Pronunciamentos

CLEITINHO AZEVEDO

Declaração de Voto

Saúda alguns deputados pelos trabalhos desenvolvidos na Assembleia Legislativa. Comenta sua atuação parlamentar e agradece aqueles que o apoiaram, ao se despedir para assumir o cargo de senador.
Reunião 27ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 19ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 30/12/2022
Página 210, Coluna 1
Assunto DEPUTADO ESTADUAL.

27ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 28/12/2022

Palavras do deputado Cleitinho Azevedo

O deputado Cleitinho Azevedo – Boa tarde a todos. Primeiramente eu queria aqui mandar um abraço e agradecer a todos os servidores desta Casa, inclusive quem serve a gente lá na cantina, a todos que estão aqui e àqueles que sempre atendem a gente ali no prédio do Tiradentes também. Gratidão pelos quatro anos. Muito obrigado por tudo. Vocês estão sempre cuidando da gente e sempre servindo a gente. É só um agradecimento público aqui a todos vocês que servem tão bem esta Casa.

Alencar, eu acredito que ninguém vai votar em você para o Tribunal de Contas. Todo mundo quer que você fique aqui mais uns 30 anos. Então você não vai para o Tribunal de Contas, não. Esqueça que você vai para lá. Eu quero mandar um abraço para o Alencar, que foi um pai nesta Casa aqui, um pai para mim. Desde que eu cheguei aqui, ele sempre puxou a minha orelha, no bom sentido mesmo, para me equilibrar, para me acalmar. O nosso Sargento Rodrigues também foi um professor para mim sobre o Parlamento, sobre o Regimento Interno desta Casa aqui. Muito obrigado pelo apoio que o senhor me deu para ser candidato a senador. Eu vou ser sempre grato por isso. Conte comigo para tudo o que for da segurança pública para a gente trabalhar em conjunto por todo o Estado de Minas Gerais aqui. Mando um abraço ao Doorgal, que não está aqui também, mas sempre foi um amigo meu aqui. O Bruno Engler, o Coronel Sandro, a Ione Pinheiro e quem está presente aqui... André Quintão, que você vá com Deus, viu? Conte comigo. Eu falei isso para todos, para o Ulisses também. Nos primeiros dias que eu cheguei, o Ulisses também conversou comigo e disse: “Cleitinho, calma! O funcionamento do Executivo é diferente”. Naquele dia que você falou comigo lá na cantina eu guardei isso. Eu tento ser o mais justo possível aqui. Nesses quatro anos aqui, por mais que às vezes eu tenha exagerado – e posso ter me equivocado –, sempre estava tentando ser justo, equilibrado, para não ser injusto com ninguém. Então você me ajudou muito naquele dia em que conversou comigo aqui. Leninha, tudo o que for para o Norte de Minas e para Vale do Jequitinhonha... O Tadeuzinho está aqui também. Tudo o que vocês precisarem de mim, eu vou estar aqui para poder correr atrás e cuidar. O interesse de vocês é o mesmo interesse que eu tenho, que é o de cuidar do povo. Eu fiz a campanha dentro do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha. Vou rodar o Estado inteiro, como sempre fiz, mas vou ter uma atenção muito grande com o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, porque a gente tem que cuidar de quem chora mais, e eu sei que eles choram mais. É capaz de... Todos os recursos que eu puder ter e que houver de emenda eu quero destinar para lá. Vou destinar para todo o Estado, mas vou ter uma atenção maior por lá. Para o que precisarem, podem contar comigo, de coração mesmo. A Celise e o Gustavo Santana também estão aqui. Sempre que eu fazia alguma coisa, o Gustavo mandava pelo meu WhatsApp: “Cleitinho!”. Você me ajudou muito, viu, Gustavo? Às vezes a gente fica meio estressado. Eu falo de coração aos 76 deputados aqui que nunca foi com algum deputado... A minha crítica, o meu questionamento é sobre o funcionamento da política. Talvez quem entre agora pegue esse vício político, que é antigo. A gente precisa mudar um pouco esse vício político. Então nenhuma crítica feita aqui foi individual, para algum político. É mais uma crítica coletiva. A gente pode consertar mais e melhorar mais. O Carlos está aqui também. A gente vai estar junto agora, Carlos, no mesmo partido. O mais importante aqui não é o partido, são as nossas ideias. Eu sei das suas ideias para o Vale do Jequitinhonha. A gente vai trabalhar em conjunto. Então conte comigo para tudo, para o que der e vier. A Celise foi uma professora aqui também, sempre cuidou muito bem de mim aqui. Tenho a certeza de que o Zé vai representar muito bem a família aqui. Podem sempre contar comigo também.

Quero falar do nosso presidente que está aqui também. Agostinho, muito obrigado por esses quatro anos, por tudo que o senhor fez pelo Parlamento. Até dou uma sugestão aqui para todos os deputados. O Parlamento, gente, tem que ser independente. A gente vive num regime democrático em que o Executivo está lá, mas o Parlamento está aqui para equilibrar. Então, quando a gente tem aqui um presidente que equilibra, isso ajuda muito o Parlamento e ajuda muito o Estado.

