Pronunciamentos

DEPUTADO ANTONIO CARLOS ARANTES (PL)

Declaração de Voto

Destaca a importância de projeto de lei que ratifica o protocolo de Intenções firmado entre os Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, com a finalidade de construir o Consórcio de Integração dos Estados do Sul e Sudeste do Brasil.
Reunião 68ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 19/10/2023
Página 67, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 1055 de 2023

68ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 17/10/2023

Palavras do deputado Antonio Carlos Arantes

O deputado Antonio Carlos Arantes – Queria manifestar aqui, neste momento, a importância desse projeto do governador do Estado de Minas Gerais, o Projeto de Lei nº 954/2023, que trata da adesão a esse consórcio dos estados, o Cosud, ou seja, é a prova, em todos os setores do cooperativismo, de que os pequenos juntos se tornam um grande. Minas é um Estado grande, é um estado importante, mas junto com São Paulo, com Rio de Janeiro, com Paraná, com Santa Catarina, com Rio Grande do Sul logicamente o Estado será maior, não é? Então não tenham dúvida de que, quando se tem união, quando se tem um consórcio, quando se tem uma cooperação e um cooperativismo, todos ganham. É aquele ditado que diz que é o ganha-ganha. Ninguém perde e, principalmente, quem mais ganha é o cidadão e ganhará o cidadão mineiro. A nossa manifestação de apoio ao governador Romeu Zema pela iniciativa e pela participação. Tem sido muito importantes suas manifestações. Eu queria ser bastante rápido aqui, mas não posso deixar de falar o que está acontecendo de mais grave no campo em todos os setores, e nós estamos percebendo aí uma depreciação da atividade rural, vendo uma asfixia, tirando o gás de quem produz no campo, mas, de forma extrema, do nosso produtor de leite. O nosso produtor de leite nunca passou por uma dificuldade financeira como está passando agora. Hoje pouquíssimos produtores de leite estão conseguindo vender o seu leite a R$2,00, enquanto o mínimo de custo de produção dificilmente é menos de R$2,50, R$2,60, ou seja, o prejuízo é muito grande. Grande parte desses produtores hoje estão sendo extintos. Parando com a atividade, muitos nem têm o que fazer, não têm outra atividade, estão pagando para produzir. Ai, ao falarmos de produtor de leite, estamos falamos de uma atividade, de um cidadão, de uma família que não tem 8 horas por dia na sua carga horária, não. São 12 horas, são 14 horas por dia. Não tem sábado e domingo nem feriado, não! São 365 dias por ano ali na sua atividade. Não tem esse negócio de feriado com a vaca, não! Ou seja, é uma atividade que é um cativeiro. Essa é uma realidade. E, agora, pior que o cativeiro, é a escravidão, porque você vender leite abaixo do custo de produção, chegar ao final do mês e não ter renda suficiente para pagar as suas contas, para cuidar da sua família e até para pensar numa futura aposentadoria é muito grave! Isso não é em função apenas da diminuição do consumo, mas é em função de decisões erradas do governo federal, que está importando leite da Nova Zelândia, da Argentina, do Uruguai em detrimento da produção do povo brasileiro. Esta semana eu visitei três produtores rurais e vi que são produtores, inclusive competentes, profissionalizados. As contas não estão fechando. Visitei o presidente da cooperativa dos produtores de leite de Jacuí, Toninho, da Cooperjac, e ele me disse da quantidade de produtores que já pararam suas atividades. Ele disse da extinção, e que só não faria o descarte – e quando essas vacas são descartadas, elas vão para o matadouro – porque hoje nem os frigoríficos querem comprar. Visitei o produtor Adalberto, que é inclusive da comunidade onde eu sempre residi e tem propriedade na região, e ele disse o seguinte: “Deputado, aqui é só família, aqui a gente não tem empregado, aqui a gente tem inclusive assistência da Faemg, da ATeG, através do Senar. Os nossos números são redondos, são bem feitos, e a conta não fecha. Não sabemos o que fazer para a frente. Inclusive eu já vendi algumas vacas, que foram, sim, para o abate.” Ou seja, a situação do produtor rural mineiro e brasileiro é horrível. No Rio Grande do Sul, fizeram uma grande manifestação, inclusive jogando leite, descartando leite nas ruas, mostrando as dificuldades que estão passando. As nossas lideranças – presidente Toninho, da Faemg; deputados federais; deputado Domingos Sávio e vários deputados; pessoal do cooperativismo e da Ocemg – já estiveram quatro vezes com os dois ministros, tanto com o ministro da Agricultura quanto com o ministro do Desenvolvimento Agrário; quatro vezes, segundo eles, e estarão novamente na quinta–feira; e nenhuma decisão. Facilitação completa para que entre leite; para que entrem lácteos da Nova Zelândia, da Argentina, do Uruguai; e falindo os nossos produtores, inclusive produtores grandes e médios, mas principalmente os pequenos produtores. Falindo e extinguindo, porque dificilmente voltarão. É uma situação triste, mas é real, e o governo federal precisa tomar providências e fazer ações que impeçam essas importações desenfreadas que acontecem hoje, no Brasil, levando os nossos produtores à falência. É lamentável o que acontece hoje com os nossos produtores rurais.