41ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 11/12/2023

Palavras do deputado Professor Cleiton

O deputado Professor Cleiton – Bom dia, presidente, deputados e deputadas, servidores desta Casa. Um bom-dia muito especial aos servidores e às servidoras do Estado de Minas Gerais e a todos os sindicatos aqui presentes. “És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho. Tempo, tempo, tempo, tempo.” Não tinha um verso mais propício para este momento do que essa canção composta por Caetano Veloso, inclusive muito bem cantada recentemente pela Maria Rita, filha de ninguém menos que Elis Regina. “Tempo, tempo, tempo, tempo.” Eu fui resgatar aqui, presidente, o ano era 2019, e a gente discutia a Reforma da Previdência. Naquele momento, estava presente aqui o secretário de Fazenda, o Sr. Gustavo Barbosa, e tinha saído uma CPI no Rio de Janeiro conduzida pelo colega da deputada Bella Gonçalves, do Partido do Psol, deputado Zarattini. Eu tinha feito uma reunião virtual com ele por conta ainda dos aspectos da pandemia. Fui pessoalmente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para entender o que estava acontecendo no Rio. E, depois de vir do Rio, eu tive a oportunidade de perguntar ao deputado Gustavo Barbosa como foi a condução de uma operação, que ficou conhecida como Operação Delaware, operação essa que quebrou a Rio Previdência, que, deputado Eduardo Azevedo e deputado Vitório, levou à cadeia dois governadores do Rio. E a mesma operação que levou dois governadores do Rio à cadeia permitiu que esse senhor saísse do Rio de Janeiro para ser secretário da Fazenda aqui, implodir a Previdência do Estado de Minas e tentar fazer com que a Assembleia Legislativa engolisse esse Regime de Recuperação Fiscal. A minha questão de ordem é simples, presidente: quais as condições morais, quais as condições éticas, quais as condições até mesmo políticas para continuarmos discutindo um regime que não deu certo em lugar algum e aqui está sendo conduzido pelo líder de uma quadrilha? Não tem outro nome, não existe outra denominação. Esse mesmo senhor é sócio do irmão que é proprietário de previdências privadas em Alagoas, onde a previdência foi destruída. E aí dizia um deputado para mim – eu tenho que relatar isso para vocês e, claro, não vou nominá-lo: “Não, Professor, não vamos trazer problema do Rio para cá”. Eu perguntei para esse deputado o seguinte: “Você tem filho pequeno?”. Ele me disse: “Eu tenho”. “Então por que você não traz o Dr. Jairinho para ser babá dos seus filhos? Já que o que aconteceu no Rio não tem problema nenhum, aqui também não vai ter”. Então, presidente, a minha questão de ordem é simples. Se bem que, talvez, seria interessante a gente votar pelo menos no 1º turno para que o servidor público, a servidora e principalmente o povo de Minas Gerais… No final de semana, eu estava no interior. É interessante: as pessoas, deputada Lohanna, vinham conversar comigo, e não eram servidores públicos, não, eram pessoas comuns que precisam do SUS, que precisam da escola pública de qualidade, que precisam da administração fazendária do Estado, porque são comerciantes, são pequenos empresários, enfim, são pessoas que precisam da segurança pública diariamente, são cidadãos comuns que entenderam que esse Regime de Recuperação Fiscal é a decretação de falência do Estado, algo que nós não vamos permitir, porque eles já foram derrotados. Mas a gente precisa saber, nesta manhã, quem é quem nesta Casa e quem terá condições morais, éticas de colocar a sua digital, o seu DNA, a sua assinatura, a sua história e sua memória nesse Regime de Recuperação Fiscal já falido. Zema, V. Exa. perdeu o bonde da história e já foi derrotado. Beijão. “Tempo, tempo, tempo, tempo/ és um dos deuses mais lindos”. Obrigado.