O próprio Alencar disse aqui do projeto da taxa de licenciamento. O próprio governo me ligou e falou assim: “Você está sendo irresponsável de colocar um projeto desse que vai tirar R$2.000.000.000,00 do caixa do Estado”. Eu falei assim: “Estou tirando do caixa do Estado e colocando no bolso da população. Eu não estou sendo irresponsável, não”. E, se não fosse V. Exa. ter colocado esse projeto, nunca que a gente teria combatido essa injustiça, porque, além de tudo, esse serviço o Estado não presta mais para a população mineira. Esse serviço o próprio cidadão mineiro hoje faz on-line, não precisa mais daquele papel moeda. Então, o que a gente fez aqui, além de devolver esse dinheiro, foi combater uma injustiça que estava escancarada para todo mundo ver.

Então, eu quero agradecer a você por isso. A Assembleia fez história não foi só com esse projeto, foi com vários projetos de todos os deputados aqui. O que eu falo para vocês é que a gente está aqui com vários sucessores no lugar dele; o próprio Tadeuzinho eu acho que vai ser candidato. Se eu estivesse aqui, eu falo publicamente, teria o maior prazer de votar em V. Exa. Então, que vocês tenham esse cuidado na hora de votar porque a gente...

O meu irmão foi prefeito em Divinópolis e eu o apoiei. Eu quero contar uma situação que aconteceu lá em Divinópolis. Eles começaram a falar comigo: “Cleitinho, interfira lá na Câmara. Vá lá e peça a alguns vereadores, como você já é deputado, para poder ajudar a escolher o presidente”. Eu virei para o meu irmão e falei: “Não entre nisso, não. Você vai fazer um governo justo aqui, um governo honesto. Deixe a Câmara ser independente. Se tiver oposição, vai ter; se tiver quem quer apoiar você, vai apoiar. Mas não entre nisso, não”. E eu não entrei, porque eu acho que quem tem que votar aqui são os deputados. Não é o governador que vota, não é o prefeito que vota no presidente. O presidente desta Casa vai atender os deputados, então existe esse cuidado.

Outra coisa, tenho só que falar bem do governo Zema também. Um governo honesto, um governo justo. E qual é o problema em ter um presidente aqui que seja independente, que vai cuidar da Casa, cuidar de todos? Então, eu tenho zelo e responsabilidade com isso porque mostrou, como o Agostinho agora aqui... Um projeto igual a esse meu, que poderia fazer a diferença na vida do cidadão mineiro, talvez, se não fosse o Agostinho e fosse outro, não teria votado ele, entendeu? E é um projeto justo.

Eu queria finalizar minha fala aqui, que já está terminando, e mandar um abraço para todos os meus assessores. (– Emociona-se.) Eu não ganhei sozinho. Desculpa me emocionar, mas eu não ganhei isso aqui sozinho. Eu ganhei com a minha família, com os meus assessores. Quero mandar um abraço para a minha esposa, a Amanda, que várias vezes ficou sozinha com meus filhos e eu fui rodar o Estado. Eu não fiquei presente na vida dela e dos meus filhos. Meu pai, que está na Ceasa agora e tem 70 anos de idade, sempre falou comigo: “Você vai entrar nisso aí? Se você for entrar, não me decepcione, não. Não tire dinheiro do povo, não roube dinheiro do povo e não me envergonhe. Se você for entrar nisso aí, entre para me orgulhar”. E eu acho, pai, que eu estou orgulhando o senhor. O senhor é tudo para mim. Eu nunca vou decepcionar você e a minha mãe. Muito obrigado por tudo que vocês fizeram para mim, por me ensinarem que eu não tenho que sair de casa para prejudicar ninguém. Se eu sair de casa, tem que sair de casa para ajudar as pessoas. Então, eu devo isso tudo, o meu caráter, ao senhor, à minha mãe, a meus irmãos – Mateus, Eduardo e o Gleidson também – e a toda população divinopolitana.

Eu quero falar para a minha cidade que, se eu virei vereador, eu devo a vocês; se eu virei deputado, eu devo à minha cidade, devo ao povo mineiro. Eu vou honrar a minha cidade de Divinópolis e o meu Estado de Minas Gerais. Eu sei que eu não sou perfeito – quem foi perfeito nessa terra foi Jesus Cristo, que morreu crucificado por nós –, eu tenho muito o que aprender e muito o que evoluir. Eu vejo algumas pessoas falando: “Cleitinho, você vai lá para o Senado. Cuidado, Cleitinho, cuidado”. Eu não tenho que ter cuidado com nada, eu não tenho que temer nada. Se nego tiver fazendo coisa errada lá, eles é que têm que ter cuidado comigo porque eu estou entrando com o coração puro e com as mãos limpas. Eu nunca fiz nada de errado. Eu entrei independente, entrei limpo na política e vou sair limpo e reto da política. A única coisa que eu devo é para Deus, a minha consciência.

