Pronunciamentos

DEPUTADO BRUNO ENGLER (PL)

Discurso

Lamenta agressões verbais dirigidas às representantes da Federação das Indústrias de Minas Gerais - Fiemg - em audiência da Comissão de Administração Pública, na véspera do Dia Internacional da Mulher. Questiona a falta de atitude da presidência da comissão na ocasião.
Reunião 7ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/03/2024
Página 67, Coluna 1
Aparteante CORONEL SANDRO
Indexação

7ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 12/3/2024

Palavras do deputado Bruno Engler

O deputado Bruno Engler – Boa tarde, Sra. Presidente; boa tarde a todos os colegas presentes e a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, acompanham esta reunião. Ninguém solta a mão de ninguém! Para, para, para, para, para! Espere aí! Ninguém solta a mão de ninguém, vírgula! Ninguém solta a mão de ninguém de esquerda. Eu venho a esta tribuna lamentar o ocorrido nesta Casa no dia 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher.

Estava ocorrendo uma audiência pública, na Comissão de Direitos Humanos, para a qual a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, de maneira legítima, mandou representantes para se fazerem presentes na reunião. Alguns desses representantes eram mulheres. Enquanto o pessoal da Fiemg discutia, na plataforma política, sobre audiência pública, essas mulheres foram atacadas, foram xingadas, foram chamadas de vagabundas, e nada foi feito pelas deputadas que presidiam a comissão, respectivamente do PT e do PSOL. E aí eu me pergunto: onde é que fica a sororidade? Onde é que fica o combate à violência política contra a mulher, tão repetido aqui dentro desta Casa? Depois foi descoberto que esse cidadão, esse pseudo-ambientalista, é ex-assessor de parlamentar do PDT, lá na Câmara, em Brasília. E ninguém se pronuncia, ninguém fala nada. Por quê? Quando é mulher de direita, ela não tem direito à defesa? Quando uma mulher está defendendo interesses daqueles que produzem emprego e renda no nosso Estado, ela pode ser atacada?

Mais uma vez fica claro que, infelizmente, para a esquerda, não é o que se fala, mas quem fala. Se você é de esquerda, você tem carta branca para atacar qualquer tipo de grupo, se essa pessoa for de direita. Toda a minha solidariedade às mulheres da Fiemg que foram injustamente atacadas aqui na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

O deputado Coronel Sandro (em aparte) – Deputado Bruno Engler, quero parabenizar V. Exa. por essa lembrança, que deveria ser uma lembrança de um momento especial, o mês da mulher em que esta Casa homenageia as parlamentares mulheres, permitindo-lhes que presidam as cerimônias durante este mês, que é muito importante, porque o dia 8 é o Dia Internacional da Mulher.

Eu recebi a mesma denúncia. Minha assessoria está detalhando, em minúcias, o que aconteceu, pois, se na sede da comissão, no momento em que ocorreram essas ofensas gravíssimas, esses ataques gravíssimos a mulheres que aqui representavam a Federação das Indústrias de Minas Gerais, e nada foi feito, isso caracteriza uma omissão muito grave. E mais grave ainda, deputado Bruno Engler, porque é a comissão em que estavam deputadas, mulheres que dizem defender as mulheres. Pelo menos até o presente momento, a informação que temos é que essas mulheres não foram defendidas contra o atacante, contra aquele que as ofendeu, as caluniou. Então quero deixar aqui registrado que esta Casa não pode permitir isso. Não é só no mês da mulher não, Sra. Presidente. É em quaisquer momentos. Nenhuma mulher, seja ela de esquerda ou de direita, pode ser atacada nesta Casa. Esta Casa é o berço da democracia no Brasil. Esta Casa não pode transigir em questões tão graves. As mulheres aqui têm de ser protegidas. E nós vamos adotar medidas para que, se houve omissão e se quem as ofendeu, caluniou, não recebeu a devida punição, que vá receber na justiça. Deputado Bruno Engler, mais uma vez, parabéns a V. Exa.

O deputado Bruno Engler – Obrigado, deputado Coronel Sandro. Eu acho importante inclusive ser salientado por nós, que conhecemos o andamento desta Casa, que a reunião ocorreu no Plenarinho II, e no Plenarinho II realmente o público fica isolado ali por um vidro. Só que o cidadão estava gritando essas ofensas contra as mulheres. Aos gritos, as chamava de vagabundas, entre outras coisas. A presidência se manifestou para pedir que cessasse o barulho produzido pela Fiemg. Como é que a gente consegue escutar o barulho da Fiemg, do lado de fora, no corredor, mas não consegue escutar os gritos da plateia, que é ao lado da comissão?

Então é importante esse posicionamento. Como V. Exa. bem colocou, não só no mês das mulheres. O respeito às mulheres precisa ocorrer durante todo o ano, durante todo o mandato, mas foi simbólico, dia 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher. Então a gente lamenta que muitas vezes, para alguns setores da esquerda, essa defesa da mulher é ideológica. A gente defende a mulher que é feminista, a gente defende a mulher que é a favor do aborto, agora, se vir uma mulher defender a vida desde a sua concepção, aí não precisa de defesa. Isso vale para todas as minorias. Lamentavelmente o negro de direita é chamado de capitão do mato, o gay de direita é o gay homofóbico. É lamentável esse tipo de coisa. Como eu disse anteriormente, não é o que se fala, mas é quem fala. O maior exemplo é quem ocupa a presidência da República, que é um ladrão, fala diversas coisas, mas, se fosse na boca do Bolsonaro, se fosse na minha boca, se fosse na boca de V. Exa., seria o fim do mundo, seria motivo de cassação. Mas aí, quando o Lula fala é gafe, deslize. “Ele se expressou mal, não foi isso que ele quis dizer.” Lamentável esse duplo padrão.

Tanto se fala aqui da defesa das mulheres, tanto se falou e se discutiu o combate à violência política contra mulher, mas, quando a gente tem uma situação prática de um militante de esquerda atacando mulheres de direita, o que a gente tem nesta Casa é um silêncio ensurdecedor. Então é absolutamente lamentável o ocorrido na quinta-feira, dia 7 de março, na Comissão de Direitos Humanos desta Casa.

Era esse o meu pronunciamento. Muito obrigado, Sra. Presidente.