Pronunciamentos

DEPUTADO CAPOREZZO (PL)

Discurso

Manifesta repúdio ao Parlacen, pela retirada de Taiwan para a entrada da China na condição de observador. Questiona fala do presidente Lula sobre posse de arma. Critica decisão que arquiva ação contra a ex-presidente Dilma Rousseff por `pedaladas fiscais´. Critica a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal - STF - descriminalizar o aborto até o terceiro mês de gestação.
Reunião 56ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 25/08/2023
Página 68, Coluna 1
Indexação

56ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 23/8/2023

Palavras do deputado Caporezzo

O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente. Boa tarde, colegas deputados estaduais. A luta pela democracia é de interesse global. Nesse sentido, existe um dos quatro Tigres Asiáticos que têm lutado pela independência, pela democracia e pelos direitos humanos do seu povo, constantemente ameaçados por uma ditadura que está agindo em pleno século XXI, com uma força expansionista, sendo esta a ditadura da China.

Ao falar desses quatro Tigres Asiáticos, eu me refiro à Taiwan, que, recentemente, saiu do Parlacen; foi retirado. Para quem não sabe, o Parlacen é o Parlamento Centro-Americano, e Taiwan estava na condição de observador. Saiu dessa condição justamente para a entrada da China comunista, de uma ditadura que ameaça o povo livre de Taiwan. Então fica aqui o meu total repúdio ao Parlacen.

Eu irei apresentar uma moção de repúdio e irei coletar as assinaturas dos meus colegas para mostrar que aqui, no Brasil, que aqui, em Minas, nós lutamos pela verdadeira democracia, pela defesa dos direitos humanos e reconhecemos o povo de Taiwan como um povo livre, reconhecemos uma verdadeira democracia, que é exemplo para a Ásia e para o mundo.

Chamou-me a atenção o discurso do Lula, recentemente, que disse o seguinte: “Quem anda armado é um covarde, tem medo. Se você não tiver medo e se for do bem, você não tem que andar armado”. Então, no caso, eu acho que não contam os diversos seguranças armados que o Lula utiliza aonde quer que ele vá.

Agora, existe um problema conceitual aqui. De acordo com o dicionário Michaelis, da língua portuguesa, está aqui o conceito de covarde: “1 – pessoa que não tem coragem, medroso; 2 – que foge de situações de perigo ou dos mais fortes”. Vamos fazer aqui uma reflexão a respeito do medo. Todo mundo sente medo. Quem não sente medo não é uma questão de ser corajoso, é uma questão de ser maluco, porque o medo é um instinto básico de preservação da vida de que toda pessoa é dotada, desde o seu nascimento. A diferença, Lula, entre o covarde e o corajoso não é a ausência de medo, mas o que ele faz com o medo que sente. Quando sente medo, o covarde foge, enquanto o corajoso avança, enfrenta todos os perigos. E é disso que a nossa sociedade necessita cada vez mais: coragem.

Trago aqui o exemplo de um dos maiores pensadores vivos da atualidade, o canadense Jordan Peterson, que, certa vez, falou o seguinte: “Um homem inofensivo não é um homem bom; um homem bom é um homem muito perigoso que tem isso sob controle voluntário”. É uma frase forte, mas tão forte quanto verdadeira. E eu vou trazer um exemplo para poder demonstrar isso para todos vocês. Nós vivemos, hoje, em uma sociedade enfraquecida em que a figura masculina está cada vez mais frágil. E me deixou chocado o que aconteceu na cidade de Uberlândia, mais precisamente na Escola Estadual Messias Pedreiro, quando um professor foi denunciado por ter assediado alunas dessa escola. Ele, inclusive, as filmou em posições comprometedoras, por assim dizer. Então isso gerou uma grande revolta na cidade.

E eu, como sou parlamentar e tive uma votação expressiva na cidade de Uberlândia, entrei em contato com a diretoria para saber quais providências estavam sendo tomadas contra esse assediador, que jamais deveria ocupar a posição de professor. E qual foi o meu susto, a minha perplexidade quando percebi que os pais dessas alunas se recusaram a registrar um boletim de ocorrência para evitar confusão. Essa foi a informação que recebi. Meu Deus, se os pais não estão mais se levantando para defender suas mulheres e suas filhas que vão para uma sala de aula, qual é o futuro da nossa sociedade? Isso é algo inadmissível.

E aí também me faz recordar uma entrevista que foi feita nos Estados Unidos com diversos estupradores e pedófilos. Quando perguntados o que faziam para selecionar as suas vítimas, presidente, sabe qual foi a resposta que esses criminosos deram? Eles falaram o seguinte: olham para os pais e, se enxergam fraqueza na figura paterna, atacam a filha ou o filho menor. Então uma sociedade livre, uma sociedade com coragem, uma sociedade que realmente se preocupa com as pessoas mais frágeis é uma sociedade em que o homem tem postura de homem, em que tem colhão para enfrentar os problemas e principalmente para defender a sua família. Nós precisamos ensinar novamente para a nossa sociedade a importância da posição masculina, e que os pais devem ensinar aos seus filhos que é obrigação deles proteger as mulheres, que é obrigação deles proteger as crianças, se necessário for, com o sacrifício da própria vida e por meio de qualquer recurso disponível ou então, infelizmente, crimes bárbaros, como a pedofilia, irão se multiplicar, e não é isso o que nós queremos.

