Pronunciamentos

DEPUTADO ANTONIO CARLOS ARANTES (PSDB)

Discurso

Destaca a mobilização em defesa do Lago de Furnas. Comenta que a represa estava perdendo suas águas para outros estados, mas que a classe política já está mobilizada para reverter essa situação. Informa participará com outros políticos mineiros de audiência do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS -, para cobrar ações para segurar a água do reservatório.
Reunião 5ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 19ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/02/2020
Página 99, Coluna 1
Assunto BARRAGEM HÍDRICA. ENERGIA ELÉTRICA.

5ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 18/2/2020

Palavras do deputado Antonio Carlos Arantes

O deputado Antonio Carlos Arantes* – Muito obrigado, Sra. Presidente, deputada Celise Laviola.

Cumprimento os nobres colegas e os telespectadores da TV Assembleia. Eu venho aqui levantar, ou melhor, venho aqui manifestar uma discussão que já está bastante desenvolvida por vários deputados federais e estaduais, senadores, que é a questão do nosso Lago de Furnas. Há cerca de dois anos e meio, houve uma reunião da Ameg – não me lembro se foi da Ameg ou da Alago, que é a Associação dos Municípios do Lago de Furnas –, na cidade de Capitólio, no Clube Escarpas. Eu, na época, levantei este assunto: que estávamos perdendo nossas águas e estava faltando mobilização. Até confesso que fiquei um pouco constrangido porque não percebi que nossa fala naquele dia tivesse dado eco, alguma repercussão. Então, achei que eu estivesse pregando no deserto. Mas não é que as coisas começaram ali a brotar, essa insatisfação? E hoje podemos falar que há envolvimento político de senadores – do nosso senador Antonio Anastasia, do senador Rodrigo Pacheco e acredito que do Carlos Viana, nosso senador também – e de vários deputados federais e estaduais, que são muitos. Então, agora, vemos que o movimento se fortaleceu muito – logicamente que, além de prefeitos e vereadores, que estão bastante engajados, há o empresariado e toda a sociedade.

O que está acontecendo no Lago de Furnas, realmente, no nosso entendimento, é uma ação criminosa contra o povo mineiro, no Lago de Furnas e no Lago do Peixoto, que atinge principalmente Delfinópolis e a cidade de Cássia. Antes, na época, quando eu fiz essa discussão, a gente passava por quatro ou cinco anos de muita pouca chuva. Aí falavam que o lago não estava sendo alimentado durante a época das chuvas e por isso estava cada dia diminuindo mais seu espelho d’água. Mas agora, não. No ano passado, choveu bem. E nós percebemos a mesma coisa: continuou baixo da mesma forma o nosso espelho d’água em Furnas. E, este ano então… Nem faz sentido! Neste ano, o que choveu e está chovendo nas bacias de todos os rios, mas principalmente na Bacia do Rio Grande, e antes, no Rio Verde e também no Rio Sapucaí, que são os maiores afluentes e se tornam depois o Rio Grande... Eu nunca vi um ano em que chovesse tanto, em quantidade e em tempo também, porque começou a chover em agosto, setembro e não parou mais – chuvas de 100mm, 150mm em um, dois dias.

São coisas assim que nós não imaginávamos nunca. Imaginávamos que, se chovesse tanto assim, o nosso lago ia bater o espelho d’água na cota máxima. E não é o que aconteceu; o nosso lago continua muito baixo. Inclusive passei lá no domingo à tarde e ainda vi que pouco se recuperou o espelho d’água. Então podem ter certeza de que estão soltando as nossas águas para o Estado de São Paulo. Não somos contra o Estado de São Paulo, mas nós somos parceiros e defensores do povo mineiro, dos nossos Lagos de Furnas e de Peixoto.

Eu espero que, com essa mobilização, nós consigamos dar um freio nessa soltura de tanta água, deixando o nosso turismo pagando uma conta que ele não deve. Hoje o nosso turismo poderia estar muito mais avançado; o nosso setor agropecuário, através da irrigação, poderia ter muito mais investimento; a beleza dos lagos, a valorização dos imóveis não precisaria estar no ponto que está pela falta de água. Agora, no dia 4, estaremos em Brasília numa audiência que solicitamos junto ao senador Antonio Anastasia, a pedido, inclusive, dos vereadores da região de São José da Barra, presidida pelo Luiz Carlos, pelo pessoal da Nascentes das Gerais e também pelo pessoal de Cássia, onde há o vereador Priminho, o presidente, que está bastante à frente, com o Ricardo Graia e vários vereadores, cobrando essas ações para que nós consigamos avançar e segurar as águas do Lago de Furnas. Então, no dia 4, através do senador Antonio Anastasia, estaremos lá na ONS, para cobrar ação. E também haverá audiência pública – parece que haverá uma em Brasília também – em São José da Barra, se não me engano, no dia 7, e depois, no dia 13, lá na cidade de Cássia. Agora é água mole em pedra dura, porque há muita água que está indo embora. Então nós queremos segurar essa água. E água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Nós vamos cobrar, cobrar, cobrar até que possamos voltar a ver o Mar de Minas no topo, bonito, atraindo turista, atraindo investimento no agronegócio, valorizando as pousadas, os ranchos, os municípios.

Enfim, o nosso lago é uma riqueza, mas nós não podemos deixar que ele fique abandonado dessa forma como está. Conte conosco! Vamos continuar na nossa luta em defesa do Lago de Furnas e do Lago do Peixoto. Muito obrigado.

* – Sem revisão do orador.