Pronunciamentos

DEPUTADO ANTONIO CARLOS ARANTES (PL), Presidente "ad hoc". Autor do requerimento que deu origem à homenagem.

Discurso

Homenagem pelo transcurso do 75º aniversário de fundação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais - Emater–MG.
Reunião 20ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 13/09/2023
Página 45, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 1583 de 2023

20ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 11/9/2023

Palavras do presidente (deputado Antonio Carlos Arantes)

Exmo. Sr. Deputado Carlos Henrique, coautor deste requerimento que deu origem a esta homenagem. Deputado Carlos Henrique, é muita satisfação para a minha pessoa compartilhar com V. Exa. esta tão importante homenagem, não só pela nossa amizade e pelo reconhecimento que eu tenho por você como parlamentar, mas também pelo trabalho que você tem feito – e muito bem feito – na defesa dos nossos produtores via Emater. Muito obrigado por estar conosco fortalecendo essa tão importante homenagem.

Quero cumprimentar o Otávio Maia, diretor-presidente da Emater; o Cláudio Bortolini; o Gelson, da diretoria; o Feliciano e vários amigos; o Vitório, agora também na diretoria; enfim todos os colaboradores da Emater que estão aqui presentes e que também estão nos assistindo pelas redes sociais. Queria cumprimentar também o Dr. João Ricardo Albanez, secretário adjunto da Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais, representando o Dr. Thales Almeida, nosso secretário de Agricultura – muito obrigado pela presença – e também os demais que estão aqui presentes da Secretaria de Agricultura; o Everton Ferreira, superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária – muito obrigado, Everton, pela sua presença também; a Profa. Nilda de Fátima Ferreira Soares, diretora-presidente da Epamig, que está aqui conosco também; a Sra. Elenice Cristine Batista Ferreira, delegada de Polícia Civil de Minas Gerais, representando a Dra. Letícia Gamboge, nossa amiga, chefe de Polícia Civil – muito obrigado também pela presença; e todos que estão aqui presentes conosco, todas as lideranças e todas as autoridades.

Quero dizer da nossa satisfação de estarmos homenageando a Emater, que, no dia 6/12/1948 nascia em Minas Gerais, por inciativa do então governador Milton Campos. Nascia ali a Associação de Crédito e Assistência Rural – Acar. Naquela época, Minas Gerais enfrentava muitos problemas no campo: havia poucas estradas rurais; nenhum saneamento básico, médicos, hospitais, escolas. Enfim, imperava a cultura da subsistência, e poucos conseguiram romper com a condição de miséria no campo. A Acar, em convênio com a American International Association for Economic and Social Development – AIA – teve a missão de viabilizar recursos através de uma espécie de crédito rural supervisionado, que, além de financiar atividades produtivas sempre orientadas por seus técnicos, também proporcionava possibilidade de tomar recursos para melhorar as duras condições de vida das famílias rurais. O primeiro escritório foi aberto no Município de Santa Luzia – eu confesso que não sabia. Posteriormente também foram abertos escritórios em Pedro Leopoldo, Ubá e Curvelo. Cada escritório possuía uma equipe composta de supervisor agrícola, que poderia ser engenheiro agrônomo, médico-veterinário ou técnico agrícola, e uma supervisora doméstica, geralmente uma professora ou até uma enfermeira. As primeiras atividades envolvidas eram difusão do uso de capineira; introdução de sementes híbridas de milho; combate à formiga saúva, aos carrapatos em bovinos, à verminose suína; difusão da importância do filtro de água, difusão da construção e do uso de fossas sépticas secas; melhoria da habitação e do saneamento básico; formação de hortas e pomares domésticos; utilização de livros para contabilização dos recursos da fazenda; organização de grupos de mulheres. No decorrer dos anos, as atividades desenvolvidas pela Acar foram sendo diversificadas e tornaram-se um modelo de sucesso para outros estados brasileiros, que passaram a criar as suas associações. Até que, em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira criou a Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural – Abcar –, que tinha a incumbência de coordenar, supervisionar e disponibilizar recursos federais às associações então criadas pelos estados. Em 1974, sob a gestão do então ministro Alysson Paolinelli, que era ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi criada então a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – Embrater –, diretamente vinculada ao Ministério da Agricultura e que passou a coordenar as Ematers, empresas públicas vinculadas à Secretaria de Estado de Agricultura, em substituição às Acars.

Em 1975, através da Lei nº 6.704, de 28/11/1975, foi então criada a Emater, em substituição à Acar, cujo objetivo é planejar, coordenar e executar programas de assistência técnica e extensão rural, visando a difusão de conhecimento de natureza técnica, econômica e social, para o aumento da produção e produtividade agrícolas e a melhoria das condições de vida do meio rural do Estado de Minas Gerais, de acordo com as políticas de ação do governo estadual e do governo federal.

