23ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 6/7/2023

Palavras da deputada Lohanna

A deputada Lohanna – Bom dia, gente! A luta vale a pena, a luta sempre vale a pena! Bom dia, colegas deputados e deputadas; bom dia aos servidores da Casa, ao público que nos assiste.

Gente, hoje finalmente é uma manhã de pauta positiva! O governo – por um milagre? Não! Por que Deus mandou? Não! –, por causa do bloco de oposição, enviou uma pauta boa para a Assembleia. Finalmente a gente tem coisa boa para votar aqui hoje. Sabe por que, presidente? A gente tem percebido um movimento, que é muito preocupante, do governo de oposição – o governador de oposição. O Zema é um governador que só fala que o Estado está falido; que só fala que não tem como fazer nada de bom para o povo, não tem como fazer nada de bom para o servidor; só reclama, só fala de problema do Estado. É a primeira pauta boa que o governo envia para a Casa por pressão nossa. Nós votamos outros projetos bons ao longo deste ano, todos de parlamentares. Até que enfim! É por isso que a luta e a obstrução valem a pena, gente. Então é muito importante que a gente saiba o peso que a luta faz aqui nesta Casa.

O deputado Ulysses Gomes, líder do nosso bloco – orgulhosamente meu líder –, falou um pouco aqui sobre o histórico por que a gente passou. Se nós não tivéssemos travado a pauta na Casa, esse PL não estaria aqui. Nós não teríamos a oportunidade de garantir aos trabalhadores da educação aquilo que é direito deles pelo Fundeb e de ter a discussão tão importante para os outros servidores, a discussão que o governo fecha os olhos para fazer – o governo fecha os olhos.

Gente, eu queria trazer aqui... Eu prometi aos colegas que eu não falaria muito longamente – sabe, Macaé? –, então, eu vou tentar falar bem rapidinho para a gente votar. Mas eu queria discutir uma coisa muito rapidamente com vocês. Vocês estão vendo, gente, o governador viajando pelo País, falando de reforma tributária e de como Minas está nos trilhos? Eu estou vendo; eu estou vendo, presidente, o governador passeando pelo Brasil, fazendo pré-campanha para presidente com dinheiro público para dar pitaco em reforma tributária, dar pitaco nas contas dos outros lugares e falar sobre como Minas está nos trilhos.

Presidente, o que eu queria falar? Se o senhor ou se qualquer deputado mais antigo e mais experiente aqui tiver o telefone de algum governador, mande-o para mim, porque eu vou mandar a matéria da Itatiaia, em que ele fala que, se começar a pagar a dívida, vai atrasar salário. O grande gestor, que está indo dar palestra em tudo quanto é estado para contar da sua grande gestão, não dá conta de pagar um mês da dívida. Um mês da dívida já vai acabar com o Estado?

Seria muito interessante que o governador Romeu Zema se preocupasse com Minas Gerais, já que ele acabou de ser reeleito. O povo mineiro confiou nele num processo democrático, num processo legítimo. Não foi a minha escolha, mas foi a escolha do povo mineiro. Então seria muito importante que ele estivesse preocupado com Minas Gerais e não com a sua pré-campanha a presidente da República, viajando pelo País, enquanto diz aqui, na imprensa mineira, que, se começar a pagar a dívida, não vai dar conta de fazer com que os compromissos sejam honrados.

Eu também quero dizer, gente, quero deixar aqui a minha solidariedade aos outros servidores. Os servidores da educação já são tão desrespeitados por este governo e por outros que passaram. Pelo menos o Lula construiu o Fundeb para salvaguardar vocês – pelo menos isso. Então eu queria deixar a minha solidariedade aos outros servidores que estão passando por esse processo, que, na minha opinião, é um processo que desrespeita os concursos públicos em que vocês passaram; é um processo que desrespeita as horas que vocês trabalham; é um processo que desrespeita as vidas que vocês colocam em risco – a vida de vocês mesmos em risco –, porque o governador não cumpre uma promessa de campanha. Está lá, gente, na pág. 18 do plano de governo do governador, protocolado em cartório, o compromisso com a recomposição inflacionária ano a ano. Aí eu pergunto aos líderes governistas: como justificar uma traição desse tamanho para o povo mineiro? Como justificar que o governador colocou no plano de governo o compromisso ao menos com a recomposição salarial? A gente nem está falando de aumento, de recomposição inflacionária. Para ele pode, para a Localiza pode, para ele pode, para os amigos dele pode, para os secretários dele pode, mas para vocês não pode cumprir algo que ele prometeu em campanha.

Então eu deixo a minha solidariedade a cada um e a cada uma de vocês e digo para vocês aqui, de público, no Plenário da Assembleia, o que eu falei no WhatsApp para vários que me mandaram mensagem: não gastem o tempo precioso de vocês pressionando a gente, do Bloco Democracia e Luta. O nosso voto já é de vocês. O nosso voto já é de vocês. Gastem o tempo precioso que vocês têm até a votação mandando mensagens, fazendo a pressão legítima, mas respeitosa e civilizada sempre, nos colegas deputados que estão na base governista, porque eles estão sofrendo chantagens covardes do governador Romeu Zema. Vários deles querem votar com vocês e estão sofrendo chantagens covardes do governador. Então o apoio e a força de vocês vai ser importante para que eles possam votar de acordo com o lado certo da história. Então não precisam gastar o tempo de vocês com a gente, a gente já está com vocês.

Eu também queria deixar, de público, a minha solidariedade à deputada Beatriz Cerqueira, que foi alvo desses ataques, que foram ataques covardes do governo de Minas.

Bia, a gente se posicionou na internet, a gente se posicionou na comissão ontem, mas eu acho que o posicionamento aqui, no Plenário da Assembleia, tem outro peso, porque, aqui, no Plenário da Assembleia, aqueles que se articularam de forma covarde contra você não têm coragem de falar. Eles fazem isso pelas redes, eles fazem isso custeados por interesses de pessoas com grandes seguidores. O governo faz isso. Eles não dão conta de fazer o debate democrático que deve ser feito. Se não concorda com o reajuste ao servidor, venha cá e defenda isso, bote a cara no sol, venha cá e fale. Eles não dão conta de fazer isso. Então eles agem no submundo e atacam você pela sua histórica luta pelos professores e pelos trabalhadores da educação, e também porque deve ser muito difícil para o Zema engolir a sua votação.

Então fique contando com o nosso apoio, com o nosso suporte. A gente está aqui, e a gente saiu muito maior dessa história, porque nós passamos um recado para o governo do Estado: aqui tem um bloco muito unido, o Bloco Democracia e Luta está de mãos dadas, de olho nos interesses dos mineiros, de olho nos interesses dos servidores, dos trabalhadores da educação, da segurança pública, da saúde, da assistência social, do meio ambiente, de todos os servidores do Estado de Minas Gerais! Com a gente, vocês podem contar; com o governo, eu já não sei.

Presidente, eu também queria dizer hoje que nós vivemos um processo muito complicado aqui na Casa, nos últimos dias, em relação ao posicionamento de parlamentares que têm tido dificuldades de entender que a discordância do ponto de vista do voto está muito longe de ser uma discordância pessoal. Então eu queria deixar de público aqui o importante papel que o senhor teve nesse processo por garantir que a gente conseguisse pautar aquilo que era de relevante interesse dos mineiros e das mineiras, e não entrar nesse tipo de debate que não constrói absolutamente nenhuma pauta positiva aqui na Casa. Eu lembro a todos os colegas, especialmente aos colegas governistas, que este Parlamento tem que ser altivo e independente. Concorda com o governador? Vote com o governador, isso é legítimo e democrático, mas não fique brigando com o colega da oposição aqui não, porque vocês já foram oposição. Pode ser que, daqui a quatro anos, vocês sejam de novo. E o respeito tem que imperar, o respeito precisa imperar aqui dentro. Todos nós conquistamos mandato com muito trabalho, pedindo voto, prometendo lutar pelos interesses dos outros. A nossa barriga não dói uma vez só, e a gente tem que lembrar disso, porque juntos, enquanto Parlamento, é que seremos respeitados pela turma que está lá, na Cidade Administrativa. Obrigada, presidente.

O presidente – Obrigado, deputada Lohanna. Com a palavra, para discutir, o deputado Leleco Pimentel.