Pronunciamentos

DEPUTADO CAPOREZZO (PL)

Discurso

Agradece por ter sobrevivido a acidente rodoviário. Critica o governador Romeu Zema, que estaria descumprindo promessas de campanha e tomando decisões contrárias à pauta da direita.
Reunião 63ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 28/09/2023
Página 49, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 1295 de 2023

Normas citadas LEI nº 6763, de 1975
LEI nº 24404, de 2023
LEI nº 24313, de 2023

63ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 26/9/2023

Palavras do deputado Caporezzo

O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas deputados estaduais. Eu quero agradecer a Deus pela minha vida. Todos sabem o grave acidente que sofri. É impressionante! O carro capotou comigo, minha esposa, meu assessor Vanderlei Pelizer e minha amiga Janaína Guimarães, presidente do PL Mulher em Uberlândia, a mais de 100km por hora e por mais de 200m, ou seja, por aproximadamente 200m o carro capotou. Acredito que deve ter capotado mais de 10 vezes. Então, assim, só Deus! Só Deus explica o tamanho dessa misericórdia e o tamanho desse milagre! Então quero agradecer a ele pela minha vida. Esse acidente serviu para eu refletir também a respeito de algumas coisas que têm acontecido. Pensei: “Caramba! Eu sei o trabalho que faço, eu sou um cara que não tenho medo de falar a verdade, eu não me acovardo em nenhum tipo de situação, mas há certas coisas sobre as quais a gente precisa falar e que são difíceis de serem ditas porque o povo não quer ouvir, o povo não quer escutar, o povo não quer acreditar”. Hoje o rei da popularidade, em Minas Gerais, se chama governador Romeu Zema. Eu votei no governador Romeu Zema, mas, desde o início do ano, estou tentando conversar com ele. Tenho, inclusive, uma filmagem em que ele disse para mim que vai me receber para a gente poder conversar. E foi só mais uma promessa que ele fez e que acabou não cumprindo.

Então, diante dessa impossibilidade e de muitos acontecimentos que ocorreram recentemente, eu preciso tomar uma posição forte aqui, neste momento, e que me entristece, não é? Mas eu vou falar na seguinte inspiração: “Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz”, Lucas, capítulo 8, versículo 17. O que o Romeu Zema falou a respeito dos impostos na época da eleição agora, porque ele está colocando os supérfluos para serem votados aqui. Com a palavra, o governador Romeu Zema: (– Aproxima o celular do microfone.) Então é isso! Ele falou: “Sou contrário a qualquer aumento de imposto”. Um homem público, quando faz uma promessa na época de eleição, tem a obrigação de chegar aqui e cumprir com a sua palavra. Agora ele vem e apresenta esses projetos supérfluos: vai taxar refrigerante, vai taxar armas e munições, cigarro e vai taxar também alimentos para atletas. Quem vai falar para um atleta de alta performance que alimento é supérfluo? Isso não existe, gente! Que bom que retirou a questão da ração para o cachorro. Mas é uma vergonha aumentar imposto num momento em que nós temos um governo federal que não tem misericórdia do povo brasileiro e já está trabalhando para aumentar impostos.

Agora me chocou a entrevista que Romeu Zema deu ao lado de João Doria. Ele falou as seguintes palavras a respeito de Jair Bolsonaro, do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é líder nosso no PL: (– Aproxima o celular do microfone.) Ele falou que teve uma posição totalmente diferente da do Bolsonaro na época da Covid. É verdade! Isso é verdade. E quem é testemunha disso é a Sra. Rebecka Nízia Estanislau de Freitas, que há 29 anos trabalhava na Copasa, que se recusou a vacinar e, faltando dois meses para se aposentar, foi mandada embora. Essa mulher foi terrivelmente injustiçada! E ela apresentou um exame e falou que os anticorpos dela, porque tinha pegado Covid, estavam acima de mil. Ou seja, ela tinha mais anticorpos do que uma pessoa vacinada. E ela falou o seguinte, ou seja, se a decisão da empresa seria política ou técnica. Porque, se era técnica, então, ela não tinha uma imunização maior do que a das pessoas que tomaram a vacina. Então, como ela tinha, na verdade, essa imunização, por uma questão técnica, não poderia ter sido mandada embora. Ou, se era uma questão política… Pois bem! Essa servidora foi terrivelmente injustiçada e perdeu o emprego no governo Zema por se recusar a vacinar.

Mas há mais coisas. Vejam o que o governador continuou falando: (– Aproxima o celular do microfone.) Eu acho interessante essa posição do Zema, até porque, pelo que sei, ele não tem filhos. Os filhos do presidente Bolsonaro – pelo menos a um deles eu posso chamar de amigo, que é o Eduardo Bolsonaro – foram eleitos pela população, não foi o pai deles que os colocou lá. Não foi o pai deles que elegeu o Carlos, o Eduardo ou o Flávio. Eles foram eleitos pelos seus méritos e, é claro, por serem parte de uma família que é motivo de orgulho para o Brasil, que é a família Bolsonaro. É diferente de você favorecer alguém, como o Zema favoreceu as locadoras. E aqui eu não estou falando nada além da verdade: ele deixou de cobrar impostos dos veículos das locadoras.

