Pronunciamentos

DEPUTADO EDUARDO AZEVEDO (PSC)

Discurso

Critica a proposta de reforma tributária em discussão na Câmara dos Deputados.
Reunião 46ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 06/07/2023
Página 35, Coluna 1
Aparteante BRUNO ENGLER
Indexação

46ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 4/7/2023

Palavras do deputado Eduardo Azevedo

O deputado Eduardo Azevedo – Continuando aqui, para a gente finalizar toda essa questão da reforma, para quem não entende, hoje, se você vai ao supermercado comprar os itens da cesta básica, itens como arroz, feijão, óleo e outros mais, se hoje você paga R$100,00 por esses itens, se essa nova reforma for aprovada, na próxima semana você vai pagar R$160,00 pela cesta básica.

Eu quero perguntar a você, que está nos acompanhando aí de casa, e a você, que está aqui no Plenário: foi para isso que você votou no Lula? Foi para isso que você, durante a campanha, fez o L? Nós somos a favor de uma reforma tributária, o Brasil precisa de uma reforma tributária, mas não uma reforma tributária que venha impactar a população mais carente. Lembrando: se hoje, conforme estudos da Agência Brasil, você paga R$100,00 pelos itens da cesta básica, se essa reforma tributária passar, você vai passar a pagar R$160,00 pelos mesmos itens. E eu pergunto: para que aumentar imposto? É para poder continuar mantendo as viagens do Lula com a Janja em eterna lua de mel, em que o presidente gasta de forma absurda o dinheiro público em vez de se preocupar com o povo? Eu pergunto para você, que votou no Lula: foi para isso que você votou nesse presidente? Por uma Brasília cada vez mas inchada, que tira a capacidade de investimento dos estados e dos municípios? É para isso que você votou nele? Para poder continuar com toda essa regalia, inchando a máquina pública? Quando eu falo que a nova reforma tributária tira poder dos municípios, tira poder do Estado e concentra em Brasília, toda uma massa precisará trabalhar mais para poder fazer com que esse dinheiro volte para a população. É o inchaço da máquina pública!

O deputado Bruno Engler (em aparte) – Deputado Eduardo Azevedo, eu quero lamentar o analfabetismo funcional de alguns parlamentares desta Casa. O parlamentar que antecedeu V. Exa. subiu à tribuna para dizer que o governador Romeu Zema, num ato fascista, estava fazendo uma homenagem ao ex-ditador Benito Mussolini, quando fica muito claro, na postagem do governador, que aquilo é uma crítica, é uma crítica justamente àqueles que fazem o discurso da tomada da liberdade do povo. Um discurso muito semelhante – o do falecido Mussolini – com a esquerda brasileira, com a esquerda nesta Casa, que sempre trabalha contra a liberdade do cidadão. Aí vem aqui se fazer de vítima, dizer que o governo é mau, que o governo tenta dizer que a oposição obstruiu a votação da recomposição. Ora, de fato, obstruiu! Quem ficou ao microfone, horas e horas falando? Quem, durante a suspensão da reunião, não entrou em acordo? Foi a oposição. Inclusive parabenizo V. Exa., que foi o único a subir à tribuna para falar isto: que, de fato, eles estavam obstruindo. Ora, mas o que tem a ver o PAF com a votação da recomposição? Por que não se inverte a pauta? Por um motivo muito simples: a gente não pode...

Sr. Presidente, peço que congele o tempo.

O presidente (deputado Duarte Bechir) – Por favor, paralisem o tempo do deputado que usa a palavra.

A presidência pede às senhoras e aos senhores que estão participando que permitam que o orador utilize a palavra, assim como todos terão o mesmo respeito e mesmo carinho. Por favor, vamos achar todos os caminhos que nos levem àquilo que todos desejamos. O orador está usando a palavra. Eu pediria conscientização daqueles e daquelas que estão participando. Que seja recomposto o tempo do orador, o deputado Bruno Engler.

O deputado Bruno Engler (em aparte) – Sr. Presidente, só continuando – e já devolvendo a palavra ao deputado Eduardo Azevedo –, meu nome não é Alice e eu não moro no país das maravilhas! Eu moro no Brasil, eu moro em Minas Gerais e não dá para a gente simplesmente rasgar um cheque de R$16.000.000.000,00 e, depois, sair distribuindo aumento. Agora, eu acho engraçado, porque quem faz a exigência do PAF é o governo federal. É uma exigência da Secretaria Nacional da Fazenda, subordinada ao Ministério da Economia. Se a oposição aqui é tão contra o PAF, por que não liga lá para o Sr. Fernando Haddad e o Sr. Lula e fala para o governo federal abrir mão dessa exigência? Aí, não tem urgência nenhuma para votar. Mas vem aqui e joga para a galera: faz um showzinho, rasga R$16.000.000.000,00, obstrui a recomposição e, depois, quer jogar a culpa no governo. E ainda há gente que se diz muito trabalhador, mas tem todo o tempo do mundo para estar aqui, numa terça-feira, faltando 15 minutos para às 3 da tarde, em vez de estar trabalhando, bater palma para esse povo.

O deputado Eduardo Azevedo – Obrigado, deputado.

O presidente – Só 1 minuto, por favor! (– Manifestação nas galerias.) Por favor, entendam que as senhores e os senhores são todos muito bem-vindos. Entendam, por favor! Quando um orador está usando a palavra, nós todos esperamos que ele termine para fazer as nossas manifestações. Sejam bem-vindos e bem-vindas, mas, por favor, permitam que os trabalhos transcorram de forma normal. Por favor, estou pedindo mais uma vez! (– Manifestação nas galerias.) Aqui existem deputados de diversas correntes. Quando um deputado está defendendo a corrente dele, ele é respeitado. Eu peço, por favor, mais uma vez, que permitam ao orador concluir a sua palavra. Atenção! Peço que seja recomposto o tempo do deputado, por favor!

O deputado Eduardo Azevedo – Obrigado, presidente. É só para poder finalizar a minha fala. Eu fico por entender o que acontece, porque essa turma da esquerda tanto pede respeito, mas, quando chega aqui, não tem conosco o respeito de nos deixar usar o nosso momento de fala. É impressionante o quanto a hipocrisia impera. E isso aí sempre vem trazendo aqui...

Para finalizar, é justamente aquilo que o Bruno falou, ou seja, que quem obstruiu, quem fez hora, quem fez o servidor de bobo foi, sim, a oposição. A oposição é que foi contra a votação do PAF. Eu não entendo. Falam que o Estado precisa de dinheiro para fazer investimento, mas eles querem literalmente jogar R$16.000.000.000,00 na lata de lixo. Mas, às vezes, eles querem esses R$16.000.000.000,00 sabem para quê? É para poder financiar o gasoduto na Argentina, é para poder financiar obra em Cuba, entendeu? E, agora, deixe-me perguntar uma coisa para vocês – todo o meu respeito ao profissional de educação: por quê, numa hora desta, vocês, realmente, não estão trabalhando em vez de estarem aqui ocupando o nosso tempo? Eu acho que vocês precisam é de procurar trabalho. (– Manifestação nas galerias.) Sem vergonha é quem não trabalha. Eu, pelo menos, estou trabalhando. Obrigado, presidente.