Pronunciamentos

DEPUTADA BEATRIZ CERQUEIRA (PT)

Questão de Ordem

Lamenta discursos de deputados em defesa de operação policial que culminou em mortes, destacando que o Parlamento não pode ser lugar de enaltecimento da morte. Pesar pelo falecimento de Maria Elisa Monteiro Vieira Braga Barone, professora.
Reunião 51ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 04/08/2023
Página 134, Coluna 1
Indexação
Observação Procede-se à homenagem póstuma.

51ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 2/8/2023

Palavras da deputada Beatriz Cerqueira

A deputada Beatriz Cerqueira – Presidenta, boa tarde. Antes de entrar no objeto da minha questão de ordem, eu queria pedir desculpas aos funcionários da Assembleia Legislativa, o pessoal da imprensa que está aqui, o pessoal que assessora a Mesa, a Polícia Legislativa, muitos assessores, porque vocês acompanharam obrigatoriamente, porque vocês trabalham aqui, um Plenário que me deu vergonha hoje – apologia à morte, à tortura, “matou foi pouco”, uma violência, isso é um ambiente adoecedor. Então, eu lamento. É constrangedor que o ambiente da política, do qual o povo mineiro precisa de tantas respostas, que esse tapete vermelho, hoje, em vários momentos, tenha se reduzido a isto: à violência, tornando-se, para as pessoas que não são indiferentes, um ambiente adoecedor. Eu queria dizer isso. Eu entrei neste Plenário hoje desejando um bom segundo semestre para as pessoas, que nós tenhamos um – devo ter usado para algumas pessoas – um feliz segundo semestre, e a gente se depara com isso, com a redução da política e do espaço do Parlamento a esse lugar da celebração – celebração não, celebrar é algo bom, mas do enaltecimento da morte, da violência. Isto é uma lição para todos nós: no que se transformou, em alguma medida, o Parlamento. E qual é a nossa tarefa? Que defendamos a vida, defendamos a política que esteja a serviço da população, que defendamos a democracia. Nós temos muitos desafios para o próximo período. O Parlamento não pode ser esse lugar de enaltecimento da morte. Alguém vai me dizer que, regimentalmente, pode se falar isso no Plenário. Então, nós temos um problema no Regimento quando este espaço se torna esse ambiente de enaltecer a morte e adoecedor, na minha opinião. Feita a minha observação, presidenta, o que eu quero, nesta questão de ordem, é solicitar a vossa excelência que nós possamos fazer 1 minuto de silêncio em pesar pelo falecimento e em homenagem a uma professora, Maria Elisa Monteiro Vieira Braga Barone. A Maria Elisa eu conheço há uns 20 anos. Em todas os momentos coletivos de busca por uma educação de qualidade, eu encontrava a Maria Elisa. A Maria Elisa morava em Juiz de Fora. Era professora, aposentada, professora de português, francês e de filosofia e nos deixou no último domingo. Nós temos o dever de honrar as pessoas que foram importantes na nossa vida, e a Maria Elisa foi muito importante na vida da educação pública mineira. Então queria prestar esta homenagem a ela, deixar o meu abraço aos amigos e familiares e dizer que a Maria Elisa nos fará muita falta. Pessoa boa, pessoa boa de alma e de coração, pessoa que dedicou uma vida… Em todas as minhas fotos com a Maria Elisa, ela está de cabelo branco e numa militância de ser seguida e de ser homenageada, numa militância em defesa da educação, de uma educação pública e de qualidade. Então acho que é o nosso dever, enquanto Parlamento, honrar a memória dela. Peço esse minuto de silêncio pela sua morte. É também uma forma de homenageá-la por tudo que ela representa para a educação mineira. Obrigada, presidenta.