A Emater hoje tem aproximadamente 1.851 colaboradores, está presente em mais de 800 municípios, e o seu trabalho é referência nacional. A empresa é responsável pelo atendimento de aproximadamente 350 mil famílias. Ou seja, é um sucesso. Quando se fala de Emater, nós podemos falar de resultado.

O Otávio andou falando na nossa ligação com a Emater, e eu posso dizer para vocês que realmente é isso mesmo. A Emater nasceu como Acar, e, nos anos 1967 por aí, eu muito jovem, muito criança, morando no Bairro Rural do Mato Dentro, no Jacuí, lá havia apenas quatro jipes que circulavam na nossa propriedade. Num raio de 15km havia quatro jipes, e eu conhecia os barulhos de todos a distância. Mas havia um também que eu conhecia, e esse era a minha paixão: o jipe da Emater. Então, quando fazia barulho, principalmente quando a gente estava numa região chamada Cerradão, que a gente ia levar os bois para descansar ou buscar para carrear, eu e meu irmão ouvíamos o barulho do jipe. Aí eu falava: “Este é jipe do João Gomes, este é o do José Horácio”. Mas eu queria ouvir era o barulho do jipe da Acar. Aí eu falava: “Este é o meu jipe”. Porque Acar, Antonio Carlos Arantes. Era uma paixão por aquele jipe.

Mas não era pelo jipe também, gente, era porque ali havia um técnico ou, muitas vezes, dois, até três técnicos. E eles paravam, cumprimentavam a gente. A gente indo para a escola, aquele tanto de crianças, vinha o jipe, e eu já falava: “Está vindo o meu jipe”. O jipe passava devagarzinho, eu parava. Aquilo criou ali, como se diz, o amor. Eu me emociono, gente, é o coração. A Emater está dentro da gente.

E quis Deus que, em 1977, a Emater abrisse um escritório em Jacuí. Havia a Regional São Sebastião, havia escritório em Monte Santo. Quem nos atendia era Monte Santo de Minas, mas o de São Sebastião do Paraíso passou a atender Jacuí, com o Zé Parole; com o Sálvio; com o Jorge Megale, que era veterinário; e com a Lígia, que era do bem-estar social. E era aquela alegria a Emater no nosso Mato Dentro.

Eu muito jovem, e ali foi a provocação. Eu falo que fui criado numa família muito unida, apesar de que perdi minha mãe muito novo – a minha mãe tinha 27 anos, e eu tinha apenas 5. Mas o meu pai e os meus avós nos criaram numa família muito unida, muito católica, numa família de fé – não quer dizer que não sendo católica não seja uma família de fé. Mas eu posso dizer que aquilo foi o nosso alicerce, da nossa família. Mas acima do alicerce, houve a moldura, a Emater me moldou. Ela me moldou para avançar, para acreditar, para ter esperança.

De vez em quando nós recebíamos lá o pessoal aqui da região, inclusive o seu pai, o Sérgio Regina – viu, Serginho? Eu me lembro do seu pai lá no Mato Dentro, falando de agricultura sustentável, há mais de 40 anos, no que hoje que se fala muito. Mas naquele tempo pouca gente sabia o que era isso.

E aquela ligação com a Emater cada dia se tornava mais forte. E o presidente do grupo 4S... Quem está nos assistindo pela televisão talvez nem saiba o que é 4S. 4S é um modelo em que a própria Acar foi financiada, com recursos internacionais, dos Estados Unidos. E lá havia, xará, Carlos Henrique, um modelo de promoção da juventude chamado 4S. 4S é ter saúde para você saber... Você ter saúde para melhor sentir e para melhor servir. Ou seja: saúde, sentir, saber e servir. Quer coisa mais... Quem sabe e tem esses 4S no seu coração, na sua ação, na sua mente, vai ser uma pessoa de bem. Então eu falo que isso foi a Emater, não é? Conseguiu incutir no meu coração o 4S, e até hoje a gente coloca esse 4S na prática.

Foi do 4S a promoção daquela juventude, a gente se destacou, e, em 1980, eu tive a alegria de receber do governador Francelino Pereira o Jovem Destaque de Minas Gerais e ganhei o Jeep de Bronze. Agora, recentemente, eu ganhei o Jeep Dourado, não é, e fiquei muito feliz como parlamentar que se destacou, mas aquilo ali foi mais um incentivo. Aí nós criamos a Associação dos Pequenos Produtores, com 51 produtores. Quando eu digo isso, a Emater estava junto em tudo. Depois, quis o destino que eu me tornasse prefeito da minha cidade, mas foi tudo em função do trabalho em parceria com a Emater, orientado pela Emater. E quis Deus que hoje eu me tornasse – hoje, não, já quase há 20 anos – deputado estadual, ou seja, a Emater está presente no meu dia a dia em todos os sentidos. E é por isso que eu tenho muita alegria de falar que eu sou apaixonado pela Emater. Eu sou cria da Emater. Esta é a minha fala e é verdadeira.