Então, eu quero falar para todo o povo mineiro, para o Vale do Jequitinhonha, para o Norte de Minas, para a Zona da Mata, para o Centro-Oeste, para o Leste, para o Noroeste, para o Triângulo Mineiro – se eu esqueci alguma região aqui vocês me perdoem – que eu vou representar o Sul de Minas, eu vou representar todos vocês com muita dedicação, com muito amor. Talvez, durante os oito anos no percurso, eu possa ter algum equívoco, alguma falha – eu vou sempre falar isso porque não existe perfeição –, mas sempre em oração que eu faço com Deus eu peço para errar menos e acertar mais, e eu acho que eu acertei muito mais do que errei.

Algumas pessoas falam que eu sou barulhento, que eu só faço barulho. Mas, durante esses quatro anos aqui quando várias coisas estavam paradas no Estado, bilhões de reais parados, fui atrás, tirei a minha bunda da cadeira e fui fiscalizar, porque a função de deputado é a fiscalização e a legislação. Criei mais de 200 projetos dentro desta Casa aqui. Então tudo o que a minha função me mandou fazer eu fiz. E eu faço uma crítica construtiva a esta Casa aqui. Eu saio um pouco frustrado porque fiscalizei tanto essa porcaria da Copasa. Então o projeto que foi votado aqui em 1º turno, que é o que dá desconto na tarifa de água para a população mineira que não tem efetivo tratamento – e eu pedi esses 15 dias agora muito para o Tadeuzinho e para o presidente –, infelizmente, não consegui colocá-lo. Eu entrei na polícia para defender o povo. (– Emociona-se.) A única coisa que fiz foi entrar nisto aqui para combater injustiça. Sempre vou defender o povo! Eu falo isso aqui de coração. Fiquei 15 dias fazendo de tudo para colocar esse projeto aqui e para poder ter uma conta de água mais barata para o povo mineiro; e, além de dar essa conta de água mais barata para o povo mineiro, para combater essa injustiça dessa Copasa, que faz um roubo legalizado. Ela rouba do cidadão mineiro. Eu quero pedir aqui que algum deputado, no ano que vem, pegue esse projeto, coloque esse projeto para votar e combata essa injustiça, porque a Copasa vem roubando o povo mineiro. Então uma crítica construtiva que faço para a Assembleia aqui é para que pegue esse projeto. A gente parou aqui no meio de julho. Parece-me, se não me engano, que foi quando veio esse Regime de Recuperação Fiscal e travou a pauta. A gente ficou julho, agosto, setembro, outubro, novembro e quase dezembro inteiro sem propor nenhum projeto nesta Casa. De 12 meses, foram 6 meses parados nesta Casa aqui. Então que vocês possam, no ano que vem, pegar esse projeto da Copasa e outros projetos que são a favor do povo. Quando eu passo em blitz, fico vendo um cidadão que compra seu carro honestamente, mas que, às vezes, em razão de muitas coisas, de desemprego, da pandemia, não conseguiu pagar o IPVA, e o Estado vai lá e toma o carro desse cidadão. Há um projeto importantíssimo nesta Casa aqui que não deixa isso nunca mais acontecer, que não prende o carro do cidadão. Esse projeto tem que ser votado. Nós estamos aqui é para servir o povo, é para combater essas injustiças que o Estado fez com o povo. E isso o Parlamento tem que fazer. Então não fique de joelhos para nenhum Executivo, não; fique é de joelhos para o povo que paga o nosso salário e que, inclusive, vai pagar um salário maior agora, que foi aprovado aqui para todos os deputados – tanto para o Senado quanto para os deputados federais e estaduais também terem um aumento de salário. Então a gente deve obrigação a esse povo, de trabalhar para o povo, de honrar esse povo que colocou a gente aqui e paga o nosso salário rigorosamente em dia e que paga imposto para muitas vezes ser roubado.

Então este discurso aqui é um discurso para o povo. Eu espero que esta Casa, a partir do ano que vem... Eu vou fazer isso no Senado também, ou seja, vou levar esse projeto para a via nacional, assim como vários projetos, para tirar do Estado e devolver para o povo. O povo merece dignidade. E é isso que eu vou fazer no Senado. Se o Senado ficou distante do povo, o Senado vai ficar muito perto do povo agora, porque eu sou um legítimo representante do povo. Eu não posso ser perfeito, não, mas chego bem perto do que um cidadão espera de um político: ser comprometido, ter responsabilidade. Nem vou falar em ser honesto, não, porque honestidade é a obrigação de cada um de nós.

Eu quero finalizar a minha fala, que resume muito bem os meus quatro anos aqui, com esta música aqui. Muito obrigado por tudo, povo mineiro, e me aguardem no Senado! (– Aproxima o celular do microfone.) Nem era para eu estar aqui. Deus me levantou! Eu quero falar para todo cidadão mineiro, para o povo brasileiro e para Deus: eu vou honrar cada um de vocês e vou encher vocês de orgulho. Eu posso não ser perfeito e posso até não conseguir mudar o sistema, mas o sistema também nunca vai me mudar. Muito obrigado.

O presidente – Muito bem, deputado Cleitinho Azevedo. Parabéns pelas suas palavras! Parabéns pela eleição ao Senado Federal, fazendo história, partindo da Assembleia de Minas e se tornando senador. Com a palavra, para declaração de voto, o deputado Duarte Bechir.