Pronunciamentos

DEPUTADA BELLA GONÇALVES (PSOL)

Discurso

Critica os deputados da base do governo em relação ao quórum para votação do projeto de lei que autoriza o Estado, por meio do Poder Executivo, a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal - RRF - e dá outras providências. Comenta que o atual secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, que está tentando implantar o RRF em Minas, está sendo investigado em ação sobre suposta prática de improbidade administrativa no Rio de Janeiro.
Reunião 41ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/12/2023
Página 41, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 1202 de 2019

41ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 11/12/2023

Palavras da deputada Bella Gonçalves

A deputada Bella Gonçalves – Bom dia, presidente; bom dia, deputadas e deputados; bom dia, servidores públicos na luta. Gente, que bonito, não é? Uma luta que parecia muito difícil, porque a base do Zema estava forte, e ele queria aprovar, estava lá ameaçando professora, ameaçando enfermeira no posto de saúde, quer congelar salário. Agora a base dele está escondendo aqui na Casa, não quer votar, gente? Zema está isolado, está amuado e está sem voto aqui na Casa. É por essa razão que nós estamos aqui no Plenário sozinhos, a oposição ao governo, para derrotar o Regime de Recuperação Fiscal. Pessoal, eu queria começar comentando um fato muito grave que aconteceu ainda depois daquela fatídica quinta-feira – a última quinta-feira –, em que a base do governo correu e não aprovou o regime. A gente viu a condenação do atual secretário de Finanças, que está construindo o Regime de Recuperação Fiscal, pelas porcarias, pelas improbidades, pelos malfeitos que fez no Estado do Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, o Regime de Recuperação Fiscal não funcionou, a gente já sabe. Escolas caóticas; postos de saúde, inclusive, durante a pandemia, em situações de calamidade; a polícia – então, nem se fala, não é? – em situação completamente precarizada. Todos os serviços públicos do Estado do Rio de Janeiro foram destruídos, desde que o governador aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal naquele lugar. E aí a gente já denunciava: “Olha, quem construiu essa arquitetura, esse prédio, essa construção do regime no Rio de Janeiro está tentando fazer exatamente o mesmo aqui em Minas Gerais”. Esse prédio, como diria meu companheiro Jean Freire, que foi construído por um arquiteto, que no Rio de Janeiro fez desabar o estado, vai fazer Minas Gerais desabar também porque não resolve o problema da dívida pública e precariza ao extremo o serviço público. Pois bem, agora, além de não ter funcionado o regime, a gente percebe que fazer uma manobra para trabalhar com a securitização de direitos trabalhistas e previdenciários dos servidores, o governo cometeu improbidades, atos de corrupção no Rio de Janeiro. O mesmo secretário que está tentando aprovar o plano aqui no Estado está hoje sendo investigado e teve junto com o governador condenação por ter utilizado de maneira imprópria, corrupta – sabe-se lá para quem –, recursos de servidores públicos, da aposentadoria do Estado, do serviço público em uma manobra para construir o Regime de Recuperação Fiscal. Essa foi a notícia que saiu depois daquela última quinta-feira, ou seja, Zema cada dia mais acumula derrotas, o seu secretário não tem condição de conduzir uma solução para a dívida pública mineira. Nós o temos isolado em relação às diversas outras propostas, que estão sendo construídas pelos servidores, pela auditoria da dívida, por todas as pessoas. E, agora, perde a sua condição de votar o projeto aqui na Assembleia Legislativa exatamente porque toda a população está vendo as circunstâncias, está vendo a farsa, está vendo a desconstrução do Estado ser operada por ideologia de estado mínimo e não por necessidade de resolver a dívida. Por que essa dívida se acumula, em até 9 anos, até R$210.000.000.000,00. Eu queria aproveitar esse o último minuto, gente, dizendo outra coisa muito grave que o Estado fez. O governo do Estado enviou para a Assembleia Legislativa a lei orçamentária para o próximo ano, faltando R$1.000.000.000,00. O recurso do Fundo de Erradicação da Miséria foi negligenciado da lei orçamentária. Gente, é recurso para resolver problema de fome, de seca no semiárido, de garantia de recursos para assistência, para proteção de mulheres, de crianças e adolescentes, e o governo simplesmente negligenciou esses R$1.000.000.000,00 no orçamento. Sabe onde o recurso do Fundo de Erradicação da Miséria apareceu? Como proposta de amortização dos juros da dívida. É absurdo! É absurdo, é imoral! Vamos defender o recurso do FEM.

O presidente – Obrigada, deputada Bella.