6ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 12/3/2024

Palavras do presidente (deputado Enes Cândido)

Boa noite a todos, colegas enfermeiros e enfermeiras. Não tanto quanto o nosso amigo Bruno Farias, que tem feito esse papel fundamental na Câmara Federal e levantou essa bandeira, talvez alguns de nós, lá atrás, pensamos em fazer o mesmo, mas faltou união, faltou cooperativismo, faltou coragem, e sobrou isso tudo nele. Estamos aqui, numa comemoração e numa homenagem que era para ter sido feita em novembro ou em dezembro, mas algumas agendas da Casa nos impediram, mas não poderia deixar passar de liso esta data.

Então eu quero dizer, Bruno, de público, que se a enfermagem hoje está sendo ouvida, se a enfermagem hoje está mudando o seu patamar de visão das outras equipes da política brasileira, é porque você, enquanto Coren-MG, levantou essa bandeira com coragem, desacreditado pela grande maioria das pessoas, e nos levou avante para que nós possamos hoje estar com esse piso aprovado chegando. Tenho certeza de que agora que você aprendeu o caminho, aquele Bruno que eu conheço... Eu digo a vocês: coincidência ou não, nós somos contemporâneos na Universidade Vale do Rio Doce. O Bruno foi morar na cidade onde eu moro, vivo, cuido dos meus filhos. Somos contemporâneos da universidade e formamos com seis meses de diferença um do outro. Ele seguiu a sua vida no Vale do Mucuri e eu no Vale do Rio Doce, e hoje a vida nos traz aqui: ele na Câmara Federal e eu aqui, na Assembleia – dois enfermeiros muito bem votados. Eu queria só que você me levasse um pouquinho mais com você para que a enfermagem entendesse que ela tem deputado estadual também, não só federal, não. Dá um pouquinho de voto para mim?

Brincadeiras à parte, eu quero cumprimentar o meu colega, como havia falado, dando os parabéns ao deputado federal Bruno Farias, e a você, Maria do Socorro, que tem um papel fundamental. Eu nunca vi uma vice ser tão presidente sendo vice. O Bruno tem os seus afazeres regimentais em Brasília e você, com bastante maestria, tem assumido esse papel em Belo Horizonte. Então fica aqui o meu elogio, de público. E que nós possamos ter vocês dois com essa parceria por muito e muito tempo. Cumprimento a Lizandra, representando o Cofen. Obrigado pela sua presença também.

Agradeço à Profa. Isabel, nossa vice-presidente da Associação Brasileira – obrigado também pela presença – e também à Neuza, diretora do Sind-Saúde. Obrigado também. Como eu falei nos meus cumprimentos ao meu colega deputado federal, quero cumprimentar o vereador também. Fui vereador por dois mandatos em Valadares. Obrigado pela presença do vereador de Belo Horizonte.

Sou enfermeiro, formado em 2007, fascinado com pronto-socorro. Atuei por cinco anos no pronto-socorro, sala de emergência, me especializei e falei: “Nunca quero mexer com papel na minha vida. Não gosto da parte burocrática, quero ficar na assistência. Vou me especializar em urgência e emergência, em transporte aéreo, vou dar meu plantão na sala de emergência, no pronto-socorro, no Hospital Municipal de Governador Valadares e vou pensar em arrumar um emprego na Uniminas ou no transporte aéreo”, porque é 24 horas e você mata o plantão semanal. Mas o que a gente pensa, o que a gente quer e o que a gente sonha para a gente mesmo é o que Deus traça e quer para a gente. Deus me deu as oportunidades no hospital que eu menos queria, que era fazer gestão da equipe de enfermagem, naquele momento ali, 380 funcionários, que é o maior campo de estágio lá, hoje. Nós temos três universidades privadas que têm curso de enfermagem em Valadares. Eu e o Bruno estagiamos lá, no hospital municipal, que tem até o apelido de regional, porque o regional ainda está em obra. A obra será retomada agora. E fui convidado para ser o coordenador de enfermagem. No primeiro momento, eu falei: “Nossa, mas vou sair da assistência? O que vou fazer?”. Mas Deus estava preparando algo ali, e eu não sabia que tinha o dom e o tino para gestão e me saí muito bem como coordenador de enfermagem. Logo depois, assumi a direção executiva daquele hospital.

