Pronunciamentos

DEPUTADO CRISTIANO SILVEIRA (PT)

Declaração de Voto

Comemora a aprovação do projeto de lei que trata do reajuste dos vencimentos dos servidores da educação básica, em 2º turno. Lamenta que não tenha sido aprovada a emenda que autoriza a recomposição salarial para os servidores da segurança pública.
Reunião 23ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 08/07/2023
Página 34, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 822 de 2023

23ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 6/7/2023

Palavras do deputado Cristiano Silveira

O deputado Cristiano Silveira – Sra. Presidenta, colegas parlamentares, servidores que nos acompanham, em especial os servidores da educação e os servidores da segurança pública. Eu abri mão, presidenta, de fazer aqui a discussão do projeto e também do encaminhamento do voto porque eu entendo que ele já estava feito. Desde o início, quando esse projeto tramitou nesta Casa, não faltou aqui, da nossa parte, toda a luta, toda a mobilização, todo o trabalho para que chegássemos a esse ponto, e digo aos servidores da segurança pública que também não faltou da minha parte e também do nosso bloco todo o apoio e solidariedade à emenda que foi apresentada. Como eu já havia dito aqui, no dia de ontem: nós, parlamentares, temos que saber a quem nós vamos servir. Não é possível servir a dois senhores. Parlamentares desta Casa fazem discurso em defesa do servidor público, mas, no momento de uma votação tão importante, o que fala mais alto é a posição do governador, é a postura do governador. Lamentavelmente a emenda da segurança, uma emenda simples, que tratava de uma questão simplesmente autorizativa, foi derrotada pela mobilização da base mais ligada ao governador Romeu Zema. Se temos aqui a alegria de celebrar, ainda que parcialmente... Foi dito que não é o que nós queremos. Não chegamos ainda aonde precisamos chegar a respeito da valorização dos servidores da educação, do cumprimento das leis que estão no dispositivo e que tratam tanto do piso nacional quanto do piso estadual. Mas não deixa de ser mais um passo, mas um caminhar. Eu gosto muito da análise, Doutor Jean, do conceito de utopia de Galeano. Galeano fala muito isto: “Para que serve a utopia?”. Ela está lá, na frente. Eu caminho dois passos, e ela se distancia dois passos. Eu caminho mais três passos, e ela se distancia mais três passos. Então para que serve a utopia? Para isto, para que eu não deixe de caminhar”. E hoje foi dado um passo importante na busca do que nós precisamos e reconhecemos como justo e necessário para os nossos servidores da educação. Se temos, então ainda, uma alegria parcial com relação a essa matéria, não podemos dizer o mesmo para o conjunto dos trabalhadores da segurança, dos demais servidores do Estado de Minas Gerais. Inclusive o que ocorreu na semana passada, quando o governador tentou colocar os servidores contrariamente ao nosso bloco... Uma das condições que estabelecemos aqui era que o governo apresentasse uma proposta ou que nos permitisse apresentar também uma proposta autorizando a recomposição de perdas dos servidores em um pouco mais de 5%, que também não foi aceita pelo governo. Mas o dia de hoje, este momento, encerra os últimos dias de uma narrativa mentirosa do governo do Estado de que teria sido então o bloco de oposição e o Partido dos Trabalhadores aqueles que impediram que os servidores tivessem votado o reajuste, como foi feito aqui, agora. Foi bem lembrado: quem pediu o encerramento da última reunião, na semana passada, na última quinta-feira, foi um parlamentar que pertence ao bloco do governo do Estado, porque nós estávamos aqui para votar. Quem desmobilizou parte da sua base para que a segurança não tivesse autorização para a recomposição novamente foi a base do governo. E digo mais: o processo todo se conclui quando se vota a redação final do projeto. Espero que aqueles que aqui estavam e que nos acompanharam pela televisão e pelas redes possam se lembrar de quem eram os parlamentares que votaram aqui pela aprovação da matéria na votação da redação final. Não tínhamos aqui a base do governo, mas tínhamos aqui, de novo, o Bloco Democracia e Luta. Então a história é feita disto: a história é feita de postura, de posicionamento e de coerência. Encerra-se dessa maneira a narrativa do ataque que nós sofremos aqui, na semana passada, por parte do governador. Mas quero dizer que foi só uma batalha. Ainda temos uma guerra a vencer. Aos trabalhadores da segurança: saibam que aqui, no nosso bloco, o Partido dos Trabalhadores e o Bloco Democracia e Luta têm o compromisso de continuar lutando por aquilo que lhes é justo e devido. Para os servidores da educação: não sai do nosso horizonte e da nossa utopia que devemos chegar àquilo que é estabelecido na lei e que é justo, ou seja, o piso. E, para o conjunto dos demais servidores de Minas Gerais: no mínimo, no mínimo, a recomposição de perda inflacionária é também objeto da nossa luta permanente. Então, presidenta, eu quero aqui dizer que o meu voto foi um voto consciente, um voto comprometido e um voto que conclui uma caminhada, que não é de um dia, de uma semana, de um mês, mas uma caminhada histórica, de desde quando cheguei, a primeira vez, ao meu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Obrigado.