SR. LUCIANO JOSÉ DE OLIVEIRA, Diretor-presidente da CeasaMinas
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 16/04/2024
Página 4, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 5724 de 2024
12ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 11/4/2024
Palavras do Sr. Luciano José de Oliveira
Boa noite a todos. Quero aqui cumprimentar o deputado Antonio Carlos Arantes, secretário da Assembleia, representando nesta solenidade o presidente Tadeu, e fazer uma referência ao nobre deputado, que é um árduo defensor da agricultura, dos agricultores e dos comerciantes de longa data. Ele representa dignamente aqui o Parlamento, com muita altivez. Parabéns e obrigado, deputado. Cumprimento ainda o deputado Raul Belém pela gentileza, pelo apreço e pela consideração que teve ao nos proporcionar este momento único dos 50 anos da Ceasa, que com certeza vão ficar marcantes. Obrigado, deputado. O meu amigo deputado Mauro Tramonte é uma pessoa que conheci há alguns anos – não vou falar quantos, mas foi há alguns anos – numa relação comercial, e ficamos amigos. O deputado Mauro Tramonte é uma pessoa que tem uma inserção enorme em Minas Gerais, no Brasil e até no mundo com as redes sociais e a internet hoje. Ele leva sempre o nome do Parlamento, o nome da comunicação e a firmeza com que defende os interesses dos mineiros. Muito obrigado, deputado Mauro Tramonte. Cumprimento também o Albanez, pessoa que conheci quando assumi a presidência da Ceasa. Rapidamente tivemos uma identidade muito comum e nos tornamos amigos. O Albanez me ajudou muito no início da minha gestão na Ceasa, que vai completar três anos. Sempre com uma palavra equilibrada, ele é conhecedor profundo dos problemas que a Ceasa encontra. Como já foi dito aqui, é uma grande cidade que tem uma multiplicidade de problemas. O Albanez era sempre a pessoa a quem eu recorria para poder me dar um conselho e muitas vezes, até em momento de desespero, ele me acalentou muito e falou: “Calma, calma, isso é assim mesmo”. E hoje, graças a Deus, eu enfrento todos os problemas que existem lá com bastante serenidade. Eu agradeço muito a você, Albanez, pelos sábios ensinamentos e pelas palavras que você me proporcionou desde que eu o conheci. Obrigado! Leve também esse apreço da Ceasa ao nosso secretário Thales. O Thales é um inveterado pela Ceasa, gosta da Ceasa, iniciou sua vida profissional na Ceasa. Por ocasião das comemorações dos 50 anos lá na Ceasa, ele, na verdade, falou tanto que eu quase não tive o que falar, de tanto que ele gosta. A Ceasa, como o Raul bem disse aqui, é contagiante. A gente tem lá uma vida muito árdua, tanto por parte dos comerciantes quanto dos agricultores, dos carregadores, de toda aquela comunidade que lá transita. Mas a gente cria um amor inimaginável por aquilo ali. Então leve o nosso abraço ao Thales também. A Karina, vice-presidente e futura presidente da Associação Comercial da Ceasa, é outra pessoa também a quem eu quero agradecer. Você é representante daqueles 800 comerciantes que existem lá, lojistas, que fazem esse comércio pujante da Ceasa no dia a dia. Sem vocês para comprar lá, o que seria dos produtores e sobretudo dos pequenos produtores?
Então vocês fazem aquela máquina funcionar perfeitamente, levando produtos de qualidade – eu tenho certeza – com muito amor e dedicação. Leve o meu abraço ao presidente Noé, que é outro amigo que eu fiz ao longo dessa minha trajetória na Ceasa. Muito obrigado pela sua presença. A delegada Mariana, que está lá há pouco tempo, ou seja, assumiu o posto lá há pouco tempo, eu tenho certeza de que já tomou um gosto imenso pela Ceasa; ela é que está lá, no dia a dia, cuidando da nossa segurança com muita altivez. Obrigado pela sua presença.
Agora eu estou sem graça. O Mauro olhou o meu discurso ali e falou assim: “Poxa, mas isso tudo aqui, Luciano?”. Eu falei: “Mauro, é porque a minha vista está ruim. Então eu peguei e mandei com letra bem grande”.
Hoje celebramos o plantio de uma semente. No dia 28/2/1974, entrava em operação a CeasaMinas, uma empresa que, tal como uma semente plantada em terra fértil, geraria inúmeros frutos para a sociedade; frutos que podem ser vistos na face de cada trabalhador da CeasaMinas, naquela sensação do dever cumprido de cada um ao fim de uma jornada de trabalho; frutos que podem ser notados na alegria de um pai ou de uma mãe que tem a oportunidade de levar comida para os filhos após um exaustivo dia de labuta. Para nós, da CeasaMinas, poderia haver algo mais gratificante?
Ao longo de cinco décadas, têm sido inúmeras as vidas transformadas de produtores, de comerciantes, de carregadores, de funcionários desta central de abastecimento e de tantas outras pessoas. A ideia das centrais de abastecimento no Brasil remonta aos anos 1950, mas foi a partir dos anos 1960 que a implantação dos entrepostos ganhou fôlego no País. Quando o entreposto de Contagem entrou em operação, o mercado de hortigranjeiros vivia graves problemas, e um deles era a ausência de um sistema organizado de formação de preços, o que deixava principalmente o pequeno produtor à mercê da especulação e de intermediários.
Nesse contexto, cabe lembrarmos o trabalho crucial de um mineiro, que saiu do Município de Bambuí para ganhar o respeito do Brasil e do mundo: o nosso saudoso Alysson Paulinelli. Seja como secretário de Agricultura ou como ministro, Paulinelli foi responsável pelo início de uma verdadeira revolução agrícola no Brasil. De um país que importava 30% dos alimentos que consumia, o Brasil se transformaria, como é hoje, em celeiro do mundo. Mas abastecimento alimentar não se faz apenas com aumento de produção. Também é necessário organizar a comercialização, ou seja, pensar para fora da lavoura. Esse é o papel que, desde então, tem ficado a cargo da CeasaMinas e de tantas outras centrais de abastecimento pelo Brasil.
Quando falamos em sistema agroalimentar de abastecimento, estamos nos referindo a um contingente de pessoas – do campo ao consumidor –, todas empenhadas em fazer o alimento chegar às nossas mesas. Assim sendo, a implantação das Ceasas representou uma grande conquista. Os novos entrepostos reorganizaram o abastecimento nacional, fornecendo as bases para formação de preços e novas condições de comercialização.
Ao celebrarmos os 50 anos da CeasaMinas, é comum muitos se perguntarem: como podemos medir esse legado? É importante destacar alguns números que aqui já foram ditos. A Ceasa foi inaugurada com 16 pavilhões e um MLP. Atualmente nós contamos com 43 pavilhões. Nós estamos presentes em Uberlândia, Juiz de Fora, Governador Valadares, Barbacena e Caratinga, cidades estratégicas para o escoamento das mercadorias. Em toda Minas Gerais são gerados, nas nossas unidades, 20 mil postos de trabalho diretos. Os seis entrepostos possuem quase 24 mil produtores rurais cadastrados. Recebemos mercadorias de 2 mil municípios fornecedores e enviamos produtos para 880 cidades compradoras. No dia a dia, mais de 70 mil veículos trafegam em nossas unidades, 12 milhões de pessoas são abastecidas pelos produtos comercializados em nossos entrepostos, comercializam em nossos seis entrepostos quase 800 empresas.
Em 2023, foram comercializados ao todo 2.300.000t de produtos, o que movimentou mais de R$10.000.000.000,00 em valor comercializado. Se, no início do entreposto de Contagem, o comércio se concentrava no segmento de hortigranjeiros, hoje somos a Ceasa mais diversificada da América do Sul. Além de hortifrútis, são comercializados cereais, produtos industrializados, alimentícios e insumos agrícolas. O público tem ainda à disposição serviços de apoio, como correios, agências bancárias, delegacia de Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, restaurantes, lanchonetes, clínica odontológica, ou seja, é uma verdadeira cidade.
Somos, hoje, uma empresa vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar – MDA – e, como tal, temos o compromisso cada vez maior de integrar o pequeno produtor no sistema de abastecimento. Para se ter uma ideia, nos nossos Mercados Livres do Produtor, os chamados MLPs, temos aproximadamente 4 mil agricultores em atividade. E algo que muito nos orgulha é saber que, desse total de produtores, cerca de 70% pertencem à agricultura familiar.
Alinhados às políticas públicas do governo federal, também procuramos colaborar com o combate ao desperdício e à fome em nosso país. Um projeto que ilustra bem esse compromisso é o nosso Prodal, que é o banco de alimentos que já foi citado aqui pelo Raul. É uma iniciativa que permite o aproveitamento de frutas e hortaliças não comercializadas, mas próprias para o consumo. Esses produtos são selecionados, higienizados e distribuídos para 125 instituições filantrópicas cadastradas, beneficiando mais de 12 mil pessoas por semana. O Prodal também atua em rede com 16 outros bancos de alimentos da região metropolitana, doando e recebendo doações.
O diálogo entre a CeasaMinas e seus diversos públicos é realizado junto a importantes associações já mencionadas aqui: A ACCeasa, a Aphcemg, a Associação de Supermercados, o Sintramov, o Sindicato dos Carregadores, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e muitas instituições nessa caminhada de vitórias, assim como de desafios constantes.
Para encerrar, gostaria de lembrar uma declaração de Alysson Paulinelli que dizia: “Sou um inveterado sonhador, que está sempre procurando desenvolver a agricultura brasileira”. Inspirados por ele, nós, da CeasaMinas, também queremos continuar construindo sonhos em prol da alimentação da nossa gente. Muito obrigado a todos. E viva a Ceasa!