1ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 23/5/2022

Palavras do presidente (deputado Antonio Carlos Arantes)

Boa noite a todos. Na pessoa do nosso deputado Coronel Henrique, grande amigo e parceiro, e também do Gen.-Div. Paulo Alípio Branco Valença, comandante da 4ª Região Militar do Exército, eu peço licença para cumprimentar todos os componentes, todas as autoridades, todas as lideranças nesta Mesa e todos os demais militares, todos os convidados, enfim; a imprensa e todos que estão aqui presentes nesta noite tão importante. Quero cumprimentar o Coronel Henrique pela iniciativa desta tão importante homenagem, muito importante. Num momento tão importante deste Brasil, são muito importantes iniciativas como essa.

Representando o nosso presidente Agostinho Patrus, trago aqui o que ele diz: (– Lê:) “Este evento ocorre exatamente no ano em que celebramos o bicentenário da Independência, que evoca o gesto de D. Pedro I erguendo sua espada para tornar o País independente e soberano.

É com muita satisfação que homenageamos o Exército Brasileiro, na comemoração dos seus 374 anos de incontestes contribuições ao País. Trata-se de uma das mais caras instituições nacionais, marcada por seus efeitos ao longo da história e por um legado de compromisso e coragem, resguardando os interesses da Nação e de todos os brasileiros. A força terrestre mantém-se em permanente estado de prontidão, pois recebeu a missão de contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, cooperando com o desenvolvimento nacional e o bem-estar social. É uma força que deve estar capacitada a cumprir qualquer missão, seja na selva amazônica, nos campos da Bacia do Prata ou no Pantanal mato-grossense. Esse alto desígnio é exercido com os valores que têm caracterizado desde sempre nossos soldados: o amor à Pátria, o dever de cumprir a Constituição, a lealdade e a coragem, pautando a vida pela honradez, honestidade e senso de justiça.

Na nova ordem mundial, grupos acadêmicos de pesquisadores, nas universidades, procuram entender e dialogar com os militares. Esses estudiosos entendem que, na comunidade das nações, a política de defesa é tida como a expressão mais real e sincera das ambições e metas de um país. Para além de atuar como guardião da soberania nacional, o Exército Brasileiro trabalha com afinco na construção da cidadania, fazendo-se presente na vida brasileira em áreas como a educação, a defesa civil, o avanço tecnológico e a saúde.

Mais recentemente, pudemos acompanhar essa atuação na saúde por ocasião do combate à pandemia do coronavírus, quando o Exército empenhou-se na desinfecção de instalações, na doação de sangue para a recomposição de estoques em hospitais, na distribuição de alimentos, imunizantes e oxigênio.

As forças militares também se fazem presentes nas localidades de difícil acesso e nas comunidades indígenas, onde, na maioria das vezes, são as únicas a comparecer com a mão amiga. O Exército é atuante ainda em áreas como transporte e ação social, particularmente nas regiões mais desprovidas, ao construir estradas, açudes e poços, demarcar terras e proteger o meio ambiente. Também se destaca ao realizar atendimento médico, ensinar e educar, amparar menores carentes e realizar muitas outras ações em prol do desenvolvimento do País.

O Dia do Exército é comemorado em 19 de abril como forma de celebrar a épica Batalha dos Guararapes, nos idos de 1648, na qual soldados, unidos pelo mesmo sentimento patriótico, expulsaram de Recife o invasor holandês, espoliador de nossas riquezas, e criaram as bases de um exército genuinamente brasileiro. Destacaram-se, nessa luta, três elementos básicos de nossa formação: o branco, o negro e o índio, conferindo a nossas tropas uma miscigenação saudável e democrática, de tal modo que uma das forças do Exército nacional é justamente essa união de etnias.

Uma das grandes virtudes do Exército Brasileiro é a vocação para a paz. O Brasil sempre venceu batalhas memoráveis valendo-se das armas do diálogo e da diplomacia. Prova dessa nossa preferência pelo entendimento é a requisição frequente de nossas tropas pelas Organizações das Nações Unidas, para integrar forças de paz em áreas conflagradas, como aconteceu em momento diversos, em Angola e no Haiti. E sem esquecer ainda a participação dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira na memorável Campanha da Itália, na Segunda Guerra Mundial, assumindo a linha de frente na defesa dos valores democráticos. Talvez este seja um dos motivos que expliquem por que o general dos generais, Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, o patrono do Exército Brasileiro, é muito exaltado pelas suas qualidades de pacificador, bem como de mantenedor da unidade do Brasil.

Em um período desafiador da nossa história, esse chefe militar vitorioso e homem de Estado exemplar, cujo nome está em quase todas as cidades do Brasil, em ruas, avenidas, praças e escolas, liderou a luta pela consolidação da independência e conduziu as armas nacionais à vitória nos conflitos da Bacia do Prata.

O Exército é repleto de referências de grandes vultos da Pátria que, com suas magistrais histórias, inspiram nossos compatriotas geração após geração. Como não lembrar do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, responsável pela política de interiorização que levou o telégrafo aos municípios mais distantes deste País? Graças ao trabalho de Rondon, puderam ser integradas ao território nacional regiões até então inacessíveis, como o sertão do Mato Grosso e as planícies da Amazônia. Este é o caso também do patrono do serviço militar, o poeta e jornalista Olavo Bilac, grande incentivador do serviço militar obrigatório e dos Tiros de Guerra, além de autor da letra do Hino à Bandeira. Na data do seu nascimento, 16 de dezembro, comemora-se o Dia do Reservista.

Não podemos deixar de mencionar a 4ª Região Militar, conhecida como região das Minas do Ouro, que é o mais alto escalão do Exército Brasileiro em Minas Gerais. A 4ª Região Militar tem suas origens mais remotas no 4º Distrito Militar, criado em 2/7/1891, como reflexo da necessidade de segurança nacional, que já naquela época exigia a presença do Exército em todo o território brasileiro.

A alcunha de região das Minas do Ouro foi uma homenagem às primeiras entradas e bandeiras, lançadas no início do século XVIII, época da descoberta de importantes minas de ouro na região conhecida por Campo de Cataguás, mais tarde Minas do Ouro, garantidora do fluxo aurífero do Brasil Colônia para a metrópole Portugal.

As unidades, escolas, Tiros de Guerra, organizações operacionais, organizações de apoio e de serviço militar encontram-se situadas em quase uma centena de municípios do Estado. Essa expressiva presença permite que se possa alcançar um dos maiores objetivos da instituição: o de manter um relacionamento próximo e permanente com a população.

É a soma de todos estes fatores que nos permite reconhecer no Exército uma instituição capaz de se fazer presente, moderna, dotada de meios adequados e profissionais altamente preparados, composta por lideranças militares que superam os desafios do séc. XXI e possam respaldar as decisões soberanas do Brasil”. Muito obrigado.