Pronunciamentos

DEPUTADO CAPOREZZO (PL)

Discurso

Critica juiz que deu voz de prisão para mãe que se expressou contra acusado de matar o filho dela durante audiência no Mato Grosso; e também a Justiça do Ceará, que deu a guarda de uma criança de 6 anos ao pai que é acusado de tê-la estuprado. Critica o tratamento dado ao Hamas pela revista Carta Capital, que estaria se recusando a chamar o grupo de terrorista. Lamenta casos de pedofilia e a movimentação contrária da esquerda ao filme Som da Liberdade.
Reunião 69ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/10/2023
Página 35, Coluna 1
Aparteante EDUARDO AZEVEDO
Indexação

69ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 18/10/2023

Palavras do deputado Caporezzo

O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas deputados estaduais.

Realmente duas notícias terríveis me entristeceram em relação à Justiça brasileira. Olhem o que aconteceu no Mato Grosso. Uma mãe que teve o filho assassinado foi a depoimento. Como se revoltou, logicamente, por estar ao lado do assassino do seu filho, o advogado falou que ela deveria tratá-lo com urbanidade. E o juiz prendeu a mãe por ter se exaltado contra o assassino do próprio filho. É um escárnio o que acontece com a Justiça brasileira! Está aqui, ó: “Ouvida na presença do réu, Sylvia, a mãe, afirmou que o réu não era ninguém para ela”. O advogado do acusado, então, teria pedido urbanidade no tratamento com o rapaz. O juiz Wladymir Perri, por sua vez, interveio questionando se a mãe da vítima tinha serenidade e inteligência para prosseguir a oitiva. Como é que pode, meu Deus do céu! Então ela falou que é claro que tinha inteligência, sim. E ele falou que se referia à inteligência emocional, porque não basta ter um filho assassinado, tem que ter paciência com o assassino. E, depois, em determinado momento, ele se levantou, porque a Sylvia ficou exaltada, jogou um copo de água descartável na sala de audiência e, olhando para o réu, falou o seguinte: “Você vai pagar, vai pagar pelo que fez”. Então o juiz foi, levantou o dedo e, com o dedo em haste, deu voz de prisão para a mãe que teve o filho assassinado. Aqui, juiz Wladymir, você é uma vergonha para a Justiça brasileira! São pessoas como você que fazem com que parte da população apele para a lei de talião, porque não tem opção, não tem confiança na nossa Justiça.

Outro caso terrível aconteceu na Justiça do Ceará, que deu a guarda de uma criança de 6 anos ao pai que é acusado de tê-la estuprado. O pai que é acusado de ter praticado pedofilia contra uma criança de 6 anos recebeu a guarda! Aí, qual é a opção que resta para a população brasileira diante de uma Justiça como essa? Vocês estão incentivando o povo a fazer justiça com as próprias mãos, porque não resta uma alternativa e, ao procurar a Justiça, só o bandido, só o vagabundo, só o criminoso é tratado com respeito, a ponto de uma mãe que teve o filho assassinado ter que tratar com urbanidade o próprio assassino de seu filho. É um absurdo que não pode mais acontecer! Reclamam muito da classe política e com razão, mas, infelizmente, a cada dia parece que o que existe de pior no Brasil está no Poder Judiciário. Se muita gente não tem coragem de falar isso, eu subo aqui e falo!

E como é importante, mudando aqui o assunto, falar a respeito da opinião de veículos que são historicamente relacionados com a esquerda. Aqui eu falo da guerra de Israel. Leiam a CartaCapital, que historicamente é um veículo de esquerda e que se recusa sistematicamente a chamar o Hamas de grupo terrorista. Nesta semana, na capa da revista CartaCapital está o seguinte: “Guerra desigual. A barbárie guia o conflito entre Israel e Hamas”. A barbárie guia esse conflito? Esperem um pouquinho: é Israel que está sequestrando civil? É Israel que utiliza bebês como escudos humanos? É Israel que está decapitando a cabeça de 40 bebês, estuprando mulheres? Não é, não! É o grupo terrorista Hamas! Então, se essas pessoas, por uma questão de narrativa... O que vale não é a realidade, o que vale é a narrativa, conforme já falou o molusco de nove dedos, cachaceiro e descondenado. Então já que o que vale é a narrativa, não importa se há mulher sendo estuprada, se há família sendo assassinada, se há bebê sendo decapitado. Nós não podemos chamar o Hamas de grupo terrorista. Terroristas certamente são os manifestantes do 8 de Janeiro, que depredaram o patrimônio público sem ter uma única arma. E heróis são os militares do Exército lá, em Brasília, e os policiais federais que prenderam mais de 2 mil terroristas em um único dia, sem disparar um tiro. É triste ver a hipocrisia que reina no Brasil em relação a temas relevantes, em relação à vida e à morte. Nós estamos falando aqui de tortura, nós estamos falando aqui de terrorismo, nós estamos falando aqui de assassinato. Então eles não chamam o Hamas de grupo genocida, mas chamam Jair Bolsonaro de genocida, por quê? Porque ele comprou a tempo a vacina, e o Brasil foi um dos países que vacinou primeiro, independentemente de essa medida ser eficiente ou não.