Nesse momento, nós começamos – nós, que eu falo, enfermagem “ a nos posicionar de uma forma diferente. Uma equipe médica se deparou com um jovem de 27 anos, diretor-geral de um hospital 100% público, que sabia da realidade do pronto-socorro. Não havia médico que fosse à minha sala falar de algo, de uma assistência, pela qual eu não tivesse passado pela minha vivência do dia a dia ali. Isso foi um diferencial para mim: viver a porta de entrada, a assistência ao paciente grave e depois estar do outro lado, na gestão, tendo que gerir o custo para pagar essa conta e tocar a equipe de um hospital geral com 400 leitos.

E aí, desculpe se há algum médico aqui, talvez esposo de alguma enfermeira, ou quem reconheça o papel que o enfermeiro e o técnico de enfermagem têm dentro do plantão, mas eu gostava muito de falar isto nas aulas que ainda ministrava antes de ganhar a eleição para deputado: os médicos são coadjuvantes durante o plantão. Quem toca o plantão, quem toca o hospital somos nós. Pode virar de cabeça para baixo, pode achar ruim, não adianta. Quem toca o hospital, quem encosta no paciente, quem faz a assistência, quem sente o calor, em quem o paciente tem segurança somos nós, os supervisores de setores, o técnico de enfermagem, que está a todo o tempo na assistência. O médico está ali para prescrever, nos acompanhar, mas quem vai, de fato, cuidar do paciente somos nós.

E aí vem o piso, vem a valorização, vem a voz. E, além de comemorar os 50 anos da organização, porque o conselho, Cofen, e Coren nos trazem a organização, nos trazem a voz, e é por isso que nós estamos aqui, nós precisamos sair daqui hoje sabendo que cabem mais Enes, que cabem mais Brunos, que cabem mais enfermeiros na política brasileira, mineira, para que nós possamos ter mais voz a cada dia.

O vídeo institucional fala breve e é cirúrgico, trazendo aqui uma analogia para a palavra do nosso dia a dia. Muitas páginas ainda virão, desde que nós nos organizemos, sejamos unidos. E, juntos, nós ainda vamos conquistar carga horária, conquistar qualidade de serviço, conquistar um repouso digno em qualquer unidade hospitalar, principalmente pública.

Está na hora de o descanso dar prazer, de eu ir lá ao descanso e ter as minhas 2 horas de sono para voltar e continuar o plantão, que é um dos gargalos enormes que nós temos de qualidade de trabalho para a equipe, não só em Minas mas também em todo o Brasil.

A minha parte eu vou fazer e tenho feito aqui. Quero me colocar à disposição. Falo com vocês aqui, de público, e deixo registrado: no que eu puder fazer, enquanto Parlamento mineiro, de articular, de solicitar aos colegas e de fazer com que a enfermagem mineira seja ouvida e valorizada, podem contar comigo! É redundância eu falar que nós podemos contar com o deputado Bruno, porque o Bruno é 90% enfermagem e 10% política de base da sua região. Ele vive, ele vive para brigar por nós! Eu quero deixar isso de público. Meus parabéns! O mínimo que o Parlamento mineiro poderia fazer é aprovar esse requerimento que se desmembrou nesta reunião especial, que eu queria muito que tivesse sido no final do ano para ser dentro do ano da comemoração, mas creio que vocês vão entender. Prova disso é que estão aqui hoje.

Parabéns para nós! Parabéns para a enfermagem! Que nós possamos estar juntos. Que Deus nos dê saúde para que possamos vivenciar e ver o que ainda merecemos, que é a melhoria da nossa categoria, ou seja, a melhoria, a valorização e o reconhecimento de quem dá a assistência, que é a equipe de enfermagem.

Que Deus nos abençoe e nos guarde e nos livre de todo mal em cada posto de trabalho aqui representado! Contem com o meu mandato para tudo. Obrigado. Boa noite! Parabéns para nós! Parabéns para a enfermagem!