Pronunciamentos

THALES ALMEIDA PEREIRA FERNANDES, Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, representando o governador - MG

Discurso

Homenagem pelo transcurso do 30º aniversário de fundação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Minas.
Reunião 25ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 11/10/2023
Página 9, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 3176 de 2023

25ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 9/10/2023

Palavras do Sr. Thales Almeida Pereira Fernandes

Boa noite a todos. É um prazer estar aqui, no evento. Vou aproveitar para falar de onde estou mesmo. Quero cumprimentar o nosso amigo, deputado Antonio Carlos Arantes, 1º-secretário da Casa, nosso anfitrião neste evento, que sempre apoiou e apoia muito o nosso agronegócio mineiro – meus cumprimentos, deputado –; e o deputado Adriano Alvarenga, autor desta homenagem muito importante ao nosso Senar.

Eu fico muito feliz de ver, como deveria ser, esta Casa homenageando, há alguns dias, a nossa Emater pelos seus 75 anos – a Emater, que faz um trabalho de extensão rural –, hoje homenageando o Senar, o setor sucroalcooleiro, e a valorização que tem sido dada por esses parlamentares ao nosso agro. Isso é muito importante para todos nós.

Queria cumprimentar o deputado Roberto Andrade; nosso Antônio Carlos de Moraes, diretor-geral do IMA; Carlos Augusto, da Cooxupé; Celso Furtado, do Senar, em nome de quem cumprimento todos os funcionários do Senar e do Sistema Faemg, que trabalham continuamente para o êxito do nosso agronegócio. Eu vejo aqui vários amigos presidentes de sindicatos rurais, produtores rurais, o pessoal da Seapa, o Renato, o Hebinho, o Toninho, o Dr. Francisco, todos, e o meu amigo especial Antônio Pitangui de Salvo, presidente da Faemg, do Sistema Senar, que é incansável, não é, Toninho? Você é incansável, está fazendo um excelente trabalho. Tirou a Faemg de trás da mesa e a colocou no campo, junto com o produtor rural, para acompanhar o dia a dia, receber as demandas e principalmente corresponder a essas demandas. Isso é o que importa. Então este dia de hoje é um dia muito importante – são 30 anos do Senar – e tem que ser realmente comemorado e valorizado.

O Senar capacita mais de 200 mil pessoas por ano. Hoje um grande gargalo que temos dentro do nosso setor agropecuário é a mão de obra. Todos nós sabemos disso. A qualificação da mão de obra tem sido um problema para todos nós, produtores rurais. Temos máquinas que quase falam com a gente, temos tecnologia de ponta na produção de forragem, uma genética da mais avançada, um melhoramento genético de sementes transgênicas e várias cultivares, e temos que ter capacitação e mão de obra. E esse trabalho que o Senar faz, nesses 30 anos, capacitou mais de 3,5 milhões de pessoas. Isso é muito importante para aumentar a nossa produtividade e trazer principalmente competitividade para o nosso agro, que vem passando por um momento difícil. Mas nós estamos acostumados com isso e, unidos e fortes, vamos conseguir superar tudo isso.

Eu tenho uma história com o Senar muito curiosa, que gostaria de compartilhar com vocês, que pautou a minha vida. Em 2006, quando eu trabalhava na coordenação da fiscalização do uso e comércio de agrotóxicos em Minas Gerais, o nosso amigo Dr. Altino era o diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária, e montamos um projeto que se chamava Projeto Alimento Seguro, que trabalhava principalmente com a fiscalização do uso de agrotóxicos em propriedades rurais. Era uma inovação o IMA ir até as propriedades rurais, já que a gente fiscalizava só o comércio, para fiscalizar o uso, o receituário agronômico, a devolução de embalagens, se estavam usando produto autorizado para cultura, e a gente estava fazendo um trabalho educativo com a turma do morango e do tomate, porque eram os que mais usavam agrotóxicos. E o meu amigo Luiz Ronilson, do Senar, que eu não conhecia, apesar de já termos sido contemporâneos na Universidade de Viçosa – depois me aproximei dele –, me procurou durante um evento e falou: “Thales, a gente podia se aproximar mais, porque, numa determinada região de Minas Gerais, temos um problema. Eu queria que o IMA fosse sempre aos treinamentos de uso de agrotóxicos do Senar nas propriedades rurais falar o que fiscaliza na ponta, porque, quando a gente chega às propriedades rurais para mobilizar aqueles produtores e emitir o certificado, um produtor vira para o outro e fala: “Olhe, não faça o curso do Senar, não, porque senão, quando o IMA chegar, você não pode falar que não sabia”.

Isso marcou profundamente, porque, dali em diante, colocamos os profissionais do IMA, sob o comando do Dr. Altino à época, para fazer uma palestra de 40 minutos nos cursos do Senar, falando do trabalho da fiscalização, da importância do uso correto dos agrotóxicos, e fizemos, naquele ano, mais de 3 mil treinamentos. Isso coroou o trabalho que fizemos com agrotóxicos, colocando Minas Gerais hoje, ainda, como o Estado que mais fiscaliza o uso de agrotóxicos. E a colaboração do Senar foi fundamental para a gente ter sucesso.

Recentemente, na semana passada, nós tivemos o prazer de dar as mãos e trabalhar agora com a metodologia da ATeG, como disse o Toninho aqui, com mais de 13 cadeias produtivas, mais de 500 técnicos trabalhando. Junto com a Emater, nós vamos fazer agora uma parceria, inovação – já ligaram, Toninho, de Goiás, do Mato Grosso, das Ematers, para saber como nós conseguimos fazer isso –, e vamos fazer um trabalho conjunto, alinhado cada vez mais, para poder potencializar a assistência técnica e a extensão rural em Minas Gerais.

O Senar tem tido resultados fantásticos. Na cafeicultura, nós que andamos muito vemos principalmente que os produtores sabem hoje o custo de uma saca de café através da ATeG do Senar. Àquela época do gavetão – Toninho se lembra bem disso, não é, Toninho? –, em que o cara abria o gavetão e jogava o dinheiro dentro, depois abria o gavetão e tirava o dinheiro para pagar as contas. Às vezes sobrava dinheiro no gavetão, e ele comprava mais alguma coisa; às vezes, faltava dinheiro no gavetão, e ele buscava no banco. Isso acabou! Com o Senar, a gestão está sendo feita, o produtor sabe quanto ele precisa gastar, quanto ele vai produzir, tem o custo na mão e pode ter previsibilidade. Infelizmente alguns setores, alguns fatores, como essa importação desregrada e maluca de leite, que está vindo para proteger mais os produtores uruguaios e argentinos do que os produtores mineiros e brasileiros, foge um pouco da questão da nossa gestão. Enfim, eu vejo que nós estamos no caminho certo, que essa questão da assistência técnica, da gestão da propriedade, de fazermos a sucessão e não herdeiros – isso, o Senar tem também trabalhado –, é o caminho correto, que está levando o agro mineiro a esses números tão exponenciais que a gente tem visto. E nós estamos trabalhando, cada vez mais, com uma diversidade maior e colhendo resultados.

Por fim, eu quero realmente parabenizar o Senar pelos seus 30 anos e dizer que a Secretaria de Agricultura e o governo de Minas continuam de mãos dadas com o Sistema Faemg, em prol do agronegócio mineiro. Salve o Senar pelos seus 30 anos! Um forte abraço. Muito obrigado.