Pronunciamentos

BENY COHEN, Presidente da Federação Israelita do Estado de Minas Gerais

Discurso

Transcurso do 76º aniversário de criação do Estado de Israel.
Reunião 18ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/05/2024
Página 16, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 1830 de 2023

18ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 13/5/2024

Palavras do Sr. Beny Cohen

Sr. Deputado Antonio Carlos Arantes; 1º-secretário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, representando o presidente da Assembleia, deputado Tadeu Martins Leite; Exma. Sra. Deputada Marli Ribeiro, autora do requerimento que deu origem a esta homenagem; Exmo. Sr. Senador Carlos Viana, presidente do grupo parlamentar Misto de Amizade Brasil-Israel do Congresso Nacional; Exmo. Sr. Allember Barreto Lima da Silva, promotor de Justiça, representando o Sr. Jarbas Soares Júnior, procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais; Exma. Sra. Marcela Trópia, vereadora de Belo Horizonte, representando a Câmara Municipal de Belo Horizonte; Exmo. Sr. Desembargador Jadir Silva, presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais; Exmo. Sr. Deputado Bruno Engler; Exmo. Sr. Sílvio Nuzmann, cônsul honorário de Israel em Belo Horizonte, boa noite. Boa noite a todos!

Hoje nos reunimos para celebrar o 76º aniversário de independência do Estado de Israel. Nesta ocasião especial, é importante refletir sobre as conquistas notáveis e os desafios enfrentados por esta nação vibrante. Israel tem sido fonte inesgotável de inovação e progresso. Seus avanços em tecnologia, ciência, saúde e segurança têm impactado positivamente pessoas em todo o mundo. As contribuições de Israel transcendem fronteiras, trazendo benefícios significativos para a humanidade. Os processadores Intel, Pen Drive, vários aplicativos, entre eles o Waze, são apenas alguns exemplos do país que também foi pioneiro em inteligência artificial.

Além disso, é fundamental reconhecer o compromisso de Israel para com a democracia e a liberdade de expressão. Em Israel acontece anualmente uma das maiores paradas LGBTQIA+ do mundo, a única, sem dúvida, do Oriente Médio. Acreditamos que a diversidade de opiniões e a inclusão de todas as vozes fortalecem o tecido social dessa nação. Israel é uma mescla de judeus, árabes, cristãos, vivendo sob um regime democrático com os mesmos direitos. Israel é parlamentarista, onde todos os grupos são representados e possuem voz. São brasileiros, americanos, argentinos, sul-africanos, ingleses, iemenitas, australianos e outras dezenas de nacionalidades vivendo o mesmo sonho, cultivando o deserto, dessalinizando a água, vivendo em cidades ou no campo, de forma organizada também kibutzim e moshavim.

São colonos, agricultores, médicos, advogados, profissionais liberais que se somam com suas experiências e expectativas para um futuro seguro. Com uma história marcada por conflitos com seus vizinhos, Israel recentemente foi brutalmente atacada, violentada, assassinada e sequestrada. Israel clama por seus reféns, cidadãos comuns de bem, moradores da fronteira, em sua grande maioria pacifistas, que buscavam, através de seus trabalhos, uma convivência regada de tolerância. Tudo isso nos foi saqueado, roubado e dizimado. Precisamos urgentemente que as autoridades mundiais voltem a ter a capacidade crítica de entendimento sobre uma guerra a qual só podemos dar fim quando nossos cidadãos retornarem aos seus lares. A paz na região somente retornará quando o terrorismo for eliminado. E tenho certeza de que Israel está fazendo esse trabalho por sua população e, mais uma vez, está prestando um serviço para o mundo, erradicando o terrorismo do Hamas.

Neste momento, além do conflito nas fronteiras Sul e Norte do país e de ataques provenientes do Irã, Israel e judeus do mundo inteiro estão sendo alvos crescentes de uma onda de antissemitismo. O direito à defesa, frente ao 7 de outubro, parece inexistir para o mundo. Por termos um país potente, em poderio bélico, e nos defendermos do terror, isso faz com que pareça que perdemos a moral e o direito de contra-atacarmos a quem nos proferiu ataques desumanos, arrancando-nos a vida de milhares de jovens, idosos, crianças e até bebês.

Diga-me, senhores, como o mundo pode cegar-se dessa forma? Como podemos ser vilões de uma situação doentia perpetrada por um grupo terrorista? Como responder aos atos do dia 7 de outubro na mesma moeda? Como o tabuleiro da vida vira ao nosso desfavor quando lembram que somos judeus e queremos lutar com todas as nossas armas? Queridos amigos, nós somos judeus e estamos sofrendo, mas também somos resilientes e seguiremos firmes com a ajuda de Deus e com a certeza de termos derrotado o terrorismo, tentando poupar o maior número de inocentes.

Aos dirigentes desta Casa, fica o nosso pedido: não permitamos que o antissemitismo tome conta de nossas universidades, de nossas ruas e de nossas vidas, assim como em outros países. Que a liberdade de culto, sempre presente no Brasil, continue a ser celebrada, pois, como dito por Albert Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito.

Reconhecemos os desafios que Israel está enfrentando e expressamos nossa solidariedade diante das dificuldades e conflitos que assolam a região. Mantemos a esperança de que um futuro pacífico e próspero possa ser alcançado para todos os povos da Terra. Que este aniversário da independência seja um lembrete do potencial ilimitado de Israel e uma inspiração para o mundo onde a inovação, a liberdade, a tolerância, a democracia, a paz e o respeito mútuo possam prosperar.

Muito obrigado a todos os presentes e, em especial, à deputada Marli Ribeiro, pela coragem de requerer esta tão importante solenidade neste momento tão delicado da nossa história. Muito obrigado.