Pronunciamentos

DEPUTADO DOUTOR JEAN FREIRE (PT)

Discurso

Comenta o transcurso do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.
Reunião 56ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 25/08/2023
Página 70, Coluna 1
Indexação

56ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 23/8/2023

Palavras do deputado Doutor Jean Freire

O deputado Doutor Jean Freire – Muito boa tarde, Sr. Presidente; boa tarde, colegas deputados, servidores desta Casa, público que nos assiste aqui presente, pela TV Assembleia e pelas redes sociais em todo o Estado de Minas Gerais.

Sr. Presidente, tema que me traz aqui, hoje, dia 23 de agosto: “Dia Estadual de Combate ao Feminicídio”. Acho muito importante todos nós gravarmos essa data e falarmos do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio nesta tribuna, na Assembleia Legislativa, num estado onde tem aumentado o número de feminicídio, chegando a ocupar o 2º lugar. Não é diferente também na região de onde venho: o Vale do Jequitinhonha e o Vale do Mucuri. Sabemos as causas que aumentam o feminicídio: violência física, moral, sexual, psicológica.

Desde o meu primeiro mandato, Sr. Presidente, uma das nossas principais bandeiras é o enfrentamento da violência contra a mulher, o enfrentamento da violência doméstica, mesmo na posição de homem. Que bom que, nesta Casa, ao longo do tempo – estou no meu terceiro mandato –, ao longo dos mandatos, têm aparecido principalmente companheiras travando essa luta no combate à violência contra as mulheres. Que bom! Fico feliz de a gente ter companheiras e companheiros que travam essa luta também. Por isso eu costumo dizer que não estou aqui e não uso esta tribuna para falar para as mulheres nem para falar pelas mulheres; elas falam por elas. Eu estou aqui para falar com elas, mas sobretudo falar para eles, para eles. Por isso, neste Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, eu quero dirigir a palavra aos homens, quero dialogar com os homens, com os pais, para que nós possamos, no dia a dia, dialogar com as crianças, com os adolescentes, a fim de que, no futuro, não venham ser agressores, não venham cometer violência contra as mulheres. As mulheres são vítimas! As mulheres são vítimas! É preciso ter alguém que tenha coragem, que tenha atitude de dialogar também com os homens – principalmente com os homens –, muitos deles potenciais agressores.

Por isso eu quero que prestem muita atenção nesta fala – quero convidar você, camarada, companheiro, homem que está me escutando: vamos tentar fazer o exercício de praticar uma masculinidade saudável; praticar uma masculinidade com afetividade; praticar uma masculinidade com amor, com diálogo. Quem reproduz violência, quem age com violência e reproduz violência faz com que os seus filhos possam ser futuros agressores. É preciso dialogar e fazer leis também aqui, nesta Casa, e nós já estamos pautando muito bem isso.

Fico feliz que, no dia 8 de março, de sete projetos aprovados aqui, em relação à pauta de enfrentamento da violência, à pauta das mulheres, dois foram de minha autoria. Mas é preciso também dialogar e fazer projetos de leis que sejam efetivos nessa pauta com os homens, para dialogar com os homens. Repito: as mulheres são vítimas! Elas são vítimas! Não são como alguns costumam dizer: “Mas ela procurou, ela quis isso. Por que ela está usando a roupa desse tamanho?”. Ficam tentando fazer com que a vítima seja culpada pela agressão. Mais uma vez, eu pergunto aos homens: O que é masculinidade? O que é isso? Não é possível a gente pautar isso com fraternidade, com irmandade, para que nós possamos não simplesmente diminuir esses números, mas, efetivamente, fazer com que as mulheres deste país, deste estado, da minha região, tenham o direito de ir e vir e não vivam com medo?

Na semana passada, Sr. Presidente, eu tive a felicidade de participar de várias agendas em Brasília. Uma delas foi com a ministra Cida Gomes, ministra das mulheres. Na luta, junto com a deputada Ana Pimentel, solicitamos uma casa da mulher para o Vale do Jequitinhonha. É um projeto do nosso presidente Lula que vai espalhar várias casas das mulheres, para acolhimento, para proteção, por todo este país. Eu participei também – para terminar, Sr. Presidente – da Marcha das Margaridas. Sempre vou à Brasília para participar da Marcha das Margaridas, que leva esse nome em homenagem à Margarida Alves, que foi assassinada por lutar por direitos.

Para terminar, eu disse a palavra “homenagem”. A gente usa muito essa palavra, não é? Eu estou falando agora, Sr. Presidente, que vou parar de fazer homenagem aqui, na Assembleia. Olhem de onde vem a palavra “homenagem”! Ela lembra “homem”, não é? “Em homenagem” e “em mulheragem” às mulheres é que eu quero dirigir estas palavras, esta minha fala da tribuna aos homens. Vamos fazer uma masculinidade saudável, com afetividade e realmente amor. Muito obrigado.

O presidente – Obrigado, deputado Dr. Jean Freire. Parabenizo V. Exa. pelo trabalho feito nesta Casa.