19ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 14/5/2024

Palavras da deputada Bella Gonçalves

A deputada Bella Gonçalves – Muito obrigada, presidenta. Quero cumprimentar a presidenta Leninha, todos e todas aqui. Eu não podia deixar de me manifestar hoje em repúdio à sessão solene macabra que se instalou aqui, na Assembleia Legislativa, na noite de ontem. Em um momento em que o Estado de Israel lança uma nova ofensiva contra o povo palestino, esta Casa faz uma sessão para homenagear Israel, quando a gente deveria pedir paz. Quando a barbárie da guerra e do genocídio se instalam, todo mundo deve pedir paz. Nós já tivemos mortos demais nesse genocídio sanguinário. Foram mortos 34.844 palestinos pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza. Desses mortos por Israel, 97 eram jornalistas e 179 eram trabalhadores da ONU. Ainda segundo a ONU, dos 35 mil mortos, mais de 7 mil, quase 8 mil, eram crianças, e quase 5 mil eram mulheres, sendo que 1.924 eram idosos. A cidade de Rafa, no sul da Faixa de Gaza, era o último refúgio dos palestinos, que foram sendo varridos, assassinados do norte até o sul e encontraram naquela cidade o último refúgio possível. Numa cidade em que antes havia 150 mil pessoas, hoje mais de 1.700.000 palestinos vivem sob tendas, diante da escassez de água, de alimentos e de medicamentos. Agora o Estado de Israel anuncia que fará um novo bombardeio, um novo ataque a Rafa. Para onde a população palestina vai, se eles querem matar todos de forma indiscriminada? No último 10 de maio, nós tivemos um reconhecimento importante por parte da Assembleia Geral da ONU do Estado da Palestina: 143 países reconheceram a Palestina, sendo que 20 se abstiveram e apenas 9 votaram contra. Sabemos que os Estados Unidos, no seu Conselho de Segurança, pode tentar reverter a decisão da maioria da Assembleia Geral, o que é uma covardia. Mas não deixa de ser muito importante o mundo se posicionar contra essa guerra, esse genocídio sanguinário. Bom, é uma tristeza saber que a Assembleia Legislativa poderia estar fazendo atividades de paz, poderia estar discutindo as necessidades de a gente produzir uma paz no mundo mesmo, uma relação melhor entre os países, formas de relações diplomáticas que evitem guerras sanguinárias como essa, mas, não. Alguns aqui preferem atiçar o conflito e homenagear um estado que, neste momento, neste momento específico, está cometendo um genocídio contra o povo palestino. É isso, presidenta. Eu não podia deixar de me manifestar no dia de hoje. Muito obrigada.