Mas veja só, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, nos próximos três anos, ou seja, de 2023 a 2025, Minas Gerais abrirá mão de R$4.700.000.000,00 em arrecadação. A estimativa de aumento de arrecadação, caso esse supérfluo seja aprovado, é de R$1.000.000.000,00. Então, por que o Zema fez isso? Para favorecer esses empresários. E ele o fez sob o seguinte argumento: ou nós fazemos isso ou eles vão sair de Minas Gerais. É mentira! Todo carro emplacado em Minas Gerais recolhe imposto para Minas. Então, o senhor mentiu descaradamente. Mas um homem tentou impedir o senhor de fazer isso: Jair Messias Bolsonaro, que aprovou a Emenda Constitucional nº 109, que foi promulgada por Bolsonaro e tentava impedir que o Estado viesse adotar essa postura, o que ocorreu em relação às locadoras. Então, o Bolsonaro deu o exemplo, e o senhor acabou falhando nesse ponto.

Outra questão que me deixou muito triste foi a questão da ideologia de gênero. O governo Zema aprovou uma lei, a Lei nº 24.313, que foi criada pelo governo Zema, em que está escrito o seguinte: “Art. 26 – A Secretaria de Estado de Educação tem como competência planejar, dirigir, executar, controlar e avaliar as ações setoriais a cargo do Estado, relativas: XVI – à organização da ação educacional para a garantia de conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos estudantes do campo, indígenas e quilombolas, com propostas pedagógicas que contemplem sua diversidade em todos os aspectos, entre os quais os sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero – vou repetir –, de geração e de etnia”. Isso aqui é a lei. Não adianta alguém falar para mim: “Nossa, Caporezzo, você está dividindo a direita”. Não! Eu sou um parlamentar, e o meu dever como parlamentar é parlar, é falar. Se eu não falo, a população não sabe. Se você não acredita em mim, está aqui o número da lei, eu vou ler novamente o número da lei, pesquise: 24.313. Aí ele foi… Alguém pode falar para mim: “Nossa, Caporezzo, mas ele vetou, no ano passado, uma lei do banheiro de gênero. Ele é contra ideologia de gênero”. Será? Vamos ver sob qual argumento o Zema vetou a lei no ano passado. (– Aproxima o celular do microfone.)

“O setor produtivo vem a ser penalizado caso não tenhamos mais um banheiro”. Então, a preocupação dele era com o empresário do setor produtivo e não com a questão da ideologia de gênero. Tanto é que diversos são os casos e as denúncias que eu tenho recebido no meu gabinete a respeito de ideologia de gênero nas escolas de Minas Gerais. Aí alguém pode falar: “Não, Caporezzo, eu acho que isso não é suficiente”. Ok. Tem mais uma lei, a Lei nº 24.404, que é a LDO, que foi aprovada nesta Casa, em que ele defende abertamente… É uma lei do governo Zema. Foi o governo Zema quem propôs. Ele defende abertamente a questão da Agenda 2030 da ONU, que tem ideologia de gênero, que tem agenda climática, que é contra o agronegócio, entre diversos outros absurdos. Está aqui a lei, e eu vou ler o artigo: “Art. 2º, XI: Contribuição para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS – da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas – ONU”. Está escrito por extenso aqui. Se alguém não acredita, se alguém está falando que eu estou dividindo a direita, leia. Agenda 2030 da ONU, foi isso que o governador colocou. Tentei conversar com ele, tentei apoiar esse governo da melhor forma possível, mas, infelizmente, essas posturas me levaram a subir nesta tribuna, depois de quase morrer para falar a verdade.

Além disso, nós temos o caso da recomposição das perdas inflacionárias da segurança pública: ele prometeu a recomposição e não pagou. A segurança pública hoje sofre, bem como a Polícia Penal, a Polícia Militar, a Polícia Civil, os agentes socioeducativos e tantos outros. Ao falar que não tinha condições, aprovou um aumento no próprio salário, no valor de aproximadamente 300%. Essa é a verdade.

Além disso, existem empresários da Cemig que, na verdade, são empresários da área de energia solar, e eles estão sendo prejudicados por uma empresa do Estado, a Cemig SIM, que está negando autorização para que eles possam captar energia solar e empreender. E depois vem a Cemig SIM, que é um braço da Cemig, e empreende no lugar deles.

Além disso, a última que ele fez tem a ver com as escolas cívico-militares. Tive a satisfação de levar uma escola cívico-militar para Uberlândia, e ele falou que ia cuidar das escolas cívico-militares. Todo mundo bateu palmas: “Nossa, como o discurso do Zema é lindo!”. É lindo. Se o discurso dele não fosse bom, eu não teria votado nele. Só que, na prática, eu me reuni, na semana passada, ou melhor, no mês passado, com o secretário de Educação, e ele falou que, em cada escola, que tem 11 militares cuidando das crianças, vai ter um. Ele está acabando com a escola cívico-militar e levando o crédito por estar mantendo essas escolas.

Então, governador, o senhor falou nesta semana, neste final de semana, em um evento onde nós palestramos, o senhor falou, no Cpac, que é o maior evento conservador do Brasil, que a direita precisa estar unida. Eu falo para o senhor: a direita está unida, sim; ela está unida e o seu líder se chama Jair Bolsonaro. O senhor que fique com o João Doria em seus discursos que são muito típicos de um camaleão, que a cada momento muda de cor. O que eu trouxe aqui é a verdade nua e crua, doa a quem doer. A direita vive em Minas Gerais. Obrigado, presidente.