DEPUTADO CAPOREZZO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 09/11/2023
Página 87, Coluna 1
Aparteante EDUARDO AZEVEDO
Indexação
Proposições citadas PL 1202 de 2019
71ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 7/11/2023
Palavras do deputado Caporezzo
O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas deputados estaduais. Eu preciso conversar hoje com todo o funcionalismo público mineiro, com todos os servidores. Esse Regime de Recuperação Fiscal é algo realmente nefasto para o Estado de Minas Gerais, é algo que vai prejudicar não apenas os servidores, mas toda a população. Nós não podemos conversar com a população de Minas, fazendo-a pensar que quem vai pagar essa conta é o servidor. Não! Gente, essa conta não vai ser paga! Serão R$120.000.000.000,00 sem amortizar um único centavo da dívida, para daqui a nove anos ainda haver uma dívida de R$210.000.000.000,00! Isso é um escárnio! E quem vai pagar isso não será o servidor público, porque o servidor público presta serviço, ele não gera produto para ser vendido; ele presta serviço, e o Estado não gera renda. Então o Estado vai pegar esse dinheiro do povo mineiro, vai assaltar o bolso do mineiro para pagar. E seremos todos nós que vamos pagar; aliás, pagar, não, deixar de pagar essa conta, porque vamos continuar pagando juros para a dívida permanecer intacta. Eu não sei como uma ideia mirabolante como essa pode ser vista com o mínimo de respeitabilidade. Se nós não soubermos falar com a população de Minas e explicar que esse problema não é apenas do servidor, mas de todo o povo mineiro, vai ser difícil revertê-lo. Então a gente precisa mudar a estratégia.
Tivemos prova do Enem recentemente. Depois de anos sem nenhum tipo de escândalo de vazamento a respeito de suas questões, novamente essa prova tão importante está aí repleta deles. Isso lesa os alunos e gera diversos problemas. Porém, infelizmente, o maior de todos os problemas é de caráter ideológico. Vejam essa questão aqui, a questão 89. Ela ataca o agronegócio, falando que ele é subordinado à lógica do mercado. Fala-se aqui: “Outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a pragatização dos seres humanos…”. Como se o ser humano fosse praga e não humano. “A violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa.” Eu não sei como o Nine faz discurso de que quer acabar com a fome não só no Brasil mas também no mundo e é contra o agronegócio. Ele acha que vai conseguir o quê, atacando o agronegócio? O agronegócio leva o Brasil nas costas. E é simplesmente um absurdo esse tipo de ataque porque desmerece aqueles que mais produzem e mais colaboram para o nosso PIB. E podem ter certeza: se o agro parar, muito em breve será o Brasil todo que irá sofrer. E aí esse mesmo falastrão, que já falou bobagem demais, chamando até mesmo o agro de fascista, vai ter que pegar o ministério dele e dar incentivo para que o agro volte a produzir. Eu espero sinceramente que nós não cheguemos a esse dia.
Outra questão absurda do Enem. Eles colocaram lá: “São tantas formas de matar um preto, que, para algumas, só a morte é justificada. Devia estar fazendo coisa errada…”. É uma poesia, está bem? “Se não era bandido, um dia ia ser. Por ser preto, sua morte é defendida. O preto sempre merece morrer.” Olhem, isso aqui é um absurdo! Isso, sim, é uma obra totalmente racial. Eles importam pauta dos Estados Unidos, porque a esquerda brasileira fala que é antiamericana, mas não pode ver uma pauta de esquerda americana que a traz para o Brasil. Ela tenta tratar o povo brasileiro, que tem como sua característica mais forte o fato de ser um povo miscigenado… É difícil você encontrar alguém na população brasileira que não tenha sangue de preto, de branco, de vermelho, de amarelo, porque nós somos assim. É diferente dos Estados Unidos, um local onde não existia nenhum tipo de relação sexual entre o escravo e seu dono. No Brasil, a escravidão, que foi algo terrível, era algo fundamentado, infelizmente, na lei. Graças a Deus, isso acabou, mas, na hora de falar assim “não, eu me acho melhor e não vou ter nenhum tipo de relação sexual”, isso não existia. Então é um racismo muito diferente do que aconteceu nos Estados Unidos, e é um verdadeiro desserviço que este governo presta para o Brasil, tentando aplicar esse tipo de mentalidade estrangeirista em nossas terras.
Mais uma questão, a questão 36 do Enem: “A neozelandesa Laurel Hubbard fez história nos Jogos Olímpicos. Apesar de ter ficado fora da disputa por medalhas, a levantadora de peso deixou a sua marca na edição de Tóquio por ser a primeira mulher abertamente transgênero a participar de uma competição olímpica”. Então você pega um homem que resolveu se transformar em uma mulher e o coloca para praticar levantamento de peso contra mulheres. Isso é a destruição do esporte feminino! Essa prova do Enem é um desrespeito com a população, porque parece uma cartilha do Psol, uma cartilha do PT, menos uma prova para testar conhecimento do ensino médio.
A última questão: “Masculino e feminino são campos escorregadios, são formas imaginárias”. Como assim forma imaginária? (- Manifestação nas galerias.) Por que a vaia, gente? Há professor da CUT aí? Vocês defendem isso? Ah, bonito, vocês... É por causa de gente como vocês que o povo mineiro não compra a briga dos professores, porque vocês concordam com esse tipo de lavagem cerebral contra os alunos. Eu tenho vergonha de pseudoprofessores como vocês. Vergonha! Mas vamos lá! Presidente, assegure o meu direito de fala, por favor.
