Pronunciamentos

DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT)

Questão de Ordem

Elogia pronunciamento do presidente Lula na 37ª Cúpula de Chefes de Estados e Governo da União Africana, em Adis Abeba, ao comparar o massacre em Gaza com o holocausto. Manifesta pesar pelo falecimento do historiador Rui Mourão e comunica o falecimento do cônego Agostinho de Lourdes Coimbra Oliveira.
Reunião 2ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/02/2024
Página 43, Coluna 1
Indexação
Observação Procede-se à homenagem póstuma

2ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 20/2/2024

Palavras do deputado Leleco Pimentel

O deputado Leleco Pimentel – Nossa saudação ao deputado Duarte Bechir, que neste momento preside esta sessão na Assembleia Legislativa. Eu havia pedido a inscrição e o pedido de ordem para fazer duas homenagens póstumas e solicitar também um minuto de silêncio – vou fazê-lo ao final –, mas cumpro aqui com o dever de trazer a verdade. Primeiro, nós estamos diante de um fato consumado de que o Brasil voltou a ser governado por um estadista, que a sua voz é ouvida no mundo inteiro. Lula não só acertou historicamente como fez um pronunciamento de alguém que tem alta sensibilidade. E eu queria que o deputado que me antecedeu pudesse voltar às aulas de história, pudesse reconsiderar os seus números para compreender que o mundo condena o genocídio provocado pelo Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, que, além dos crimes de guerra, praticou não só o genocídio contra o povo palestino quanto mentiu e hoje é um criminoso também de guerra. Não são palavras minhas. Hoje o Papa Francisco corroborou a importante fala de Lula que trouxe essa grande denúncia do mundo. E eu gostaria que o deputado trouxesse, inclusive, qual foi o país no mundo que apoiou Benjamin Netanyahu, quando ele criticou, chamou inclusive o embaixador do Brasil para uma bronca, e nenhum país do mundo foi a favor de Israel. Eu até ouvi esses dias – e é bom que as pessoas saibam – que até Jesus Cristo estaria hoje como persona non grata, assim como o primeiro-ministro que deu o título não representa todo o povo de Israel. O presidente Lula recebeu o apoio dos rabinos e de grande parte do povo de Israel. Infelizmente, quem fez de espernear e chorar, não assistiu ao que está acontecendo no mundo. Nós estamos diante de um genocídio televisionado no mundo, onde o presidente, que é o primeiro-ministro de Israel, ataca. São 12 mil crianças mortas, inclusive muitas mortes ainda sob os escombros desta guerra televisionada. O presidente Lula teve a coragem de enfrentar os Estados Unidos, de enfrentar Israel e dizer que equipara-se ao que fez Hitler contra o povo judeu. E o mesmo Benjamin Netanyahu, que declarou que queria Hitler contra o povo judeu, era para que eles fossem expulsos do território, com uma ignorância tamanha de justificar até para o seu povo que quem os matou não queria matá-los. Então é preciso que a gente volte às aulas de história para não ter que ouvir tanta coisa. O deputado que me antecedeu disse que não falaria o nome de Lula, mas eu vou dizer a ele que ele também cometeu deslizes e falou o nome do Lula aqui no púlpito. Lula não errou. O Lula teve muito mais coragem do que todos os chefes de Estado que até agora permaneceram em silêncio. Nós tivemos também outros presidentes que declararam, de igual forma, este crime contra a humanidade, este novo Holocausto. E eu estou aqui reafirmando que o presidente Lula hoje tem o apoio inclusive dos Estados Unidos, que agora vai rever a sua posição ao pedir o cessar-fogo. Se tivesse ouvido o Lula antes, milhares, milhares de palestinos estariam vivos. Por isso parabéns, Lula, você, o presidente que tem a sensibilidade do povo e da humanidade, conseguiu colocar o dedo na ferida e fez com que o mundo pudesse agora, num ambiente sem voz, todos, uníssonos, num só som, declarar esse grande crime contra a humanidade do primeiro-ministro, que vai cair, mas está tentando agora ser reeleito para o quinto mandato. Não conseguirá! E mais: os que se aliaram a ele para matar o povo, nessa carnificina que está sendo televisionada, hão também de ser condenados não só pela história, mas pela humanidade que existe entre nós. Lamentável é ver um deputado subir ali, onde eu não quis estar após a sua fala, fazendo defesa bolsonarista, neonazista, para um primeiro-ministro assassino e que é o reprodutor do Holocausto. Eu peço, no entanto, presidente, que o senhor considere que as minhas palavras não são de agressão a nenhum parlamentar. Mas eu não poderia agredir a minha consciência, como faria se eu aqui ficasse calado, como muitos chefes de Estado ficaram, inclusive aquele que foi lá com as muambas, para roubar joia, para poder dar um golpe no Brasil, e agora ter representante aqui defendendo Benjamin Netanyahu. Que os deputados bolsonaristas não queiram falar o nome de Lula, é um grande favor que nos fazem; agora, quando forem falar de Lula, por favor, recorram à história.

O presidente – Para concluir, por favor, deputado Leleco Pimentel.

O deputado Leleco Pimentel – Presidente, eu quero pedir 1 minuto de silêncio, e o fiz também no Requerimento nº 5.703. Este deputado requer que seja dada ciência à Academia Mineira de Letras, na Rua da Bahia, 1.466, do passamento, da morte ocorrida no último dia 18 de um acadêmico que tem assento… Foi nosso diretor do Museu da Inconfidência de Ouro Preto, um dos fundadores da Fundação de Arte de Ouro Preto, o nosso querido amigo e historiador Rui Mourão. Junto a ele, quero registrar também o falecimento do nosso querido cônego Agostinho de Lourdes Coimbra Oliveira. Era o padre mais longevo da Arquidiocese de Mariana. Completaria agora, no mês de abril, 104 anos; 79 anos de sacerdócio. Nesse final de semana, a minha paróquia, onde fiz também parte do Grupo Jovens Unidos em Cristo, criado há mais de 35 anos… E por ele, junto com o Coral Cristo Rei, o nosso querido cônego Agostinho de Lourdes, peço que seja dada manifestação ao bispo da Arquidiocese de Mariana, D. Airton José. Por esses dois grandes homens que buscaram a paz, cumprir a sua missão, eu peço que a Assembleia conceda 1 minuto de silêncio.

Homenagem Póstuma

O presidente – É regimental. Vamos fazer 1 minuto de silêncio solicitado pelo deputado Leleco Pimentel.

– Procede-se à homenagem póstuma.