DEPUTADO RODRIGO LOPES (UNIÃO), Autor do requerimento que deu origem à homenagem
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 31/10/2023
Página 11, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 2877 de 2023
29ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 27/10/2023
Palavras do deputado Rodrigo Lopes
Deixo o meu bom-dia aqui à deputada Maria Clara Marra, representando, neste ato, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Martins Leite. Cumprimento, com muito carinho, a nossa diretora-presidente da Icasa, Kátia Maria Teixeira, representando aqui todo o quadro de acionistas e diretores da Icasa. Cumprimento também João Luiz Magalhães, nosso vice-prefeito do Município de Andradas; o nosso presidente da Câmara de Andradas, vereador Paulo César Moreira; o nosso amigo, ex-deputado desta Casa, hoje secretário executivo do BDMG, deputado Dalmo Ribeiro, aqui representando o presidente do BDMG; e o meu grande amigo, também deputado por esta Casa e deputado federal, totalizando sete mandatos no Parlamento mineiro e na Câmara dos Deputados, deputado Bilac Pinto.
É uma alegria poder contar com a presença de todas e de todos aqui nesta data especial de homenagem à Icasa. A Icasa é um grande orgulho para Andradas. A Icasa é um grande orgulho para Minas Gerais. E eu falo aos que estão presentes e também a todos aqueles que estão conectados, acompanhando esta solenidade; uma grande parcela da população andradense, hoje, está parada, assistindo pelo YouTube a este momento de homenagem.
Nós temos que dizer que a Icasa traz, com a sua instalação e com a sua permanência por esses 50 anos no Município de Andradas, um marco temporal da história de Andradas, um município com a vocação totalmente agrícola, um município que tinha uma concentração urbana muito pequena. Diante das dificuldades do setor agrícola, embora tivéssemos e tenhamos ainda a tradição do vinho, a tradição do café de boa qualidade, os nossos jovens começaram a se ver sem perspectiva de permanecer no Município de Andradas. Os nossos jovens começaram a buscar outros caminhos, outros municípios, outros estados, outras regiões. Um fato que seria inevitável seria a diminuição da população, que, já na década de 1920, constava de 20 mil habitantes, estando 80% dela concentrada na área rural.
Existe uma Andradas antes da Icasa, Kátia, e existe uma Andradas depois da Icasa. E nós temos que destacar algumas pessoas que fizeram parte dessa história, por mais que possamos cometer a injustiça de não citar todas, mas temos que falar delas. Nós temos que falar do Amadeu Tonon, que foi presidente, o presidente que a antecedeu, uma pessoa visionária, que esteve na presidência da empresa até mais de 80 anos, conduzindo-a com muito carinho, com muito respeito, com o princípio fundamental. Nós temos que falar do Sr. Benedito de Sousa Franco, aqui representado pelo filho Paulinho, que está com a gente neste momento. A família Franco também teve esse papel fundamental, visionário, porque já conhecia a indústria de cerâmica do interior de São Paulo e teve a perspicácia de ver que seria um caminho para a industrialização do Município de Andradas. Cito ainda Garibaldi Monteiro, o querido Badinho; Geraldo Fontaniello; José Junqueira Náder; José de Sousa Franco, mais um irmão da família Franco; José Beretens Ventura, nosso querido Zé Espanhol; João Marcom, o Zinho Marcom; Valter de Sousa Franco, que, por coincidência do destino, nos deixou neste mês, exatamente após a indústria completar os seus 50 de fundação. Ele era o último fundador vivo e, coincidentemente, nos deixou logo após a data de 3 de outubro. Cito o nosso querido Waldemar de Souza Franco, que, além de um grande mobilizador, foi prefeito da cidade por três mandatos e é uma grande referência política. Deixei por último, justamente pelo destaque, o nosso querido Ricardo Teixeira, pai da nossa presidente e pai das irmãs aqui presentes, Edilza, Regina, Aninha e Dedeca, e também da Cleusa, que não pôde estar aqui conosco, a família Teixeira.