E, como parlamentar, manifesto a nossa alegria de poder ter trabalhado, com resultados importantes. Hoje a Emater está presente em tudo – não é, Vitório? –, como na nossa feira livre, que a gente promoveu em tantos municípios, criou em tantos lugares; apoiamos a criação da feira livre inclusive da Aproxima, daqui de Belo Horizonte, junto com o Senar, com a Faemg, com a Emater, e depois a nossa feira aqui, que é um sucesso, não é? Este não é só lugar de vender produtos, não; este é um lugar de vender esperança, alegria para as pessoas, de fazer promoção de renda e é um espelho para aqueles produtores venderem para outros lugares também, porque aqui é o espaço, é a Casa do povo mineiro.

É grande a nossa alegria de ver que um projeto tramitou aqui e virou lei: o projeto do queijo artesanal, com apoio da Emater do começo ao fim, do IMA, de todas as áreas juntas, do Ministério da Agricultura da mesma forma, da nossa secretaria, não é, João? Quantas reuniões você fez conosco aqui? E o Certifica Minas. Quando se fala de café... O mineiro achava que produzia café bom, não é, Serginho? Hoje, através da Emater e através do Certifica Minas, a gente descobriu que produz, como você disse, Otávio, o melhor café do mundo. E isso foi através da Emater, foi através do Certifica Minas, foi através da parceria com a Faemg, com o Senar.

Foi através da Emater que tantos outros projetos avançaram: a agroindústria familiar, inclusive de minha autoria aqui também; o PAA familiar, que é uma realidade também; o dos biofertilizantes, que aprovamos agora, recentemente, e que tem muito a mão do Serginho, do Tinoco, da nossa Emater e muito do Dr. Alysson Paolinelli, que hoje não está mais conosco presencialmente, mas espiritualmente, porque ele falava de Emater com a boca muito cheia, da paixão pela Emater. Enfim, são tantos projetos, como a Delegacia Rural. A nossa delegada está aqui presente e sabe do que eu estou falando: a importância da defesa do produtor rural, em que a Emater sempre foi uma aliada. Ou seja, é muita alegria para nós. E o simbolismo desta homenagem para mim, presidente, é muito maior do que o de qualquer outra homenagem, porque, se eu estou aqui nesta mesa, nesta cadeira, já indo para o sexto mandato, eu devo muito à Emater. E quero aqui agradecer o reconhecimento de vocês, a parceria e o apoio que têm me dado, e muito.

Agora, gostaria de manifestar aqui as palavras do nosso presidente, do nosso grande amigo Tadeu Martins Leite, que diz: “Esta Casa reconhece, nesta homenagem, os 75 anos da Emater-MG, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, a maior empresa pública do setor no Brasil, com uma história de excelentes serviços ao meio rural e que resultam na melhoria da qualidade de vida de toda população do Estado.

Ao atender, pela assistência técnica, os pequenos produtores rurais e ao executar programas de incentivo ao associativismo e cooperativismo voltados para a educação rural e a difusão de novas tecnologias, a Emater-MG promove, em última instância, o desenvolvimento sustentado de toda a sociedade mineira. Uma agropecuária dinâmica e competitiva é o grande resultado das ações da Emater, pela integração ao mercado do setor produtivo rural e com a organização da agricultura familiar dando sustentação à agroindústria.

Em sintonia com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Governo do Estado de Minas Gerais, a empresa está presente em cerca de 800 municípios mineiros, atendendo cerca de 350 mil produtores rurais, colocando em prática, em conjunto com instituições públicas e privadas, um trabalho que se tornou referência nacional. Em uma parceria de sucesso, a Assembleia de Minas recebe mensalmente a Feira de Agricultura Familiar da Emater, criando oportunidades para a exposição de produção agrícola e não agrícola mineira, gerando emprego e renda para famílias rurais, associações e cooperativas de artesãos. Minas Gerais precisa que a Emater permaneça ativa, atuante, dialogando com os pequenos produtores rurais e suas famílias para que continuemos a enaltecer os seus próximos 75 anos de pioneirismo, desenvolvimento, extensão e inovação tecnológica para o setor agropecuário mineiro”.

Muito obrigado a todos pela presença e que Deus nos proteja. Vida longa para a nossa Emater! Muito obrigado a todos.