Pronunciamentos

DEPUTADO CORONEL SANDRO (PL)

Discurso

Declara posição contrária ao projeto de resolução que concede o título de Cidadão Honorário do Estado a Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, em turno único.
Reunião 65ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/10/2023
Página 78, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PRE 16 de 2023

65ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 3/10/2023

Palavras do deputado Coronel Sandro

O deputado Coronel Sandro – Sr. Presidente, caros colegas, eu já vou seguindo a mesma sequência do Caporezzo. Quando o atual vice faz a citação daquele filme tão famoso, The karate kid, eu tenho certeza de que ele se inspirou em uma cena que é icônica, em que o mestre diz ao aprendiz, o LaRusso: “Põe casaca, tira casaca; põe casaca, tira casaca”. Isso é típico do vira-casaca, que é o que é Alckmin; ele é um vira-casaca. É por isso que ele citou The karate kid.

Eu fico impressionado com o homem. Salvo engano, o Alckmin é médico – salvo engano. Ele disputou tantas eleições! É claro que o Brasil diz que ele não merecia ser presidente: perdeu duas eleições, salvo engano. E, quando menos se espera, ou se esperava, uma reação ou uma postura de indignação, o que ele faz? Junta-se ao seu algoz, o atual presidente. Isso tem um nome na ciência. Chama-se síndrome de Estocolmo. Alckmin foi “estocolmizado” porque apanhou tanto que se apaixonou pelo seu algoz, o Lula, e juntou-se a ele numa eleição presidencial.

Pode-se argumentar aqui qualquer coisa. Pode-se dizer que o País é livre, e de fato é. Qualquer um que tenha condições de elegibilidade pode se filiar a um partido e se candidatar a qualquer cargo, é verdade. Pode fazer aliança com qualquer político, é verdade. O que não pode, gente, é passar uma vida inteira, uma vida política inteira... Foram dois governos no Estado de São Paulo, e, salvo engano, foi prefeito da cidade de São Paulo; apanha em duas eleições, toma chicotada, e depois vai como um cordeirinho se aliar àquele que o derrotou sob o argumento de que é bom para o Brasil. É bom uma ova. Isso foi bom para eles.

E lamento que uma pessoa – eu considerava muito o atual vice-governador –, achava-o uma pessoa centrada, equilibrada politicamente, que servia para o Brasil. Mas vai se juntar à Lula? Como pode servir para o Brasil? Pior ainda: aceitou uma condição de subserviência, e, quando foi necessário ir ao Rio Grande do Sul anunciar medidas do governo federal em decorrência da indisponibilidade do presidente da República, que havia sido submetido a uma cirurgia, quem foi fazer o anúncio? A esposa do presidente, a Sra. Janja, que não foi eleita para nada, que não foi eleita para nada, que não tem condições formais para representar o governo do Brasil em nenhum lugar. Um homem que aceita se submeter a isso – realmente vou dizer, viu? – é, no mínimo, uma decepção muito grande.

Sr. Presidente, para encerrar, quero dizer àqueles que defendem a concessão do título para o vice-governador que deveriam refletir sobre essa última informação, que me foi alertada pela Chiara Biondini. Está aqui numa postagem: “Alckmin e ministra do Esporte posam em foto segurando bandeira com o slogan “Minha criança trans”. O cara, além de mexer com a merenda das crianças, agora está mexendo com a sexualidade delas. Oh, Minas Gerais! Oh, deputado eleito por Minas Gerais, espera aí! Isso aqui é uma família mineira, é tradição. Aqui a turma é raiz. A gente não aceita isso, não. Uma pessoa que defende isso não pode ser cidadão de Minas Gerais. Nós iríamos entregar-lhe uma coisa que não tem legitimidade para receber. Então peço aos meus colegas que votem contra essa concessão de título.

E, para encerrar, Sr. Presidente, nós, inclusive eu, fomos duros contra o ato em si de concessão de título de cidadania para o vice-presidente. Duros mesmo! Nas críticas e na manifestação contrária. Fomos duros com ele, de lembrar o seu passado, que era decente e que, agora, para mim, não é mais. Mas nós não dirigimos nem direta nem indiretamente nenhuma ofensa a nenhum colega deputado. Deixo o meu registro de indignação ao deputado que veio aqui e nos chamou de três patetas. Isso não pode acontecer aqui. Dirijam suas críticas às ideias, aos fatos, mas não ofendam colegas. E hoje eu e os deputados Bruno Engler, Sargento Rodrigues e Caporezzo não ofendemos ninguém e jamais ofenderemos, mas, sim, o ato sofre crítica, e a pessoa que está querendo recebê-lo ou que se propôs a receber sofreu muitas críticas aqui – e críticas duras.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O presidente – Obrigado, Coronel Sandro. Com a palavra, para encaminhar a votação, o deputado Duarte Bechir.