14ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 20/6/2023

Palavras do deputado Arlen Santiago

O deputado Arlen Santiago – Caro presidente, nós estamos realmente bastante assustados com o nível para o qual as coisas estão indo em nosso País e agora sendo importados para a nossa Assembleia. A situação realmente é de intensa polarização, e nós estamos vendo que as doenças mentais estão avançando muito – depressão, ansiedade –, e, com isso, as pessoas acham que resolvem o seu problema é na força. Agora mesmo o deputado Oscar estava me mostrando aqui como é que algumas pessoas estavam se comportando atrás dos vidros. E não era uma pessoa só, eram umas 10 pessoas praticamente quase pulando para quebrar os vidros e poder chegar até os deputados. Aí querem que a reunião vá para um campo aberto. Ora, naquele nível de tensão ir para um campo aberto? Quem está propondo isso não está querendo que as coisas caminhem bem. Há poucos dias, em um campo aberto desse, quase que sai tapa entre deputado e a população, quando alguém de lá agrediu a família do deputado Gustavo Valadares. Olha, isso é inadmissível! Ninguém aguenta que as coisas realmente aconteçam, não é? Eu acredito que há vários deputados aqui que gostariam de ter a mesma paciência que Jesus Cristo teve e oferecer a outra face, mas tem hora que não se admite, até porque, como pessoas comuns e normais que são os deputados, eles vão chegar em sua casa e encontrar com a mãe, com o pai, com os filhos, que vão falar: “Uai, pai, vai todo mundo xingar você? Daqui a uns dias estarão batendo na boca, chutando você?”. Ontem aconteceu com o deputado João Magalhães, um deputado de quase 10 mandatos, que não tem nenhuma história de violência em nenhum desses seus mandados. Então essa pessoa, o deputado João Magalhães, passa a ser agredido; depois querem agredir a família de João Magalhães. E como é que se resolve? “Não, vamos para um campo aberto.” Ora, campo aberto? Se não fosse o segurança que tomou um soco para defender o deputado João Magalhães, ele provavelmente cairia no chão e receberia ainda muitos chutes e muita situação de violência, que nós não queremos nesta Casa. Eu acredito e peço que realmente esse tipo de situação não possa ocorrer mais, sob o risco de retrocesso, porque, daqui a alguns dias, os próprios secretários que vêm para o Assembleia Fiscaliza não vão querer vir mais com medo de também ser agredidos. E aí é ruim para a população de Minas Gerais, que perde cada vez mais um espaço de debate. Sendo assim, João Magalhães, você tem toda a nossa solidariedade. Nas minhas andanças – porque eu sou um deputado que anda muito –, existem alguns grupos que se preparam para criar formas de agressão para poder colocar nas mídias sociais. Então eu acredito e sei que a Mesa vai estar unida, que o presidente Tadeu vai achar uma maneira, mas nós temos que acalmar os ânimos agora. No entanto, só se acalmam os ânimos com a proibição deste estado. Que os presidentes de comissão, na hora em que os ânimos começarem a se exaltar, realmente tomem uma atitude mais séria, com o apoio da Mesa e da Polícia Legislativa, que tem feito um grande trabalho. Obrigado.