Agora, me chamou muita atenção uma notícia desta semana que deixou o petismo em polvorosa. Eles estão muito felizes. Sabe por quê? Porque o TRF1 inocentou Dilma Rousseff pelo caso das pedaladas fiscais. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, falou o seguinte: “A nossa presidenta Dilma Rousseff foi inocentada no caso das pedaladas fiscais pelo TRF1. É a justiça sendo feita com uma mulher honesta e honrada, vítima da misoginia e da arbitrariedade”. Sério? Dilma Rousseff caiu por causa da misoginia e da arbitrariedade? E eu pensando, meu Deus do céu, na minha inocência, que ela tinha caído conforme o InfoMoney, que escreveu certa vez o seguinte: “Dilma teve o terceiro pior PIB em 127 anos de história do Brasil e é responsável por 90% da culpa, segundo estudo da UFRJ”. Em 2016, o Brasil enfrentava a sua pior recessão. O PIB recuou por onze trimestres seguidos até 2016.

Não existe, na minha concepção, nenhum presidente no mundo que consiga se sustentar com tamanha incompetência, com tamanha ingerência. E aí me vem o caso da pedalada. É claro que ela não vai ser condenada. O Congresso votou as pedaladas fiscais, e isso encobre esse crime de responsabilidade que foi praticado. Então houve ali uma normalização jurídica da coisa toda, mas isso não vai normalizar a grande incompetência da mulher sapiens, que saudou a mandioca, acabou com a economia do Brasil, gerando uma recessão realmente terrível. Então isso ficou para a história, gente. Não adianta vocês comemorarem, não.

E agora mais um assunto que eu considero extremamente relevante aqui. Será votado a princípio, pela palavra da ministra Rosa Weber, do STF, a ADPF nº 442, que quer legalizar o aborto até o terceiro mês de gestação. Isso aí veio de uma ação do Psol, que é um partido que fala em socialismo e liberdade, duas coisas que eu nunca vi comungarem em país nenhum do mundo. Se tem uma coisa que não combina com liberdade é o tal do socialismo. E eles, novamente, não respeitam o Poder Legislativo e a independência entre os poderes, porque sabem que jamais conseguiriam, pelas vias democráticas, através do trabalho do Legislativo, que tem representatividade popular, aprovar o assassinato de crianças no útero.

Então eles utilizam o meio da judicialização para tentar contornar de maneira ardilosa o problema e saciar a sede de sangue de inocentes, que é o que eles têm. Então, dificilmente, através do apoio da população, representada pelos seus representantes eleitos no Congresso Nacional, a gente iria aprovar que uma criança fosse esquartejada até o terceiro mês, que é o aborto por curetagem; ou a aspiração em pedaços para fora do útero, que é o caso do aborto por sucção; ou a cauterização em solução cáustica, que é o aborto por envenenamento salino. Tudo isso viola categoricamente o art. 5º, inciso III, da Constituição Federal, que proíbe a tortura no Brasil, porque, para quem não sabe, o ser humano não nascido no útero tem o seu sistema nervoso desenvolvido, sente dor e sabe que está sendo assassinado.

Então é essa barbaridade que se está defendendo. Aí, há gente que fala: “Não. Mas é decisão da mulher porque esse corpo depende da vida da mãe”. Então vamos matar os idosos que dependem da vida dos filhos quando estão doentes. É esse o critério? Se você pegar uma criança de 2 anos e largá-la na rua, ela não vive sozinha, não; ela precisa do amparo do pai, do amparo da mãe. Então ela pode ser assassinada, porque, se uma criança de 3 meses na barriga pode ser assassinada porque depende da mãe para viver, eu acho que esse argumento também vale para a criança que está fora do útero. Agora vamos lá! Vamos ver qual foi a declaração do ministro Luiz Fux, em 2016, a respeito da posição dos ministros do STF para julgar as coisas. Palavras do Fux, não minhas! Abrem-se aspas: “Como nós não somos eleitos, nós temos talvez um grau de independência maior porque não devemos satisfação, depois da investidura, a absolutamente mais ninguém”. Fux, ministro, é justamente esse o problema! Vocês não devem satisfação a ninguém enquanto a classe política deve satisfação a quem a elegeu. É justamente por isso que vocês deveriam se abster de agir como uma interferência inaceitável no Poder Legislativo, o que fere a nossa Constituição no que diz respeito ao sistema de freios e contrapesos da República, à independência entre os Poderes. Chega de ativismo judicial, principalmente para defender a morte de crianças não nascidas! É algo inaceitável! E caso isso venha a se confirmar, nós teremos uma excrescência jurídica que conseguirá superar a pior anomalia da história do direito, que foi durante o período imperial quando era permitida a escravidão no Brasil. Podem ter certeza: o assassinato desses inocentes será um descaso, será uma desgraça maior jurídica do que foi a escravidão.

A direita vive em Minas Gerais! Obrigado, presidente.