Pronunciamentos

DEPUTADO CORONEL HENRIQUE (PL), Autor do requerimento que deu origem à homenagem.

Discurso

Transcurso do 158º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, data magna da Marinha do Brasil.
Reunião 9ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/06/2023
Página 2, Coluna 1
Assunto HOMENAGEM. SEGURANÇA PÚBLICA.
Proposições citadas RQN 1691 de 2023

9ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 15/6/2023

Palavras do deputado Coronel Henrique

O deputado Coronel Henrique - Senhoras e senhores, boa noite. Prezado presidente, deputado Antonio Carlos Arantes, nesta ocasião representando o presidente da Assembleia, deputado estadual Tadeu Martins Leite; meu prezado amigo CMG Leonardo Lucena Navaes, capitão dos portos de Minas Gerais; Exmo. Sr. Alm.-Esq. Leonardo Puntel, ministro do Supremo Tribunal Militar, muito obrigado pela presença. A Casa é do senhor, mineiro, de Belo Horizonte. Sinta-se em casa, na Casa do povo de Minas Gerais.

É uma honra poder receber a Marinha do Brasil e a Marinha de Minas Gerais nesta Casa do povo. Às demais autoridades já citadas, almirantes do Supremo Tribunal Militar; nossos representantes também do Exército brasileiro; da Força Aérea; da Polícia Militar; das demais forças de segurança; povo de Minas Gerais, é sempre uma honra poder falar neste Plenário, este Plenário histórico, este Plenário Juscelino Kubitschek de Oliveira, que simboliza toda a representatividade do povo mineiro. E tenho muita honra de dizer, sempre que posso, que eu sou o primeiro militar de carreira das Forças Armadas que ocupa uma cadeira neste Plenário. Nunca, na história de Minas Gerais, nós tivemos um representante das Forças Armadas ocupando esse lugar e representando o povo mineiro.

No meu primeiro mandato, iniciado em 2019, tive a honra de prestar homenagem, no Dia do Soldado, ao Exército Brasileiro. Prestamos também uma homenagem ao Alte. Tamandaré, no Dia do Marinheiro. E assim vamos marcando território; assim, vamos mostrando que a população brasileira teve, na democracia, o seu legítimo direito de escolher os seus representantes. E aqui, neste microfone, eu tenho, hoje, a minha arma: a arma da fala, a arma da voz e a arma da representatividade. Mas esta noite é uma noite muito especial. É noite da Marinha do Brasil! Quando lembramos o 11/6/1865, é um domingo em que o Alte. Barroso foi surpreendido, logo pela manhã, com uma ação da esquadra de Solano López. E, naquela batalha do Riachuelo, quando o Alte. Barroso disse “Preparar para o combate”, deixa, na sua fala, uma reflexão muito atual nos dias de hoje. Infeliz da Nação que não estiver preparada em acreditar que as suas Forças Armadas serão necessárias, necessárias para manter a paz. Naquela memorável e épica Batalha do Riachuelo, foram designados os destinos da Guerra da Tríplice Aliança. Quando mantivemos a posição, lá no estuário do Rio da Prata, dificultamos, isolamos o inimigo e, felizmente, o Brasil saiu vitorioso e aqueles homens nos entregaram este país que temos hoje.

Nós, militares, temos o verdadeiro sacerdócio de cultuar os nossos heróis. Cultuando os nossos heróis, cultuamos os valores inegociáveis da nossa nacionalidade. Nesta Casa do povo, eu busco, diariamente, cultuar valores como patriotismo, civismo, responsabilidade, entregando ao povo do meu estado as convicções e a formação que a minha carreira militar me ofereceu. Eu conversava aqui, antes desta sessão, com alguns militares e relatei que tive o privilégio de servir, durante 23 anos da minha vida, na gloriosa Academia Militar das Agulhas Negras, ajudando a formar os cadetes de Caxias, ajudando a formar os líderes do nosso Exército; e também, Alte. Puntel, tinha a grata alegria de poder conviver com os cadetes da Marinha e da Aeronáutica, durante as nossas competições esportivas tão saudáveis, para manter essa unidade entre as nossas Forças Armadas, desde a mais tenra formação.

Mas vou voltar a falar da Marinha. Ao falar da Marinha e não de Alte. Tamandaré estaríamos sendo injustos, assim como não falar do mineiro Raul Soares, mineiro como nós, Alte. Puntel, nosso civil ministro da Marinha, lá em 1919, que marcou, na história da Marinha, a presença de um mineiro na liderança. Quando falamos de Marinha, temos que constantemente contextualizar para o povo mineiro que Minas Gerais é a caixa d'água do Brasil. Em Minas Gerais, temos uma riqueza hidrográfica sem limite. Nós temos um Estado na mais alta altitude, o que possibilita que, a partir de Minas, os rios e as lagoas sejam um terreno perfeito para que a nossa Marinha possa atuar cooperando com o desenvolvimento do nosso estado. E, quando eu falo de desenvolvimento, não falo somente de desenvolvimento econômico; falo das ações da Capitania Fluvial de Minas Gerais, que há tão pouco tempo está instalada aqui, em Belo Horizonte; e a Marinha já marcava as suas presenças nos nossos rios lá em Pirapora, no Rio São Francisco. A marca da presença da capitania na capital mineira contextualiza e marca, para sempre, o compartilhamento do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil e da Força Aérea na capital de Minas Gerais.

Vejo aqui, na plateia, o meu amigo Aderne, nosso comandante, nosso elo. Faz muito bem essa relação institucional com o Parlamento mineiro. Já tivemos excelentes ações, senhores almirantes aqui presentes, na implantação do nosso Programa Forças no Esporte – Profesp –, com o apoio do Ministério da Defesa e com a iniciativa da Capitania Fluvial, que oferece, lá nas suas instalações, oportunidade para que as nossas crianças em vulnerabilidade social tenham oportunidade de realizar atividades no contraturno escolar. A presença da Marinha em Minas Gerais tem um simbolismo todo especial. Neste momento de festa, nós não poderíamos deixar de atender a essa demanda, a essa solicitação de vocês, marinheiros de hoje, de ontem e de sempre, que terão, nesta Casa do povo, a sua casa.

Quando assumi, almirantes, uma cadeira neste Parlamento, foi uma surpresa para todos tentarem entender como um coronel do Exército, ainda na ativa, se licenciou 90 dias antes da eleição e foi eleito, mas maior foi a surpresa quando este coronel foi reeleito. É sinal de que o trabalho tem dado resultado, é sinal de que as mensagens que nós construímos nas nossas ações parlamentares do dia a dia, nas mais diferentes áreas, são percebidas pela população mineira que nos confere o seu direito mais sagrado, a sua escolha através do voto. E, dentro de cada farda, existe um cidadão. É muito difícil, hoje, quando vivemos esses momentos turbulentos em que, às vezes, insistem em tentar separar os militares da política, da boa política. Nós construímos a nossa sociedade através de ações diárias de boa política. Jamais abrirei mão de defender, neste Parlamento, esse direito de que nós, militares, temos, sim, de oferecer o nosso nome para sermos representantes do povo; e caberá ao povo escolher quem se sentará neste Plenário para ser um dos 77 que irá ditar as leis, as regras e fazer a fiscalização do Poder Executivo no Estado de Minas Gerais. Eu repito: neste Plenário sagrado, nós deveremos estar constantemente focados nos princípios da democracia, nos princípios da liberdade. Neste microfone, quando, em qualquer momento, solicito fazer o uso da palavra, seja num aparte, seja numa questão de ordem, eu tenho a plena responsabilidade e a plena convicção de que sempre irei transmitir a imagem de um militar das Forças Armadas. Lá, no saguão do Hospital Veterinário da Academia Militar das Agulhas Negras, eu tinha um espelho, e, nesse espelho, se dizia: “O espelho reflete a sua imagem, e você reflete a imagem do Exército Brasileiro”. Eu carrego isso constantemente. Sei da responsabilidade, mas, ao mesmo tempo, da capacidade que nós construímos ao longo da nossa carreira para poder bem representar o povo brasileiro.

Eu, antes de encerrar estas palavras, ao ver aqui alunos do Colégio Tiradentes e alunos ali uniformizados do Colégio Militar do Exército Brasileiro – e o meu filho foi aluno do Colégio Militar –, deixo a cada um de vocês que, até como uma pauta, uma defesa minha neste Parlamento. Sou o presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Escolas Cívico-Militares no Estado de Minas Gerais. Hoje nós temos funcionando nove escolas da rede pública estadual espalhadas por todo o Estado: duas em Belo Horizonte, Contagem, Itajubá, Ibirité, São João del-Rei e Três Corações; e nove na rede municipal em Uberlândia, Barbacena, Uberaba e Lagoa Santa. Nós temos hoje 18 escolas que receberam, nos últimos quatro anos, militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica da Reserva para auxiliarem a fim de serem apoio dos nossos professores nessas escolas públicas. Nenhum deles ocupa local de professor, nenhum deles ocupa um local do tablado; eles são monitores e auxiliares da gestão. E continuo nessa luta, neste segundo mandato. Anteontem tivemos um relato do ministro da Educação de que esse programa será extinto, de que esse programa será desativado com o apoio do governo federal, que abriu uma possibilidade... Prezado deputado Antonio Carlos Arantes, desde já, coloco à Mesa diretora para que, juntos, possamos levar ao governador Romeu Zema a possibilidade de o governo do Estado de Minas Gerais assumir os custos para a manutenção desse programa, que, hoje, em Minas Gerais, abriga mais de 15 mil crianças nessas 18 escolas e já dá resultados concretos.

Eu, como disse aqui, durante 23 anos, bebi da fonte dos valores militares, na sagrada Academia Militar das Agulhas Negras, e tenho a obrigação de, ocupando esta função pública transitória que o povo de Minas Gerais me ofereceu, devolver para o povo aqueles conhecimentos e aquelas convicções que adquiri em quase 30 anos de serviço no Exército Brasileiro. A minha luta não vai parar.

Encerro as minhas palavras, Alte. Puntel, lembrando-me do Alte. Barroso; e abro aspas quando ele diz: “Mantenham o fogo, que a vitória será nossa!” – fecho aspas. Brasil acima de tudo! Muito obrigado. E a vocês, a minha melhor continência!