O deputado Eduardo Azevedo (em aparte) – Obrigado, deputado Caporezzo, pelo aparte. O que mais nos deixa perplexos é ver que há deputado que sobe aqui na tribuna para poder chamar Israel de terrorista, fascista e genocida. Imaginem só! O Hamas ataca o Estado de Israel de forma covarde, de forma completamente fora dos padrões, e queria que Israel revidasse com flores. Uma deputada aqui ontem teve a coragem de chamar Israel de genocida e fascista. É óbvio que existem pessoas inocentes na Palestina, mas o grupo Hamas tem que ser tratado da forma como ele merece, da forma o mais ostensiva possível.

Falando do grupo Hamas, eu queria falar a respeito dos crimes que envolvem crianças e adolescentes no Estado de Minas Gerais. Eu pedi à minha assessoria para poder fazer um levantamento. Eu não vou me delongar muito, mas são vários e vários crimes que estão aqui na minha mão, que acabam acontecendo. (– Mostra papel.) Fizemos um levantamento mais específico. Aqui diz o seguinte: “Violência física, sexual e infantil em Minas. Em 2023 há mais da metade do total de casos do que no ano passado”. Eu fico parado imaginando o que passa na cabeça, na mente doentia desses pedófilos, desses estupradores, dessas pessoas que abusam da inocência das nossas crianças. Isso me chamou muito a atenção. Este caso aconteceu próximo de Divinópolis, minha cidade, lá em Bambuí: “Fotógrafo de ensaios infantis é preso suspeito de pedofilia em Minas Gerais”. O caso foi em Bambuí, região Centro-Oeste de Minas. “Enteado de 2 anos é uma das vítimas”, diz polícia. Gente, que absurdo é esse? Mais da metade do número de casos do ano passado são os números registrados de casos de abuso sexual e crimes contra a criança e o adolescente.

Eu quero deixar bem claro que já existe aqui, na Casa, um projeto de minha autoria que dá prioridade na tramitação da investigação de crimes contra criança e adolescente aqui, no Estado de Minas Gerais. Eu espero que, na próxima semana, esse projeto esteja pronto, para que nós possamos votá-lo em Plenário. Na semana passada ele estava, mas infelizmente foi apresentada uma emenda. Nós precisamos votar esse projeto com celeridade, com urgência, porque, no que depender de mim, não vou medir esforços para ir para cima desses pedófilos, desses abusadores. Nós temos que ter tolerância zero com esse tipo de atitude. Uma criança de 2 anos de idade mais uma vez foi vítima desses abusadores em Minas Gerais. Obrigado.

O deputado Caporezzo – Parabéns, deputado. É brilhante a sua explanação, muito pertinente. Se existe algo que me revolta profundamente se chama pedofilia. Pedofilia é, realmente, algo revoltante. Eu tentei entender por que, recentemente, a esquerda fez uma movimentação contrária ao filme Som da Liberdade. Fui assistir ao filme pensando o quê? Que eu ia ver algum pedófilo sendo assassinado, e aí justificaria a ação da esquerda, porque ela adora defender bandido, não importa quem seja ele. Não! No filme os pedófilos são presos, e crianças são salvas. Qual é o problema de vocês? Eu queria que esse filme Som da Liberdade fosse uma mistura do que ele é com algum filme como Kill Bill, para ver cabeça de pedófilo rolando no chão, porque a morte é a pena que uma pessoa deve sofrer quando se levanta contra uma criança. Quem tem coragem de abusar sexualmente de uma criança tem que morrer! Falam que pedofilia é doença, então têm que tomar o remedinho, que é uma munição de 40 na cara; tomem via oral, que, com certeza, vai resolver. Na condição de policial militar, podem ter certeza, eu sempre dei um tratamento maravilhoso para os pedófilos, só não posso contar aqui os casos, porque eu seria preso. Mas, com certeza, eu estou muito satisfeito com a maneira como agi. Eu espero um dia ver, neste país, o fim da impunidade, principalmente contra quem se levanta para atacar crianças e abusar sexualmente delas. A morte é o que eles merecem. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais!