Pronunciamentos

DEPUTADA LENINHA (PT)

Discurso

Discursa na abertura do seminário técnico “Crise climática em Minas Gerais: desafios na convivência com a seca e a chuva extrema”.
Reunião 7ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 16/03/2024
Página 24, Coluna 1
Evento Seminário Técnico “Crise climática em Minas Gerais: desafios na convivência com a seca e a chuva extrema”
Indexação

7ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 14/3/2024

Palavras da deputada Leninha

Obrigada pela gentileza, deputado Tito Torres. Eu quero cumprimentar o presidente e, na pessoa dele também, toda a Mesa diretora desta Casa e os que aqui vieram esta manhã, sejam aqueles que vieram para apresentar questões e debater, sejam os que aqui vieram de várias entidades públicas, privadas, organizações.

Eu acho que esta Casa, ao enfrentar este debate, que é um debate importante para todos nós, traz para Minas Gerais uma responsabilidade que não é só nossa, da Assembleia. Mas nós devemos liderar um processo juntamente com os outros pares, para fazermos os enfrentamentos necessários para minimizar, como disse o nosso amigo debatedor, o último, o Polignano.

Quando a gente trata das mudanças climáticas, muitos nos falam que são mi-mi-mis, que são coisas que nós estamos inventando. Eu venho do semiárido, construí a articulação do semiárido por mais de 20 anos, numa região que, de fato, a gente sabe que tem distribuição irregular das chuvas; a gente sabe da penúria daquelas comunidades, que são abastecidas por carro-pipa; mas, ao mesmo tempo, sabe das contradições de um padrão de desenvolvimento, que traz tudo isso que nós estamos vivendo. Como enfrentar essas mudanças com o desenvolvimento do Estado altamente dependente da mineração, com o desenvolvimento econômico do Estado altamente ligado aos grandes empreendimentos, inclusive de reflorestamentos, substituindo o cerrado, a mata nativa por grandes extensões de eucalipto? Esse é um debate sério, que precisa ser encarado. Não dá para a gente, em todo ano de seca profunda, como foi no ano passado… Foram nove meses de chuva no ano passado, em que o povo perdeu roça, perdeu lavoura. Aprendemos, ao longo dos anos, que a seca não se combate, que precisamos conviver com esses efeitos, mas essa convivência precisa ser encarada com mais seriedade e com ações não só preventivas, mas estruturantes e duradouras.

Então eu penso que os eventos que nós vamos fazer pelo interior à fora, pelo Norte, pelo Vale, pelo Noroeste, pelo Sul de Minas, que sofre também com a geadas, vão possibilitar inclusive trazer o conhecimento tradicional daqueles que vivem o dia a dia nesse ambiente. A academia e os gestores são importantes, mas os agricultores familiares e os camponeses e as camponesas que vivem nessa região devem ser ouvidos nesse evento interiorizado que nós vamos fazer.

Eu creio que, ao final deste ciclo, nós teremos, pelo menos, sinais de prospecção de futuro, para pensarmos um ambiente que seja realmente compatível com a nossa presença, mas principalmente com o direito à natureza, como um projeto de lei meu que está nesta Casa há muitos anos e que a gente não consegue fazer avançar porque há conflitos de interesses. Acima de tudo, nós precisamos construir a melhor política, ouvindo esses interesses, mas, acima de tudo, nos responsabilizando por aquilo que virá no futuro. Eu penso que é um debate também que cabe aos gestores públicos municipais. Queremos cidades saudáveis, felizes, sustentáveis; cidades que consigam enfrentar esse processo da questão hídrica, da economia e, acima de tudo, do futuro que nós queremos deixar e queremos viver com aqueles que virão depois de nós. Muito obrigada, presidente.

O presidente – Obrigado, deputada Leninha. Obrigado por sua participação e pelo trabalho que faz aqui, nesta Casa. O deputado Tito Torres, presidente da nossa Comissão de Meio Ambiente, tem a palavra. Fique à vontade.