Nós olhamos para esse panorama a partir de uma pessoa de origem humilde. Lá, no meu campestrinho, Bilac, o Ricardo Teixeira ia, a cavalo, comprar batata dos produtores. Ele tinha essa relação com a população da zona rural. E nós não podemos deixar de registrar a D. Mariinha, sua esposa, de 89 anos, que – eu tenho certeza de que está nos acompanhando – teve a missão de dar continuidade a esse projeto familiar, logo após a partida e que relata uma vida de origem humilde que trouxe tudo isso. Eu acredito que o Ricardo Teixeira estaria muito orgulhoso e, de onde ele estiver, está vendo este momento tão importante. Foi o primeiro presidente, fundador, que acreditou nesse projeto, que acreditou nessa história. Não podemos deixar de destacar também o Bebeto, que não está com a gente, irmão que também nos acompanha.
E precisamos dizer isto: o Sr. Ricardo, além de empresário, além de uma pessoa que veio de uma circunstância humilde, também esteve ativamente dentro da política do Município de Andradas, por duas vezes, sendo vice-prefeito do nosso município, dando sua contribuição, sua participação. Eu digo isso muito porque, dentro desta Casa e até nas ruas, há o discurso muitas vezes da incompatibilidade da política com o empreendedorismo, da política com o desenvolvimento. E parece que acreditamos que quem está aqui, neste Parlamento, não tem relação com o desenvolvimento do Estado. Este Parlamento nada mais é do que a síntese da representatividade do Estado de Minas Gerais, das suas regiões e dos seus segmentos. Então, pode-se dizer que a Icasa esteve intimamente relacionada, nesses 50 anos, com a política do Município de Andradas, com a política do Estado de Minas Gerais; esteve dando a sua contribuição, e, em alguns momentos, pagou um alto preço, um alto preço, acusada de não deixar vir outras indústrias, um grande mito.
Eu, tendo passado pela prefeitura por oito anos, vi que a Icasa nunca pediu uma folha de papel para a prefeitura, muito pelo contrário, a prefeitura é que pedia caminhão-pipa, é que pedia patrocínio, é que pedia apoio. No decorrer de 50 anos, muitas vezes, a prefeitura pediu e encontrou as portas da empresa abertas; essa empresa que não se limitou à questão empresarial e que tem o seu compromisso social com a Santa Casa, com a Casa Arco-Íris, com o Lar da Criança, com a Apae, com o Caca, com as entidades do município e até da região; a empresa que nos proporcionou ver o Rio Branco jogar muitas vezes com o seu patrocínio, o Rio Branco sempre liderado pelo presidente Cláudio Turatti. Não faltou da Icasa sempre o aporte financeiro e o apoio às outras modalidades esportivas, às leis de incentivo, à questão cultural; uma empresa que emprega quase mil pessoas diretamente e tem influência direta na vida de quatro mil pessoas pelo menos da cidade.
É disto que estamos falando: desse desenvolvimento que nasceu do povo de Minas, do povo do meu Sul de Minas, do povo da minha Andradas; não é de gente que veio de outra região, mas que é muito bem-vinda, pois é muito bom todo o processo que temos de industrialização. Mas também temos que valorizar aquelas pessoas que, dentro de um conceito familiar e dentro de um conceito de empreendedorismo, não imaginaram chegar a essa condição e acreditaram. E aqui estamos nós com esse resultado.
Nós tivemos um papel fundamental da Icasa, no ano de 2006, ainda no primeiro mandato da prefeita Margot – está aqui o Carlos Heitor, seu filho, a representando –, quando havia a inviabilidade do gás natural para atender a nossa região. Andradas teria um ramal de um gasoduto, saindo de Lorena e indo até Poços de Caldas. E, numa atuação ímpar e com uma grande perspicácia, Amadeu Tonon chega diante do Estado de Minas Gerais e fala: “Ou coloquem o gás ou vamos embora para São Paulo”. Era um blefe, mas foi o que ocasionou, a partir daquele momento, que tivéssemos a princípio o gasoduto virtual, já no ano de 2006; em 2010, houve a efetivação do nosso gasoduto, e hoje aquela é uma região com mais esse atrativo para novas empresas, com mais esse atrativo para o desenvolvimento que atende a toda nossa região.
