17ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 2/6/2020

Palavras do deputado Glaycon Franco

O deputado Glaycon Franco – Boa tarde, Sr. Presidente; boa tarde, demais colegas deputadas e deputados; e boa tarde, distinto público que nos acompanha pela TV Assembleia e pelas mídias sociais.

Sr. Presidente, a minha fala hoje é em relação ao estado de conservação das rodovias que cortam Minas Gerais, em especial, as rodovias da minha região: MGC-383, MG-129 e a BR-482, esta importante BR que liga Minas ao Espírito Santo. Vou trazer alguns dados, para os senhores terem uma ideia, do total desleixo em relação às rodovias. Já fiz inúmeros requerimentos ao DER, e precisamos contar com o apoio desta Casa, neste momento em que precisamos escoar a produção e, além de tudo, dar tranquilidade às famílias porque, o senhor sabe muito bem, que a maioria dos municípios são municípios menores que dependem das cidades-polos para inclusive buscarem o tratamento.

Então trago alguns dados para que as senhoras e os senhores tenham noção da situação. Minas Gerais hoje conta com a 2ª maior rede estadual de rodovias pavimentadas no Brasil, com 27.000km, e tenho recebido, em meu gabinete, reclamações diversas sobre o estado dessas rodovias, principalmente da MGC-383, da MG-129 e sobretudo da BR-482. As pessoas estão enviando fotos de verdadeiras crateras no meio das pistas, um risco muito grande para os motoristas. Essas rodovias são importantes também porque permitem o acesso dos municípios menores da microrregião de São João del-Rei às cidades-polos da microrregião de Barbacena, Congonhas, e também de diversos municípios da macrorregião Centro-Sul, que é a que atende à nossa região, à Conselheiro Lafaiete, onde estamos e já inauguramos um hospital de campanha que atenderá a vários desses municípios.

Dessa forma, um colapso nessas rodovias pode dificultar, ainda mais, a crise que enfrentamos. O tráfego das ambulâncias não pode ser interrompido, principalmente em municípios menores que não possuem hospitais para atender os pacientes da Covid-19, nem pode haver dificuldade para os caminhões que transportam insumos e equipamentos hospitalares retidos em barreiras.

Passado o período das chuvas, as obras de manutenção não tiveram início, e o DER alega contenção de despesas. É necessário também que a produção tenha escoamento correto para os centros de distribuição, evitando desabastecimento e aumento de preços. Segundo a Fundação Ipead, em pesquisa nesta capital, as contas do mês de abril, de 2020, tiveram aumentos de: 28% no preço do feijão, 14% no preço do leite, e 9% no preço do arroz, e tudo isso reflete no interior do Estado. Os preços dispararam nos supermercados e também nos demais estabelecimentos de varejo, e acreditamos que isso se dê também por causa do aumento do preço do frete. Em janeiro deste ano, a ANTT anunciou a nova tabela de fretes, com aumentos variando de 11% a 15%. A população, neste momento, com a sua renda reduzida, não consegue conviver com preços nesse patamar e já dá sinais de querer fazer protestos nas rodovias, com a interrupção do tráfego.

Ontem, Sr. Presidente, o DER anunciou investimentos de R$13.500.000,00 em obras de grande porte. São R$11.000.000,00 somente para a MG-105 e o restante para obras e pontes. Pasmem os senhores! Não anunciou nenhum investimento na manutenção dos trechos críticos das demais rodovias. Já solicitei, insistentemente, intervenção emergencial na BR-482, o que, infelizmente, até o presente momento, não teve início. Com a falta de manutenção, que deve ser feita urgentemente, certamente estamos piorando a condição de nossa população e colaborando para aumentar o preço da cesta básica. Como confirma a Fundação Ipead, estamos constatando o absurdo aumento do preço do tradicional feijão com arroz no prato da nossa gente mineira e dificultando, infelizmente e principalmente, a vida das pessoas que têm maior dificuldade financeira.

Já apresentei, Sr. Presidente, requerimento nesta Casa, no sentido de cobrar do DER um posicionamento sobre a manutenção das rodovias, e conto mais uma vez com o apoio desta Casa e dos meus nobres caros colegas. Tenho insistido direto, Sr. Presidente, com o DER. É um absurdo! Nós não conseguimos manter minimamente a conservação das nossas estradas, e o Estado anuncia novas obras. Então nós temos que ficar atentos a essa situação, porque o momento necessita, e precisamos de rodovias minimamente conservadas.

Então, esta é a minha fala, Sr. Presidente. Obrigado. Um abraço a todos. Boa tarde.

O presidente – Obrigado, deputado Glaycon Franco. Outro grande abraço. Com a palavra, para seu pronunciamento, o deputado Celinho Sintrocel.