O presidente (deputado Elismar Prado) – Peço ao pessoal das galerias... Por favor, gente, vamos deixar o deputado fazer o seu pronunciamento. Seu tempo será recomposto, deputado.
O deputado Caporezzo – Como é bom ver professores defendendo o Enem aqui, na Assembleia! É incrível! Mas vamos lá. “Masculino e feminino são campos escorregadios, são formações imaginárias.” Esperem aí, alguém pode falar que um cromossomo XX ou XY é imaginário? A ciência não concorda com isso. Pode vaiar, gente. A ciência não concorda com isso. Agora, é difícil você falar que a musculatura de um homem em comparação com a musculatura de uma mulher é algo meramente imaginário e principalmente que suas genitálias, que são diferentes, seriam imaginárias. Então a questão sexual é uma questão da natureza e a natureza é algo impositivo, e vocês não vão conseguir impor a visãozinha de vocês toda esquerdizada de mundo.
Eu vou falar um negócio: se esse Regime de Recuperação Fiscal tivesse apenas os professores da CUT como padrão, eu ia ser o primeiro a votar favoravelmente. Olhem lá, que legal... (- Manifestação nas galerias.) Presidente, pode recompor o meu tempo de fala, por favor?
O presidente – Calma aí, gente! Vamos deixá-lo terminar.
O deputado Caporezzo – Eu fui votado por mais de 50 mil mineiros para falar o que eu falo aqui. Só quero dizer isso a vocês. Deputado Eduardo, por favor, V. Exa. tem a palavra.
O deputado Eduardo Azevedo (em aparte) – Deputado Caporezzo, obrigado pela cessão da palavra. Quero começar este aparte fazendo coro com sua fala relativa à questão do Enem. (- Manifestação nas galerias.) Eu só queria saber o seguinte: vocês vão deixar a gente falar ou não? Será que a gente pode falar? Então vamos lá. Vocês pedem respeito mas não dão respeito. Então agora respeitem a fala da gente. Então, vamos lá.
Prestem bem atenção: a forma como o Enem foi conduzido... Se você puder verificar o passado, vai ver que todas as vezes em que o PT está no governo a educação do Brasil vai de mal a pior. Sabem por quê? Porque o PT não se preocupa em educar. A educação vai de mal a pior porque o PT não se preocupa em educar, o PT se preocupa em doutrinar. Em doutrinar! Agora, vamos lá. Prestem bem atenção ao que eu vou falar agora. Vocês vão me deixar falar ou não? Assim, fica difícil. (- Manifestação nas galerias.) Presidente, é preciso parar o tempo do meu aparte para eu poder falar. Vamos lá, então. Vamos continuar falando.
Vejam como, de forma criminosa, eles utilizam uma estrutura pública para poder doutrinar, chamar o agro de fascista, colocar como criminoso quem produz alimento para a mesa do brasileiro. É uma atitude covarde do Partido dos Trabalhadores usar o Enem para disseminar a sua apologia a quem invade terra. A propriedade privada é direito sagrado. E quem invade terra é criminoso. (- Manifestação da plateia.) Vocês vão me deixar falar ou não? Vocês apoiam invasor de terra. Vão me deixar falar ou não? Fica difícil.
Eu preciso acabar de concluir a minha fala. Vocês vão me deixar concluir a fala ou não? Vão deixar ou não? Então vocês, que apoiam o PT, que usa a estrutura do Enem para poder chamar de criminoso quem produz o alimento que está mesa do brasileiro – o produtor… Essa é uma atitude covarde, pois quem defende invasor de terra é também criminoso.
Deputado Caporezzo, obrigado pela cessão da palavra. Vou deixá-lo acabar de concluir.
O deputado Caporezzo – Presidente, recentemente, o secretário especial deste especial governo Lula, chamado Gilmar Machado, gravou um vídeo para Uberlândia, em que ataca o atual prefeito, com um sorrisinho no canto da boca e se vangloriando, como se estivesse trazendo o projeto “Minha Casa, Minha Dívida” – quer dizer, Minha Vida – para a cidade de Uberlândia. E ele falou o quê? Disse que foi o único prefeito que fez realmente uma grande quantidade de moradias.
É importante lembrar a história, por exemplo, do Bairro Pequis, do Monte Hebrom. Ele disse que foi responsável… No Pequis, 15 mil pessoas foram colocadas no bairro sem terem escola para os filhos, sem terem posto de saúde, sem terem um mínimo de estrutura. No Monte Hebrom, havia muitas casas que não tinham água, não tinham energia elétrica. O aterramento das casas era malfeito.
Então tire esse seu sorrisinho do canto da boca, Gilmar “Ipremu” Machado, porque você nunca mais vai voltar para a Prefeitura Municipal de Uberlândia. E eu espero também que o PT nunca mais coloque as suas mãos sujas na Prefeitura de Uberlândia. É por isso que a educação no Brasil está assim. Se o povo mineiro fosse compadecer desse tipo de gente, o Regime de Recuperação Fiscal ia passar, porque bandeira de CUT só desagrega essa luta. Mas eu estou aqui para defender os bons professores, independentemente de vocês, e, principalmente, para defender meus irmãos da segurança pública e todo o povo mineiro. Contem comigo! Força e honra! Estamos juntos! A direita vive em Minas Gerais.