A Icasa emprega andradenses, emprega pessoas que escolheram Andradas para viver e emprega pessoas de cidades das imediações; ela entrega os seus produtos para o País inteiro. Em 2010, eu fui à Ilha de Marajó, cheguei ao porto de Carajás, fui ao banheiro e estava lá: Icasa. Lá na Ilha de Marajó. É uma empresa familiar, uma empresa solidária, uma empresa que acredita no ser humano.
Eu peço licença aqui à nossa presidente Kátia para cumprimentar todos os colaboradores, que são aqueles que estão nos acompanhando. Eu conheço a fábrica toda, passamos lá pelo menos três vezes para pedir votos. Isso nos foi oportunizado também por quem está lá no preparo da matéria-prima, na fundição, na esmaltação, no forno, na expedição e pelo pessoal da Transcasa, que cuida do transporte dos produtos que são levados no caminhão “Icasa, Andradas” para o Brasil inteiro.
Eu quero dizer a todos vocês que fica hoje registrada na história do Parlamento mineiro a importância da Icasa, a indústria e cerâmica que traz no seu nome “andradense”. Mas também nós podemos dizer que o “i” é de uma empresa inteligente, que valoriza seus colaboradores, que são o maior patrimônio que ela tem. E essa inteligência faz com que essa empresa seja integrada e que ela tenha compromisso com o colaborador, com a família do colaborador. É uma empresa colaborativa, que se relaciona com as demais empresas da cidade, que tem um papel de protagonismo, que é hoje a maior geradora de ICMS do Município de Andradas.
O “c” também é de colaborativa. O “a” é de uma empresa atualizada, que foi se reinventando no decorrer de todos esses anos. O principal objetivo da Icasa não foi se mecanizar; ela nasceu com o objetivo de gerar empregos. Todas as vezes que a gente conversava com o seu Amadeu, com a D. Mariinha, com a Kátia: “Primeiro o ser humano; depois a máquina”. E o processo de robotização foi acontecendo na impossibilidade de se ter a mão de obra. Deputada Maria Clara, diferentemente de muitas outras regiões, Andradas tem mais empregos do que pessoas procurando emprego; isso, com certeza, é puxado pela Icasa.
O “s” é de uma empresa solidária, que estende as suas mãos para a comunidade, mas também de uma empresa sustentável, que preza pela sustentabilidade. E o “a”, com certeza, é de uma empresa amiga, que abraça a todos como uma grande família.
Eu quero deixar aqui hoje o meu reconhecimento, quero deixar aqui hoje a minha gratidão por o destino ter me proporcionado estar deputado estadual e poder homenagear a Icasa. Eu sou do mesmo Campestrinho aonde o Ricardo Teixeira ia a cavalo comprar batata. Eu ainda não tinha nascido quando a Icasa nasceu – ela nasceu 10 anos antes de mim – e eu acredito que 80% da população da minha cidade ainda não tinha nascido quando a Icasa nasceu. E ela está aí, uma semente boa que foi plantada, uma semente boa que foi regada, uma semente boa que produz seus frutos e que vai permanecer por muitos e muitos anos, com a graça de Deus, porque a Icasa é uma bênção para a nossa cidade. Eu falo isso em nome da minha família, com a presença da minha esposa aqui; eu falo isso em nome das autoridades, do vereador Luizinho, do vereador Antônio Carlos, do nosso presidente da câmara e do nosso vice-prefeito, e, tenho absoluta certeza, de que também em nome da nossa prefeita. Essa cidade deve muito à Icasa. Aqui há um defensor da empresa que mudou a vida de Andradas e que vai seguir transformando a vida de Minas Gerais. Muito obrigado a todos e bom dia.