente resolve o problema.

Só que há um segundo “jabuti” nesse projeto de lei que, para mim, é tão grave quanto o outro. Ele insere o inciso X, que diz o seguinte: “A atenção básica ou o centro de atenção psicossocial deverão” – olhem a palavra, olhem o verbo – “deverão dar orientação e suporte ao acolhimento feito nas comunidades terapêuticas durante esse período…”. Espere um pouquinho! A grande maioria das unidades terapêuticas destinadas à recuperação de dependentes químicos no Brasil é sustentada pela Igreja Católica ou por igrejas evangélicas. Então, eles estão criando uma regra para o Estado dizer o que essas pessoas devem ou não fazer enquanto metodologia terapêutica. Isso significa que o Estado vai poder falar o seguinte: olha, nessa instituição de saúde, você, para tratar dessa pessoa que é dependente química, tem de tirar a Bíblia daí, tirar o crucifixo da parede, tirar o rosário. É isso que eles estão falando, só que, conforme a lei, essas instituições são subvencionadas, não cabendo, portanto, ao poder público fazer uma ingerência e dizer qual é o método que elas devem ou não aplicar. Ajuda muito quem não atrapalha. E a gente não pode atrapalhar realmente essas pessoas que tanto trabalham recuperando dependentes químicos, não apenas no Estado de Minas Gerais, mas em todo o Brasil.

Então, que cada deputado e deputada desta Casa saiba que este Projeto nº 172, caso venha a ser votado, vai sobrecarregar os postos de saúde, vai dificultar a vida do cidadão. Quem votar nisso vai prejudicar a vida do cidadão que vai ter um problema seriíssimo nos postos de saúde, além, é claro, de atrapalhar as casas que realmente trabalham para a recuperação de dependentes químicos no Estado de Minas Gerais.

O deputado Bruno Engler (em aparte) – Obrigado, deputado Caporezzo. Em primeiro lugar, quero corroborar o discurso de V. Exa., nos temas mencionados, uma vez que V. Exa. fala com muita propriedade sobre os assuntos. Eu pedi a palavra, e eu não deveria mais me surpreender com a cara de pau de esquerdista ao microfone, mas, infelizmente, eu ainda me surpreendo. O parlamentar que antecedeu V. Exa., defensor do Lula, teve a cara de pau de dizer que o governador Zema só quer saber de viajar – o Zema viajante. Ora, mas ele defende o Lula, e o Lula gastou um R$1.000.000.000,00 em viagens só no ano passado! Rodou o mundo inteiro, nos melhores hotéis, gastando o nosso dinheiro! Olhe para o próprio umbigo antes de apontar o dedo para os outros!

No final de seu discurso, o parlamentar ainda veio tentar fazer um paralelo entre Jair Bolsonaro e Lula, sendo que eles realmente não têm nada em comum, porque o presidente Bolsonaro enfrentou tragédias durante o seu governo, mas o presidente Bolsonaro nunca negou a ajuda de países estrangeiros, como o governo Lula negou, comprovadamente, ao não aceitar a ajuda do Uruguai, a oferta de lanchas, de drones e de aviões para ajudar o povo que precisa. O governo Bolsonaro nunca multou, como o diretor-geral da ANTT admitiu que multou, seis caminhões! Nunca multou quem estava levando doação para os necessitados. O governo Jair Bolsonaro nunca fez hora para comprar a vacina aprovada pela Anvisa, como o “presidengue” Lula fez com a vacina da dengue, fazendo com que a gente visse, recentemente, o maior surto registrado dessa doença no nosso país. Então, realmente, não há nenhuma comparação! E o povo brasileiro está abrindo seus olhos, ao ver o desastre que é esse governo dos corruptos, e começando a valorizar o grande presidente que foi Jair Bolsonaro. Não é à toa que ele é o ex mais amado do Brasil! Muito obrigado, deputado Caporezzo.

O deputado Caporezzo – Obrigado, deputado Bruno Engler. Realmente o presidente Bolsonaro é o ex mais amado do Brasil, e nós desejamos ao presidente plena e total recuperação. Ele está internado para tratar uma infecção de pele e também um pequeno problema que teve no aparelho intestinal, lembrando que isso é oriundo da facada que recebeu de um ex-membro do Psol. Muita gente se esquece disso e fala: “Ah, é doente mental!”, mas é um doente mental que tinha filiação partidária até pouco tempo antes de efetuar a facada no presidente Bolsonaro. Aliás, a presença dele foi registrada na Câmara dos Deputados, enquanto ele estava em Juiz de Fora, e, até hoje, ninguém tem essa resposta, deputado Bruno Engler, como também ninguém tem a resposta de quem mandou matar Jair Messias Bolsonaro. Mas nós não vamos desistir de descobrir quem foi o autor, o mandante desse crime bárbaro que quase ceifou não apenas a vida do presidente como também o futuro do nosso país. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais!