Pronunciamentos

DEOCLIDES DOS SANTOS PINTO NETO, Presidente da Comissão Municipal dos 150 anos de Alberto Santos Dumont do Município de Santos Dumont

Discurso

Homenagem pelo transcurso do 150º aniversário do nascimento de Alberto Santos Dumont.
Reunião 14ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/07/2023
Página 6, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 235 de 2023

14ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 3/7/2023

Palavras do Sr. Deoclides dos Santos Pinto Neto

O Sr. Deoclides dos Santos Pinto Neto - Boa noite a todos. Cumprimento o deputado Coronel Henrique e o deputado Cristiano Silveira, na pessoa de quem cumprimento os demais membros da Mesa de honra. Peço licença para saudar o meu amigo de coração, aqui presente, ex-ministro Dulci. Obrigado pela presença, pois isso é muito importante para a nossa cidade.

Exmos. Srs. Deputados e Deputadas desta Assembleia Legislativa e demais autoridades presentes; quero saudar também a todos os membros da Força Aérea Brasileira aqui. Também gostaria de, respeitosamente, cumprimentar todos os servidores e servidoras desta Casa, cumprimentar todos que nos acompanham pela TV Assembleia e pelas redes sociais.

Aqui estamos para participar desta reunião especial, que foi solicitada pelo deputado estadual, o Exmo. Sr. Cristiano Silveira. Sinto-me honrado de estar acompanhado de uma expressiva comitiva da cidade de Santos Dumont e de estar representando hoje, como presidente da comissão organizadora do sesquicentenário do nascimento de Alberto Santos Dumont, todos os sandumonenses que vieram até aqui, na data de hoje, conterrâneos da cidade-berço do marechal do ar e herói da Pátria, Alberto Santos Dumont.

Quando aqui chegamos a esta reunião, sabíamos que não seria para um simples e mero protocolo, mas, sim, para render honras à genialidade de um menino que, em sua casa natal, na Fazenda de Cabangu, no Arraial de João Gomes, que foi elevado à cidade com o nome de Palmyra em 1889, através do decreto do Barão de Ibituruna, admirava os pássaros e se inspirava no poder das asas que os faziam seres livres para irem aonde quisessem através dos voos. Das brincadeiras de uma criança, o brincar também o fazia ganhar alturas além das árvores e flutuar a cada vento. Alberto Santos Dumont foi o sexto de oito filhos. Sua mãe, Francisca de Paula Santos, acompanhando o seu esposo Henrique Dumont, que era engenheiro. Estavam ali, naquela localidade, em nossas terras, construindo a Estrada de Ferro D. Pedro II, no ano de 1873, quando chegaram. E, no dia 20 de julho, nasceu naquela casa o futuro engenheiro que exploraria os estudos de engenharia, mecânica, física e tantas outras disciplinas. Foi alfabetizado por sua irmã Virgínia, e por ali ficaram por cerca de seis a oito anos, quando se instalaram por pouco tempo em Valença, onde Santos Dumont recebeu o sacramento católico do batismo. Seguiram suas vidas e se mudaram para Ribeirão Preto, onde a família possuiu volumosos hectares de terra para o plantio de café, que, produzido, tornou-se chamar Café Dumont. Santos Dumont estudou tanto em Campinas quanto no Rio de Janeiro, mas era autodidata em seus sonhos engenhosos, explorando assim a biblioteca do próprio pai, de onde extraiu muitos conhecimentos. Viajou à França uma vez acompanhado do seu pai, onde foi emancipado, e definitivamente foi lá, em terras francesas, especificamente em Paris, que se dedicou arduamente à engenharia de combustão, à matemática e à física. No ano de 1905 Santos Dumont recebeu o mérito número três, concedido pelo Comitê Olímpico Internacional, através do presidente Pierre de Coubertin, por representar o ideal olímpico. Pierre considerava a aviação um esporte. Essa honraria foi concedida apenas a três cidadãos. Com seus esforços, estudos e experimentos, Alberto Santos Dumont foi construindo balões, dirigíveis até chegar à aeronave de motor, e o feito aconteceu em 23/10/1906, no campo de Bagatelle, perante uma grande multidão, imprensa e pelo aeroclube da França. Sim, o homem pode voar.

O famoso relojoeiro Cartier não ficou de fora das suas histórias. Alberto Santos Dumont o tinha como amigo e necessitava observar os minutos das horas que iam se passando. Mas não era possível controlar os dirigíveis e aeronaves e concomitantemente olhar o tempo com os tradicionais relógios de bolso. E daí? Podemos sempre olhar para os nossos pulsos e saber que neles está uma fusão de Cartier e Santos Dumont.

Muitos foram os legados deixados por esse gênio, como o chuveiro quente, a partida a combustão, o hangar e a sua porta deslizante. Todavia, estamos aqui sobretudo para agradecer, refletir e imaginar que sonhos são possíveis. É necessário despertar em cada brasileiro a importância do marechal do ar, a importância da história que nasce em seu berço e que está lá na cidade de Santos Dumont. Ele não simplesmente nasceu lá, mas viveu sua infância. Sempre que chegavam as férias, voltava ao episódio do seu nascimento. É uma simples casa, um belo parque de belezas que a própria natureza desenhou. Um chafariz lindo que, com a força gravitacional, jorra água bem alto até hoje, feito pelo próprio Alberto – lá ele adorava andar de caiaque acompanhado de seu cão.

A história não pode ser apagada com o passar dos tempos. É hora de chamarmos a atenção das autoridades do País, das empresas aéreas para o turismo, a cultura, a história de nosso povo e a história de um brasileiro que interligou os continentes. É preciso zelar por aquele lugar; zelar, e muito. Para isso, aproveitamos este espaço para fazermos um apelo: com uma grande força-tarefa de espírito patriótico, precisamos fazer daquele lugar um grande lugar. Seu nome está gravado no Livro de Aço dos heróis da Pátria, no Panteão, em Brasília.

Para terminar, deixo para todos nós uma reflexão: Alberto Santos Dumont foi um homem perseverante e persistente. É claro que, muitas vezes, deu errado para depois dar certo. Nós também nem sempre acertamos de primeira, mas precisamos ser persistentes como Alberto Santos Dumont foi. É preciso insistir em nossas conquistas sempre. Viva Alberto Santos Dumont!