Pronunciamentos

DEPUTADO CARLOS HENRIQUE (REPUBLICANOS)

Questão de Ordem

Manifesta solidariedade às deputadas, perante a continuidade de ameaças sofridas por elas. Solicita aos deputados prudência em suas falas que exponham a vida de parlamentares.
Reunião 36ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 27/10/2023
Página 12, Coluna 1
Indexação

36ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 25/10/2023

Palavras do deputado Carlos Henrique

Questão de Ordem


O deputado Carlos Henrique – Sr. Presidente, demais deputados e deputadas desta Casa, no livro de Mateus 5:9, nós aprendemos que bem-aventurados são os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. É muito importante nós buscarmos esse caminho da boa convivência, da tolerância, do respeito. Nós aqui representamos todo um contexto da população de Minas Gerais nas suas diversas correntes. Há deputados votados nesta Casa com 600 mil votos, 200 mil votos, 30 mil votos, mas todos nós representamos a vontade, o anseio da população. É claro que as nossas ações reverberam para esse conjunto de pessoas que nos apoiaram. Então nós temos que ter prudência na nossa fala, porque o mundo está em guerra, nós estamos vivendo em guerra. E esse ambiente de guerra dói, machuca, marca a vida das pessoas emocionalmente, psicologicamente e traz muitos traumas, traz medo, traz angústia na alma, e é tudo o que nós não queremos neste ambiente de trabalho. É preciso que se revejam posições, falas que exponham a vida de colegas nesta Casa. Nós temos, como bem disse a deputada que me antecedeu... E aí eu vou discordar do contexto político dela, porque os casos não estão de todo solucionados, mas não existe, a meu ver, contexto político; existe uma violência urbana. A gente quer uma finalização dessa investigação para dirimir qualquer dúvida sobre se existe contexto político, de fato, nessas mortes trágicas que assustam todos – morte de deputada, de parentes, de irmão de deputada. Mas nesse contexto político eu não quero entrar; isso cabe à polícia investigar e trazer ao seio da população a verdade dos fatos. Mas o fato é que nós precisamos aqui tomar muito cuidado com as nossas falas, porque isso expõe colegas desta Casa, expõe ao risco da violência, ao risco da agressão, ao risco de um assassinato, ao risco da violência em todos os seus aspectos. As mulheres estão conquistando seu espaço nas organizações políticas, empresariais, sociais – são todas muito bem-vindas. Nós devemos saber conviver com as diferenças, com ideologias, ideias diferentes. Nós não podemos aqui também subir à tribuna da Casa e pregar, estimular o antissemitismo também, não. Nós não podemos aceitar esse tipo de discurso. Judeus estão sendo mortos também pelo mundo pelo discurso antissemita, que também foi falado aqui nesta Casa. É uma violência! Então todo tipo de violência tem que ser erradicada, até mesmo na fala. A tribuna é livre, mas a livre expressão de pensamento tem limites. E esse limite começa quando o respeito ao outro é garantido. Então a nossa solidariedade às deputadas e aos deputados que aqui, nesta Casa, são constantemente ofendidos.